A pele pode adquirir um tom alaranjado em função da alimentação, especialmente quando há consumo elevado de alimentos ricos em betacaroteno. Essa substância está presente em vegetais como cenoura, abóbora e batata-doce, e seu acúmulo no organismo pode resultar em uma condição chamada carotenemia. Embora possa gerar estranhamento estético, na maioria dos casos não representa risco à saúde.
O betacaroteno é um pigmento natural que o corpo converte em vitamina A conforme a necessidade. Quando ingerido em excesso, parte desse pigmento circula no sangue e deposita-se na pele, principalmente nas palmas das mãos e plantas dos pés. O resultado é a coloração alaranjada que chama a atenção, mas tende a desaparecer com a redução do consumo.
O que é carotenemia e como ela acontece?
A carotenemia é o nome dado ao acúmulo de betacaroteno no sangue, que se manifesta através do tom alaranjado na pele. É uma condição benigna e, diferentemente de problemas hepáticos, não compromete órgãos internos nem causa sintomas sistêmicos. Surge em pessoas que consomem frequentemente vegetais de cor intensa, especialmente em quantidades elevadas.
A intensidade da cor depende tanto da quantidade ingerida quanto da predisposição individual. Crianças pequenas, por exemplo, são mais suscetíveis, já que suas dietas podem ser baseadas em papinhas ricas em cenoura e abóbora. Em adultos, ocorre geralmente em dietas voltadas para emagrecimento ou estética, que incluem grandes volumes de vegetais alaranjados.

Como diferenciar carotenemia de icterícia?
Apesar de ambas causarem alteração na cor da pele, a icterícia é causada pelo acúmulo de bilirrubina e costuma indicar problemas no fígado ou nas vias biliares, enquanto a carotenemia está ligada apenas à alimentação. Essa é a principal diferença entre as duas condições, embora possam gerar confusão visual à primeira vista.
Na icterícia, além da pele amarelada, há mudança na cor dos olhos, que ficam amarelados também. Já na carotenemia, a esclera permanece branca, sendo esse um sinal importante para distinguir. Além disso, a icterícia pode vir acompanhada de sintomas como fadiga, dor abdominal e náuseas, enquanto a carotenemia não causa mal-estar.
Quais alimentos mais contribuem para a pele alaranjada?
Os principais alimentos que podem deixar a pele com coloração alaranjada são cenoura, abóbora e batata-doce, já que concentram altos níveis de betacaroteno. Outras opções, como manga, mamão e espinafre, também possuem esse pigmento em menor escala e podem contribuir se consumidas em excesso.
Vale ressaltar que esses alimentos são ricos em nutrientes, fibras e antioxidantes, sendo importantes para uma dieta equilibrada. O tom alaranjado da pele não significa intoxicação, mas apenas que a ingestão está acima da quantidade necessária. Ajustar a dieta costuma ser suficiente para normalizar a cor em poucas semanas.

Quando o tom alaranjado é motivo de preocupação?
Se a coloração vier acompanhada de cansaço intenso, dor abdominal, olhos amarelados ou urina escura, pode ser sinal de doenças no fígado e merece atenção médica imediata. Nesses casos, não se trata de simples carotenemia, mas possivelmente de icterícia ou outra alteração mais séria.
Já quando a pele alaranjada surge de forma isolada, sem outros sintomas, e coincide com alto consumo de alimentos ricos em betacaroteno, não costuma haver motivo de alarme. A recomendação é reduzir a frequência e a quantidade desses alimentos, observando a melhora natural da coloração.
Como lidar com a carotenemia no dia a dia?
A principal forma de lidar com a carotenemia é ajustar a alimentação, diminuindo o consumo de vegetais e frutas muito ricos em betacaroteno. Isso não significa eliminá-los, mas equilibrar a dieta com outras opções de cores e nutrientes. Em poucos dias a pele começa a retomar o tom natural.
Outra dica é variar o cardápio com folhas verdes, legumes claros e frutas de diferentes tonalidades. Além de evitar o excesso de pigmentos alaranjados, essa prática garante maior diversidade de vitaminas e minerais. Se ainda assim a alteração persistir ou houver dúvidas, é recomendável consultar um profissional de saúde para avaliação.


