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Esse hábito alimentar simples pode reduzir riscos de infartos e AVC’s

O consumo de alimentos picantes faz parte da cultura alimentar em diversas regiões do mundo, sendo especialmente valorizado em países como China, Índia e México. No Brasil, o gosto por pratos apimentados também ocupa espaço em vários estados, com destaque para o uso de pimentas típicas, como a dedo-de-moça, malagueta, biquinho e pimenta-de-cheiro. Estudos recentes têm apontado benefícios desse hábito, com destaque para a saúde cardiovascular e cerebral. Pesquisas realizadas no centro da China, especialmente na província de Sichuan, confirmam o papel protetor do picante, relacionando sua ingestão regular à diminuição do surgimento de algumas doenças que afetam o coração e o cérebro. No contexto brasileiro, pesquisas da Universidade de São Paulo (USP) investigam o impacto do consumo de pimentas nativas, considerando a grande variedade de espécies do nosso bioma.

Nesse contexto, a presença de pratos apimentados no cotidiano não se resume ao sabor acentuado: há indícios de que compostos presentes nesses alimentos podem oferecer vantagens para o organismo. A ingestão controlada de alimentos picantes foi avaliada ao longo de um estudo com duração significativa, analisando os efeitos ao longo de mais de duas décadas. Os resultados demonstram que uma alimentação que inclui frequentemente o picante está associada à redução de determinados riscos à saúde.

Esse hábito alimentar simples pode reduzir riscos de infartos e AVC's
pimentas em fundo azul – Créditos: depositphotos.com / VadimVasenin

Como o consumo de alimentos picantes pode prevenir problemas cardíacos?

Pesquisadores identificaram que pessoas que consomem pratos apimentados com frequência apresentam menor probabilidade de desenvolver cardiopatias isquêmicas, como o infarto do miocárdio. Entre os participantes observados, aqueles que incluíam picante na dieta de seis a sete vezes por semana tiveram um risco 14% menor de enfrentar essas condições, quando comparados aos que raramente ingerem este tipo de alimento. Além disso, os resultados apontaram que o consumo moderado é mais eficaz na redução desses riscos, sugerindo que a intensidade do sabor pode interferir no benefício proporcionado.

  • 14% menos chances de desenvolver doenças cardíacas isquêmicas
  • Redução de até 12% no risco de eventos cerebrovasculares
  • Menor incidência de AVC isquêmico

Essas descobertas são especialmente relevantes considerando a prevalência elevada das doenças cardiovasculares em todo o mundo. A relação entre o consumo de alimentos picantes e a redução desses riscos se manteve consistente mesmo entre indivíduos que preferem níveis de ardência mais leves ou intermediários. Estudos atualizados apontam ainda que a inclusão de pimentas frescas pode potencializar esses efeitos benéficos para o sistema cardiovascular, já que elas concentram maior quantidade de compostos ativos. Outros estudos recentes desenvolvidos em universidades dos Estados Unidos também encontraram relações semelhantes, sugerindo que o benefício não se restringe a uma única população ou cultura específica. No Brasil, nutricionistas vêm indicando variedades como a pimenta-de-cheiro-amarela da Amazônia e a tradicional malagueta como opções ricas em capsaicina e antioxidantes, inclusive adaptadas ao clima tropical, que estimula o consumo de pratos refrescantes e coloridos, como molhos crus e saladas com pimenta.

Esse hábito alimentar simples pode reduzir riscos de infartos e AVC's
pimentas secas aproximadas – Créditos: depositphotos.com / KostyaKlimenko

O que faz o picante ser aliado da saúde cerebral?

A resposta está na capsaicina, composto bioativo presente principalmente nas pimentas, responsável por boa parte do efeito ardente. Estudos prévios e a pesquisa conduzida na China destacam que essa substância provoca a dilatação dos vasos sanguíneos e auxilia na redução da pressão arterial. A melhora do fluxo sanguíneo cerebral, promovida por esses mecanismos, pode proteger o cérebro e reduzir o risco de doenças como o acidente vascular cerebral (AVC).

Além disso, a capsaicina contribui para a modulação de mecanismos inflamatórios e oxidativos, fatores tradicionalmente vinculados ao desenvolvimento de doenças neurovasculares. Ainda que a pesquisa revele resultados animadores, especialistas reforçam que a resposta ao consumo pode variar de pessoa para pessoa, dependendo da tolerância individual e de outros fatores de saúde. Novas pesquisas sugerem que a pimenta pode ainda ter potenciais efeitos neuroprotetores, auxiliando na memória e concentração, especialmente em populações mais velhas. Há também investigações em andamento na Universidade de Pequim, explorando se há relação entre o consumo frequente de alimentos picantes e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer. No Brasil, cientistas têm avaliado se pimentas tradicionais da Caatinga e da Floresta Amazônica podem oferecer benefícios semelhantes, valorizando plantas do nosso próprio território.

Esse hábito alimentar simples pode reduzir riscos de infartos e AVC's
pimentas aproximadas – Créditos: depositphotos.com / merc67

É seguro consumir alimentos picantes todos os dias?

A dúvida sobre a quantidade ideal e a frequência com que alimentos picantes podem ser consumidos permanece aberta entre os cientistas. Enquanto o estudo aponta benefícios com o consumo regular, ainda não há consenso sobre a dose recomendada para diferentes perfis de pessoas. Vale destacar que o organismo reage de maneiras distintas e que elementos como condição pré-existente, hábitos alimentares e sensibilidade individual devem ser considerados.

  • Adaptação progressiva pode melhorar a tolerância ao picante
  • Pessoas com gastrite ou refluxo devem consultar profissionais antes de aumentar o consumo
  • Alternativas suaves de picante também apresentam benefícios

Ao escolher incluir mais alimentos picantes na alimentação diária, é importante monitorar possíveis desconfortos e considerar uma abordagem equilibrada. Consultar profissionais da saúde pode ajudar a definir a melhor estratégia para cada caso. Estudos recentes também indicam que o acompanhamento nutricional individualizado pode otimizar os efeitos benéficos do consumo de picante, especialmente em pessoas com histórico de problemas digestivos. Em clínicas de São Paulo, Recife e Manaus, por exemplo, profissionais relatam crescente procura sobre como incluir pimentas brasileiras de forma segura nas refeições diárias, levando em conta características do nosso clima quente, que favorece tanto a produção quanto o consumo dessas espécies ao longo do ano.

Considerando o cenário atual, cresce o interesse pela pesquisa sobre o impacto do picante na prevenção de doenças crônicas, especialmente no contexto de dietas diversificadas ao redor do planeta. No Brasil, com sua grande variedade de pimentas e vegetais nativos, a inclusão de sabores marcantes do nosso bioma surge como uma alternativa saborosa e potencialmente benéfica à saúde. A combinação de sabor marcante e potenciais ganhos à saúde faz dos alimentos apimentados um componente digno de atenção na mesa de quem busca aliar prazer e cuidado com o próprio corpo, respeitando as tradições e a riqueza da flora brasileira.

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