A busca por aparelhos de ar-condicionado e geladeiras que gastem menos energia e poluam menos o meio ambiente tem crescido muito. Uma das tecnologias que chamam atenção é o resfriamento elastocalórico, que ainda está em fase de teste, mas promete substituir os gases tradicionais usados na refrigeração por metais especiais, o que pode ajudar a diminuir o impacto ambiental e, no futuro, até reduzir a conta de luz das famílias.
O que é resfriamento elastocalórico e como ele funciona na prática
O resfriamento elastocalórico usa ligas metálicas com memória de forma, como as feitas de níquel e titânio. Quando essas ligas são “apertadas” ou deformadas, elas esquentam; quando a força é aliviada, elas esfriam, criando um ciclo de aquecimento e resfriamento que pode ser aproveitado para climatizar ambientes ou conservar alimentos.
Para transformar essa ideia em um equipamento real, o sistema conta com peças que apertam e soltam o metal de forma controlada, um líquido que leva o calor de um lado para o outro e uma parte eletrônica que coordena tudo. Na prática, é como o “coração” de um ar-condicionado, mas sem usar gás refrigerante poluente.

Resfriamento elastocalórico pode ser mais sustentável que o ar-condicionado comum
Um dos grandes atrativos dessa tecnologia é a possibilidade de reduzir o uso de gases como os HFCs, que contribuem para o aquecimento global quando vazam dos aparelhos. Em vez disso, o calor é transferido pelo próprio metal e por fluidos simples, como água, o que tende a ser bem menos agressivo ao meio ambiente.
Além de diminuir o uso de gases poluentes, esse tipo de sistema pode aproveitar ligas metálicas recicláveis e, em alguns testes de laboratório, tem mostrado boa eficiência energética. Veja alguns pontos que costumam ser destacados por especialistas:
- Menos gases poluentes usados na refrigeração do ar e dos alimentos.
- Possível economia de energia em comparação com aparelhos comuns, dependendo do projeto.
- Uso de metais recicláveis, facilitando o reaproveitamento no fim da vida útil do produto.
Quais são os principais desafios para essa tecnologia chegar à sua casa
Mesmo com tantos benefícios em potencial, o resfriamento elastocalórico ainda não está pronto para ser vendido em lojas. Os protótipos funcionam bem em laboratório, mas é preciso garantir que esses aparelhos durem muitos anos ligados, sem quebrarem com o esforço repetido de apertar e soltar o metal milhares de vezes por dia.
Outro desafio é o custo das ligas de níquel e titânio, que ainda é alto, e a necessidade de adaptar fábricas e normas técnicas. Por isso, a tendência é que essa tecnologia apareça primeiro em equipamentos de nicho, como aparelhos de laboratório ou sistemas compactos, antes de chegar a geladeiras e ar-condicionados residenciais.
Como pode ser o futuro da refrigeração elastocalórica no dia a dia
O caminho mais provável é que essa tecnologia avance aos poucos, começando em aplicações especiais e, com o tempo, chegue a produtos mais acessíveis. À medida que os custos de fabricação caírem e a engenharia dos aparelhos ficar mais simples e confiável, ela poderá competir diretamente com os sistemas tradicionais.
Políticas de economia de energia e redução de gases de efeito estufa também podem incentivar empresas a investir nessa inovação. Se os próximos testes confirmarem boa eficiência e durabilidade, o resfriamento elastocalórico tem chance de se tornar uma opção importante de climatização mais limpa para casas e apartamentos nas próximas décadas.

