Meu nome é Patricia, tenho 33 anos, e quando descobri que estava grávida da minha primeira filha, a Sofia, decidi que queria fazer algo especial e único para ela. Sempre gostei de trabalhos manuais, mas nunca tinha me dedicado seriamente ao crochê. Foi durante a licença-maternidade da minha irmã que ela me ensinou os pontos básicos, e dali nasceu a ideia maluca de fazer o enxoval inteiro da bebê em crochê. Foram sete meses de muita dedicação, furos nos dedos, linhas embaraçadas e um resultado tão lindo que me emociono até hoje quando vejo as fotos.
Como surgiu a ideia de fazer tudo em crochê?
Eu estava no terceiro mês de gestação, navegando no Pinterest atrás de inspiração para o quartinho, quando me deparei com fotos lindas de mantas e roupinhas de crochê. Fiquei encantada com a delicadeza e o carinho que aquelas peças transmitiam. Mostrei para o meu marido e ele, sempre me apoiando nas minhas loucuras, disse: “por que você não faz?”. Foi o empurrãozinho que eu precisava.
Comecei devagar, fazendo primeiro uma mantinha pequena para treinar. Demorei duas semanas nela, desfiz mil vezes, chorei de frustração algumas vezes, mas quando terminei e vi aquela coisinha pronta, soube que ia conseguir fazer muito mais. A partir dali não parei mais, cada peça que terminava me dava mais confiança e vontade de fazer a próxima. Virou quase uma terapia durante a gravidez.
Quais peças fiz para o enxoval completo?
Minha meta era fazer pelo menos as peças principais que a Sofia ia usar nos primeiros meses. Fiz uma lista bem realista, porque sabia que não daria para fazer absolutamente tudo, ainda mais sendo minha primeira experiência séria com crochê. Foquei nas peças que tinham mais valor sentimental e que ela realmente ia usar bastante.
O enxoval completo em crochê incluiu:
- Três mantas de tamanhos diferentes: uma grande para o berço, uma média para o carrinho e uma pequena para a bolsa
- Seis pares de sapatinhos: fiz modelos diferentes, desde tênis miniatura até sapatilhas delicadas
- Quatro conjuntos de casaquinho e touca: perfeitos para os dias mais frescos
- Dois naninhas: aqueles bichinhos de crochê com paninho que o bebê usa para se acalmar
- Um móbile de berço: com estrelinhas e luas em tons pastel que ficou lindo na decoração
Como fazer um sapatinho de crochê para bebê passo a passo?
O sapatinho foi uma das primeiras peças que fiz e é perfeito para quem tá começando, porque é pequeno e você vê o resultado rápido. Vou ensinar o modelo básico que fiz várias vezes e que fica uma graça. Usei linha de algodão própria para bebê e agulha 2.0mm, mas você pode adaptar para a linha que tiver em casa.
Siga este passo a passo simples para fazer seu sapatinho:
- Materiais: separe 50g de linha de algodão para bebê, agulha de crochê 2.0mm, tesoura e agulha de tapeçaria para arremates
- Solado: faça 12 correntinhas, depois na segunda corrente a partir da agulha faça 10 pontos baixos, na última corrente faça 5 pontos baixos no mesmo ponto para virar, continue do outro lado fazendo 10 pontos baixos e finalize com ponto baixíssimo
- Laterais: faça 2 carreiras completas de ponto baixo em volta do solado inteiro, sempre finalizando cada carreira com ponto baixíssimo
- Biqueira: marque os 10 pontos centrais da frente e faça ponto baixo apenas nesses 10 pontos, virando a cada carreira, repita por 6 carreiras para formar a parte da frente do sapato
- Junção: dobre a biqueira ao meio e costure as laterais com agulha de tapeçaria, unindo ao corpo do sapatinho
- Acabamento: faça uma carreira de ponto baixo em volta da abertura, depois faça uma corrente de 40 pontos para servir de amarração, esconda todas as pontas e pronto
O que aprendi fazendo o enxoval todo sozinha?
A primeira grande lição foi ter paciência comigo mesma. No começo eu me cobrava muito para as peças ficarem perfeitas, mas com o tempo entendi que o charme do feito à mão é justamente não ser perfeito. Cada ponto torto, cada emenda aparente, tudo isso faz parte da história daquele enxoval. São marcas do amor e da dedicação que coloquei em cada peça, e isso não tem preço.
Também aprendi que crochê exige postura correta, senão as costas reclamam horrores. Tive que fazer pausas frequentes, alongar e às vezes deixar o trabalho de lado por uns dias quando sentia que tava forçando muito. Outro aprendizado foi não tentar fazer tudo de uma vez. Estabeleci metas semanais realistas e comemorava cada peça finalizada. O maior erro que cometi foi comprar linha demais no início, achando que ia precisar de muito mais do que realmente usei. Sobrou linha para fazer peças para a Sofia até os dois anos de idade.
