No cotidiano de milhões de pessoas ao redor do mundo, o café ocupa um lugar de destaque e está presente em diferentes momentos do dia, especialmente nas manhãs e tardes brasileiras. Considerado uma das bebidas mais consumidas globalmente e verdadeiro patrimônio cultural do Brasil, o café se destaca não apenas pelo sabor característico ou pelo aroma marcante que invade cozinhas do Norte ao Sul do país, mas também por uma série de benefícios à saúde, que têm sido tema de pesquisas e debates no universo científico.
A presença de compostos antioxidantes e bioativos no café, como a cafeína, o ácido clorogênico e outros polifenóis, contribui para diversas funções benéficas no organismo. Por esse motivo, a bebida é constantemente associada à prevenção de certas doenças, à melhora do desempenho físico e mental, e à promoção do bem-estar geral, desde que consumida com moderação. Não por acaso, o Brasil é um dos maiores produtores e consumidores de café do mundo, com regiões tradicionais como Sul de Minas, Cerrado Mineiro, Mogiana e o Espírito Santo, onde predominam variedades como o arábica e o robusta, cultivados entre a Mata Atlântica e o Cerrado, aproveitando solos férteis e o clima tropical.
Quais são os benefícios do café para o corpo?
Entre os benefícios mais conhecidos do café estão a capacidade de proporcionar mais disposição ao longo do dia e contribuir para um melhor desempenho em atividades físicas. Isso se deve, em grande parte, à ação da cafeína, uma substância que atua estimulando o sistema nervoso central. Além de melhorar a atenção e a concentração, a ingestão regular e moderada do café pode influenciar positivamente na reação do corpo ao estresse e à fadiga. Especialistas renomados da área, como o Dr. Luiz Carlos de Abreu, apontam que o consumo consciente pode contribuir até para a prevenção de problemas como a diabetes tipo 2, tornando o café um aliado ainda mais versátil, inclusive para quem atravessa as rotinas agitadas das cidades grandes brasileiras.
O café também é reconhecido por suas propriedades antioxidantes, que auxiliam na proteção das células contra os danos provocados pelos radicais livres. Desta forma, pode ajudar a prevenir o envelhecimento precoce, minimizar processos inflamatórios e colaborar para a saúde de órgãos como o fígado e o coração. Nas regiões cafeeiras do Brasil, por exemplo, o consumo da bebida faz parte da tradição rural e está associado ao oferecimento de hospitalidade e energia para o trabalho no campo. Ainda, alguns estudos indicam que o consumo de café está relacionado à menor incidência de doenças neurodegenerativas, como o Parkinson. Vale destacar que, recentemente, pesquisas vêm sugerindo efeitos positivos do café na função cognitiva e na prevenção de alguns tipos de câncer, reforçando seu papel benéfico à saúde quando aliado a um estilo de vida saudável. Pesquisas divulgadas em publicações como a revista The Lancet reforçam as evidências científicas sobre esses benefícios.

Como o café pode contribuir para o emagrecimento?
O papel do café no processo de emagrecimento tem atraído a atenção de quem busca manter o peso equilibrado. A cafeína potencializa o gasto energético do organismo, favorecendo o aumento do metabolismo e contribuindo para a queima de gordura corporal. No clima brasileiro, especialmente nas regiões mais quentes, muitos preferem a versão gelada, o chamado “café gelado” ou cold brew, para refrescar e ao mesmo tempo obter os benefícios do café. Além disso, a ingestão da bebida pode proporcionar uma sensação de saciedade temporária, reduzindo o apetite em alguns momentos do dia.
- Efeito termogênico: estimula a produção de calor e eleva o consumo calórico, o que pode ser útil, inclusive, para compensar a baixa gastança calórica em dias mais frescos do inverno do Sul do país.
- Auxílio no controle alimentar: pode ajudar no controle da fome em períodos estratégicos, como nos lanches do meio da manhã ou durante o expediente.
- Estímulo à disposição: favorece a prática de exercícios, potencializando os resultados.
