Os cuidados com a higiene dos cães vão além de um simples banho e tosa, influenciando diretamente a saúde e qualidade de vida do animal. Uma das dúvidas mais comuns entre tutores diz respeito à frequência ideal para dar banho no cachorro. Apesar de parecer uma tarefa simples, esse cuidado exige atenção a vários fatores, principalmente relacionados à raça, idade, clima e ao estilo de vida do pet.
No Brasil, país de clima predominantemente tropical, com períodos chuvosos e calor intenso, além da grande diversidade de ambientes, casas com quintal, apartamentos e áreas rurais, esses fatores ganham ainda mais importância. Nas regiões Norte e Nordeste, por exemplo, a umidade e o calor são mais presentes, enquanto no Sul e Sudeste há inverno com temperaturas mais baixas, influenciando na rotina do banho. Considerar o ambiente onde o cão vive, se tem acesso frequente à rua, especialmente em locais com muita terra, jardim, plantas nativas brasileiras e contato com a natureza, ou se permanece mais tempo dentro de casa, faz diferença na definição da periodicidade do banho. O excesso de higienização pode causar problemas de pele, enquanto a falta de limpeza pode levar ao acúmulo de sujeira, odores desagradáveis e riscos à saúde.
Qual a frequência recomendada para dar banho no cachorro?
Não existe uma regra universal sobre quantas vezes o cachorro deve ser banhado ao mês. Especialistas em cuidados veterinários geralmente sugerem um intervalo mensal para cães adultos saudáveis, especialmente durante períodos mais frios, como no outono e inverno. A temperatura da água deve ser morna para evitar choque térmico e desconforto. Entretanto, durante a primavera, quando há variações de temperatura e alguns dias continuam frios, o banho do cachorro pode ser adaptado conforme as condições do clima e a rotina do animal. No verão brasileiro, que costuma ser quente e úmido em boa parte do país, cães podem precisar de banhos um pouco mais frequentes – o que ocorre, por exemplo, após passeios em parques, praias ou praças muito visitadas, muitas vezes rodeados por espécies vegetais como ipês, jacarandás ou até mesmo áreas com terra vermelha típica de várias regiões. Vale lembrar que fatores individuais e eventuais necessidades de limpeza extra podem exigir alterações nessa rotina, por isso, a avaliação veterinária é recomendada em casos específicos.

Que fatores influenciam a rotina de banho do cão?
Vários aspectos devem ser considerados ao definir a rotina de higiene do pet. Entre eles, destacam-se:
- Raça: Algumas raças possuem pelagem mais oleosa ou densa, exigindo menos banhos, enquanto raças de pelos curtos ou sensíveis necessitam de cuidados diferentes. Raças populares entre brasileiros, como vira-lata, shih-tzu, lhasa apso, labrador e golden retriever, podem apresentar necessidades distintas, assim como cães que convivem em áreas arborizadas ou urbanas.
- Idade: Filhotes geralmente requerem uma atenção especial, já que seu sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. Nesta fase, a orientação do médico veterinário é essencial antes de iniciar os banhos frequentes.
- Nível de atividade: Cães que costumam sair para passeios, brincar em praças, parques urbanos (com vegetação do cerrado, da caatinga ou da mata atlântica) ou áreas externas tendem a acumular mais sujeira do que aqueles que vivem apenas em ambientes internos.
- Estação do ano: No verão, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e Norte do Brasil, é possível que o animal precise de mais banhos devido ao calor, chuvas frequentes, contato com areia, lama ou folhas. Já no inverno, o intervalo entre um banho e outro tende a aumentar para evitar problemas de saúde devido ao frio, principalmente nas regiões Sul e partes do Sudeste.
O que considerar na escolha dos produtos para o banho canino?
A escolha do shampoo e demais itens de higiene é fundamental para garantir o bem-estar do cachorro durante o banho. Produtos desenvolvidos especificamente para o pH da pele canina devem ser priorizados, pois evitam alergias e ressecamento excessivo. No Brasil, é comum encontrar shampoos à base de ingredientes naturais como aveia, babosa (aloe vera) e até extratos de plantas típicas brasileiras, que podem ajudar a acalmar a pele do animal. Alguns profissionais recomendam buscar orientação especializada caso se torne necessário banhar o pet com mais frequência do que o habitual, especialmente em situações de exposição a agentes externos como lama, poluição ou contato com outros animais. Atualmente, existem opções de shampoos terapêuticos e hipoalergênicos, que podem ser indicados para cães com histórico de dermatites ou sensibilidades específicas.

É seguro dar banho no cachorro durante dias frios?
Durante os dias frios, é importante tomar precauções extras para proteger o animal. O ideal é escolher horários do dia em que a temperatura esteja mais amena e secar completamente a pelagem após o banho, evitando exposição a correntes de ar e mudanças bruscas de temperatura. Utilizar toalhas macias e secadores apropriados pode ajudar a manter o cão aquecido e confortável após a higienização. Em casos de temperaturas muito baixas, pode-se espaçar ainda mais os banhos e recorrer a banhos a seco como alternativa temporária, sempre sob orientação veterinária. Essa recomendação é especialmente relevante em estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, que enfrentam invernos rigorosos comparados ao restante do país.
Manter uma rotina equilibrada de banho, observando as orientações de especialistas brasileiros e respeitando as características individuais do cachorro, contribui para a saúde da pele, a vitalidade da pelagem e o conforto do animal. O acompanhamento veterinário é indispensável não só para determinar a frequência adequada, mas também para indicar os melhores produtos e técnicas, assegurando que o momento da limpeza seja sempre seguro e benéfico para o pet.
