Quem já frequentou a escola certamente se lembra das famosas gomas de apagar bicolores, objetos muito presentes nos estojos dos estudantes brasileiros de todas as idades. É fácil recordar a sensação de pegar aquela borracha metade em tom rosado ou branco e outra em azul, principalmente durante aquele calor típico do verão nas salas de aula espalhadas pelo país, seja no Sudeste, Norte, Nordeste ou em qualquer lugar do Brasil, do cerrado às margens da Mata Atlântica. Esse objeto gera curiosidade em muitos estudantes ao longo dos anos, especialmente pelas histórias e “lendas urbanas” que passam de geração em geração sobre o uso de cada cor. Ainda hoje, a função exata da parte azul da borracha causa dúvidas em muita gente, do Oiapoque ao Chuí.
Acreditou-se por muito tempo que a porção azul da borracha era destinada a apagar erros feitos com caneta esferográfica, instrumento praticamente onipresente no material escolar brasileiro, enquanto a parte rosa ou branca seria para lápis. Essa ideia ganhou força nos corredores de escolas, de Belém a Porto Alegre, e se espalhou em diversos países como o Brasil, mas a explicação técnica revela outra utilidade, bem distante das histórias que rolam nos recreios.
Para que serve a parte azul da borracha?
Muitos usuários, inclusive em escolas brasileiras de cidades grandes e pequenas, tentaram apagar escritos de caneta com a face azul e acabaram apenas desgastando o papel, mas o traço teimava em não sumir. Na verdade, a parte azul da borracha foi desenvolvida com um material mais rígido e abrasivo, pensado especialmente para lápis em papéis mais grossos, como cartolinas, papéis artísticos e folhas de alta gramatura. Quem já precisou apagar traços em trabalhos escolares sobre cartolina, tão comuns nas feiras de ciências ou apresentações de flora local, sabe o valor dessa resistência extra.
O propósito é diferente do imaginado: ao lidar com superfícies resistentes, o lado azul é eficiente para eliminar marcas de grafite que ficariam visíveis se a borracha convencional fosse usada. Em contrapartida, sua composição dificulta a remoção de tinta de caneta, pois o pigmento penetra profundamente nas fibras do papel, muitas vezes feito com polpa de árvores brasileiras, e não permanece apenas na superfície.

É possível apagar caneta com a borracha azul?
A dúvida “É possível apagar caneta com a borracha azul?” é recorrente nas escolas do Brasil, especialmente entre estudantes do Ensino Fundamental. A resposta é não. O lado azul apenas desgasta o papel ao tentar apagar um traço feito de caneta esferográfica ou de gel, podendo até furar ou rasgar a folha, o que é especialmente frustrante quando se está copiando aquela matéria importante sobre a fauna e flora amazônica ou do cerrado. Em resumo, mesmo usando força, não é possível remover a tinta, porque ela infiltra-se nas fibras do papel e não sai superficialmente.
- Tinta de caneta adere às fibras do papel, dificultando a remoção por abrasão mecânica.
- Borracha azul remove grafite em papéis robustos, mas não foi desenvolvida para lidar com pigmentos líquidos.
- Para corrigir erros feitos com caneta, existem instrumentos específicos populares no Brasil, como corretivos líquidos ou borra-tintas. Modalidades como o corretivo líquido da Bic, presente em muitas listas de material escolar, ou canetas específicas para apagar certas tintas, como as Pilot FriXion, são opções utilizadas nas salas de aula pelo país.
Como usar corretamente a borracha bicolor?
O uso apropriado da borracha bicolor envolve entender a diferença entre ambas as metades e os tipos de papéis. Confira a seguir algumas dicas de aplicação, que podem ser úteis para quem estuda debaixo de um ipê amarelo, nas varandas das casas ou em bibliotecas públicas:
- Utilize a parte rosada ou branca para apagar lápis grafite em cadernos, blocos e folhas comuns, como aquelas usadas para fazer resumos de biologia sobre o cerrado ou a Mata Atlântica.
- Opte pela parte azul ao corrigir desenhos em cartolinas, papéis de alta gramatura ou superfícies levemente rugosas feitas para trabalhos artísticos, materiais frequentes nas escolas brasileiras durante feiras de ciências ou celebrações folclóricas.
- Evite tentar apagar tinta de caneta, já que, além de não obter o resultado esperado, pode acabar danificando seu caderno ou a folha de prova.
- Para trabalhos com lapiseira, a escolha da parte da borracha vai depender do tipo de papel utilizado. Em folhas mais delicadas, prefira a região mais macia do material de apagar, comum nas escolas espalhadas pelo território nacional.

Quais são as curiosidades sobre a borracha bicolor?
Além de sua função utilitária, a borracha bicolor também faz parte das memórias escolares de muitos brasileiros, seja em escolas rurais à sombra de mangueiras, jacarandás ou em grandes colégios urbanos. Criada há mais de um século, o item já passou por mudanças de formato e composição, mas o princípio de utilizar diferentes materiais para papéis distintos permanece. Em muitos casos, as embalagens de empresas como Faber-Castell e outras, presentes nas prateleiras de papelarias do Brasil inteiro, não detalham as funções de cada cor, o que mantém viva a tradição dos mitos e dúvidas.
Outra curiosidade é que, com os avanços dos materiais escolares, há opções de borrachas com formatos e texturas variadas, inclusive versões para lápis de cor, que ganham destaque especialmente nos desenhos de paisagens nacionais, como o cerrado, a caatinga e a floresta amazônica. Ainda assim, a borracha azul permanece nos kits escolares devido ao seu apelo tradicional e versatilidade para usos artísticos. Existem até versões aromatizadas ou em formatos divertidos, tornando o retorno às aulas mais animado, seja sob o clima tropical úmido do Norte ou o tempo seco do Centro-Oeste.
Saber a verdadeira função da borracha azul pode evitar frustrações na hora de corrigir erros, preservar a qualidade do papel e tornar o dia a dia de desenhar e escrever, entre papéis e anotações sobre a rica biodiversidade do Brasil, mais eficiente e prático. Assim, cada brasileiro pode aproveitar ao máximo esse item tão presente na cultura escolar do país.