É importante destacar que, para alcançar esses resultados, o café deve ser incluído dentro de uma alimentação equilibrada e saudável, sempre aliado à prática regular de atividade física. Ainda assim, vale lembrar que o efeito do café sobre o emagrecimento pode variar conforme fatores genéticos e o estilo de vida de cada pessoa. Grandes organizações como a Organização Mundial da Saúde também vêm estudando essa relação, especialmente no contexto do aumento da prevalência do sobrepeso em cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro e capitais do Nordeste.
Quais cuidados devem ser observados ao consumir café?
Embora o consumo moderado do café traga diversos benefícios, existe uma recomendação de limites diários para evitar efeitos indesejados. Para adultos, a orientação geral é de até 400 mg de cafeína ao dia, o que equivale a cerca de quatro xícaras de café coado, método preferido em lares e padarias de todo o território nacional. Gestantes, lactantes e adolescentes possuem limites ainda mais restritos, devendo sempre respeitar as orientações de um profissional de saúde.
O exagero na ingestão pode causar sintomas como insônia, palpitação, irritabilidade e desconfortos gástricos. Pessoas com alterações cardíacas, pressão alta, refluxo, gastrite ou ansiedade precisam redobrar a atenção e, em alguns casos, consultar um médico antes de consumir a bebida regularmente. Em regiões de clima mais quente, também é importante manter a hidratação, pois o café possui leve efeito diurético.
- Evitar misturar o consumo com outras substâncias ricas em cafeína, como alguns chás pretos, chimarrão (popular no Sul do Brasil) e refrigerantes.
- Não ofertar para crianças menores de 12 anos.
- Observar possíveis reações individuais, como aumento da ansiedade ou piora da insônia.
Novas pesquisas realizadas em Londres, Japão e centros de pesquisa do Sudeste brasileiro vêm alertando também para o impacto do café em pessoas com sensibilidade à cafeína, mostrando a importância do consumo personalizado e supervisionado.

De que forma o modo de preparo afeta os efeitos do café?
A forma como o café é preparado pode alterar tanto o sabor quanto a quantidade de cafeína presente na bebida. Exemplos populares incluem o café expresso, o coado no filtro de papel ou pano (uma tradição brasileira), o solúvel, o descafeinado e o preparado em prensa francesa. Em muitos lares rurais, ainda é comum o preparo do café na panela, direto no fogão a lenha, agregando sabores característicos e conexão com as raízes da cultura do campo. Cada método proporciona diferentes concentrações de antioxidantes e de cafeína, além de possibilitar experiências sensoriais distintas. De acordo com estudos publicados no Journal of Nutrition, pequenas variações no tempo de preparo e na temperatura da água podem alterar o perfil de compostos bioativos presentes na bebida.
Além das variações tradicionais, o café também é utilizado em preparações culinárias que valorizam ingredientes típicos da flora brasileira, em sobremesas regionais como pavê de café, brigadeiro de café e até molhos para carnes que celebram frutos de biomas como o cerrado e a mata atlântica. Por isso, a escolha do tipo de café, o modo de preparo e a frequência de consumo devem estar alinhados ao perfil e às necessidades de cada indivíduo, considerando aspectos como saúde, rotina, clima regional e tolerância individual à cafeína. Por exemplo, o café espresso geralmente possui mais cafeína por mililitro, enquanto o coado oferece maior volume com menor concentração por dose, impactando os efeitos ao organismo. Convenções anuais como a Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte, destacam as últimas tendências em métodos de preparo e inovação no mercado cafeeiro global, valorizando o produto nacional e a biodiversidade brasileira.
Enfim, o consumo consciente e moderado do café pode ser um grande aliado do bem-estar e da saúde, promovendo disposição, proteção antioxidante e até mesmo apoio ao processo de emagrecimento. Para aproveitar esses benefícios no dia a dia brasileiro, vale a pena estar atento às quantidades recomendadas e à forma de consumir essa bebida tão tradicional, que faz parte da identidade cultural, da rotina e do clima diversificado do nosso país.
