Os latidos seletivos em cães chamam a atenção de muitas donas de casa e costumam gerar dúvida sobre o que o animal está percebendo naquele momento. Quando um cachorro late para certas pessoas e fica calmo com outras, isso tem relação com a forma como ele lê a linguagem corporal humana, usa o olfato para entender o ambiente e se lembra de experiências anteriores, boas ou ruins.
Por que o cachorro late apenas para algumas pessoas
Para entender esse comportamento, é importante lembrar que os cães se comunicam muito mais com o corpo do que com “palavras”. Eles observam postura, expressão, movimentos e o tom de voz, e o latido faz parte desse conjunto, podendo indicar alerta, insegurança, animação ou vontade de afastar algo estranho.
O cachorro que late só para algumas pessoas costuma estar reagindo a pequenos detalhes, como cheiro, jeito de andar, modo de falar ou forma de se aproximar. Cães que já passaram por situações negativas podem associar certas características físicas ou comportamentais a perigo, usando o latido como forma de proteção baseada em memórias antigas.
Como o ambiente influencia os latidos seletivos em cães
O lugar onde a interação acontece faz muita diferença na forma como o cachorro reage. Em casa, no quintal ou até no corredor do prédio, muitos cães ficam mais atentos e protetores, o que aumenta a chance de latirem para desconhecidos que se aproximam.
Em ambientes neutros, como praça ou clínica veterinária, o mesmo cão pode parecer mais calmo com pessoas estranhas. Isso acontece porque ele não sente tanta responsabilidade por “proteger” o território, ficando menos tenso e reagindo de forma mais tranquila às novidades.
Como o olfato e as emoções influenciam os latidos seletivos
O olfato do cachorro é muito mais apurado que o nosso e tem um papel central na forma como ele decide se alguém é familiar, estranho ou ameaça. Ele percebe cheiros de hormônios ligados ao estresse, suor, medicamentos, perfumes e até produtos de limpeza, e isso ajuda a “ler” o estado emocional das pessoas.
Cada pessoa também tem um cheiro próprio, resultado da alimentação, dos cosméticos e da pele. Em alguns casos, esse conjunto de odores lembra experiências positivas ou negativas do passado, fazendo com que os latidos seletivos em cães expressem reconhecimento, desconfiança ou até rejeição baseada em memória olfativa.
Como reduzir problemas causados pelos latidos seletivos em cães
Quando os latidos seletivos começam a atrapalhar a rotina da casa ou a convivência com visitas, é possível adotar alguns cuidados simples no dia a dia. A ideia não é acabar com o latido, mas ajudar o cão a reagir de forma mais equilibrada e previsível às pessoas que chegam perto.
Essas estratégias podem facilitar muito a convivência e trazer mais segurança para o cão e para a família:
- Observar gatilhos: notar em que situações o cão late mais, como tipo de pessoa, ambiente ou horário.
- Controlar a aproximação: orientar visitas a evitar toques imediatos, movimentos bruscos e olhar fixo.
- Reforçar calma: recompensar o cão quando ele se mantém mais tranquilo perto de quem antes gerava latido.
- Socializar aos poucos: apresentar novas pessoas e lugares de forma gradual, respeitando o limite do animal.
- Buscar ajuda profissional: em casos mais intensos, contar com educador ou veterinário especializado em comportamento.
