Frutas fazem parte da alimentação de milhões de pessoas no Brasil, sendo frequentemente associadas à saúde e ao emagrecimento. Contudo, nem todas apresentam baixo teor calórico ou contribuem diretamente para a perda de peso. Alguns tipos, como coco, abacate, uva passa e frutas em calda, concentram grande quantidade de carboidratos ou gorduras, aumentando o valor energético das refeições. Quando incluídas de forma inadequada, essas opções podem dificultar o progresso de quem busca redução de peso, especialmente em regiões onde o acesso a frutas típicas diversas e abundantes, como no Nordeste ou na Amazônia, torna seu consumo ainda mais cotidiano.
Por outro lado, as frutas também desempenham papel fundamental numa dieta balanceada, oferecendo fibras, vitaminas e minerais essenciais, além do sabor marcante tão valorizado na culinária brasileira. O segredo está no equilíbrio e na atenção ao tamanho das porções, especialmente no caso das variedades mais calóricas. Quem pretende perder peso pode consumir esses alimentos, desde que a quantidade seja controlada e o consumo esteja adequado aos objetivos e ao nível de atividade física, levando em conta o clima tropical do país, que favorece o consumo de frutas frescas ao longo do ano inteiro.
Quais frutas normalmente contribuem para o aumento de peso?
Dentre as frutas que oferecem maior densidade energética, destaca-se o abacate. Rico em gorduras monoinsaturadas, conhecidas por favorecerem a saúde cardiovascular, e em vitaminas como C, E e K, o abacate também contém minerais importantes, como potássio e magnésio. Uma porção de quatro colheres de sopa do alimento chega a fornecer, em média, 90 calorias. Caso o objetivo seja emagrecer, recomenda-se limitar o consumo diário a pequenas quantidades, incluindo a fruta em saladas, vitaminas ou sobremesas naturais. No Brasil, é comum consumir o abacate com açúcar e limão ou em receitas como a tradicional vitamina de abacate para o café da manhã.
O coco apresenta elevado teor de calorias por conta da alta presença de gorduras na polpa. Cem gramas dessa parte branca possuem aproximadamente 400 calorias. A água de coco, bastante consumida nas praias brasileiras e vendida em feiras e mercados, contém mais carboidratos do que gordura e atua como fonte relevante de minerais, especialmente após sessões de exercícios ou nos dias quentes do verão tropical. Já a uva passa e as demais frutas secas concentram açúcar natural (frutose) e são energéticas, mesmo em pequenas porções; seu consumo demanda atenção para não exceder o limite diário de calorias. Além disso, frutas como tâmaras e ameixas secas também são exemplos de opções calóricas populares, especialmente utilizadas em lanches e receitas doces em festas juninas e natalinas, tão tradicionais na cultura brasileira.

Por que o excesso de certas frutas pode atrapalhar a dieta?
A resposta está nas quantidades de açúcar natural e gordura presentes em algumas frutas. O açaí puro, típico da região Norte e cada vez mais popular em todo o Brasil, fornece energia e antioxidantes, mas muitas vezes é servido com acréscimos de xarope, granola ou leite condensado, potencializando as calorias do prato. Da mesma forma, frutas em calda costumam somar açúcares refinados à composição, tornando-se ainda menos indicadas em dietas para emagrecimento.
- Banana: fonte de potássio, muito presente no café da manhã brasileiro, mas possui média de 104 calorias por 100g. O ideal é consumir uma unidade pequena ao dia.
- Caqui: cada fruta média pode chegar a 80 calorias, com 20g de carboidrato, o que impacta em dietas com restrição calórica. Sua safra, no outono, faz com que seja consumido em grande quantidade nessa época.
- Figo: oferece fibras e ajuda na digestão, mas o excesso pode elevar o consumo energético diário.
- Manga: traz vitaminas e fibras, porém, em 100g, contém cerca de 60 calorias e 15g de carboidratos. No verão, é presença garantida em quintais e feiras das regiões Centro-Oeste e Nordeste.
A atenção à quantidade dessas frutas no prato é essencial para evitar que o valor calórico diário ultrapasse o planejado, comprometendo o emagrecimento. Vale lembrar ainda que acessibilidade e variedade regional, como o consumo de cupuaçu, jabuticaba, bacuri ou graviola, influencia a rotina alimentar do brasileiro.
Como consumir frutas calóricas sem prejudicar a dieta?
Apesar de terem mais calorias, essas frutas podem fazer parte de uma alimentação saudável se inseridas com moderação. O ideal é adaptar o tamanho das porções e variá-las ao longo da semana, preferindo versões frescas e evitando acompanhamentos açucarados, como xaropes, mel ou caldas. Em receitas, a substituição de ingredientes industrializados por opções naturais pode facilitar o controle do consumo de açúcares e gorduras. Por exemplo, um bowl de açaí pode ser preparado apenas com frutas regionais frescas e um pouco de granola sem açúcar.
- Escolher porções menores, especialmente no caso de abacate, coco, açaí e frutas secas tradicionais em festas locais.
- Associar as frutas a outros alimentos ricos em proteínas ou gorduras boas, como iogurte natural, castanhas brasileiras ou sementes de chia, para aumentar a saciedade.
- Evitar consumir frutas em calda ou versões industrializadas, que frequentemente apresentam grande adição de açúcar.
Além disso, quem realiza exercícios físicos regularmente possui maior flexibilidade para consumir frutas de maior valor energético, pois o gasto calórico diário tende a ser superior. A quantidade de fruta adequada pode variar para quem busca perder, manter ou ganhar peso. Consultar um nutricionista pode ajudar a fazer escolhas melhores de acordo com as necessidades individuais, respeitando peculiaridades da alimentação regional.

Frutas calóricas podem ser aliadas em uma alimentação equilibrada?
Mesmo sendo calóricas, frutas como abacate, açaí e coco, tão presentes em diferentes biomas do Brasil, carregam nutrientes relevantes que beneficiam a saúde intestinal, cardiovascular e imunológica. Ao serem consumidas em equilíbrio, podem colaborar para a ingestão de fibras, antioxidantes, vitaminas e minerais. No entanto, é recomendada a ingestão de duas a três porções de fruta por dia, distribuindo entre variedades de baixo e alto valor energético. Lembre-se de que incluir frutas calóricas nos lanches intermediários pode aumentar a saciedade e ajudar no controle alimentar, desde que as demais refeições do dia sejam equilibradas.
Em suma, a presença regular de frutas na alimentação auxilia na diversidade nutricional e reduz o consumo de alimentos ultraprocessados. Monitorar as quantidades e escolher as versões menos açucaradas contribui para que esses alimentos exerçam seu papel benéfico, independentemente dos objetivos relacionados ao peso. Adaptar as escolhas às frutas encontradas nas feiras, supermercados e até mesmo nas praças e quintais brasileiros permite variedade e respeito à riqueza da flora nacional.
