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O erro mais comum na hora de adubar pode estar matando sua planta

Entre os cuidados essenciais para garantir o desenvolvimento saudável das plantas, a escolha do abono adequado desempenha um papel fundamental. No contexto brasileiro, marcado por uma rica diversidade de biomas e variações climáticas, da Amazônia à Caatinga, passando pelo Cerrado e pela Mata Atlântica, é importante considerar as necessidades específicas da flora local. O ambiente doméstico ou mesmo o solo dos jardins pode não suprir todas as necessidades nutricionais das espécies vegetais ao longo do tempo, especialmente em regiões de solos naturalmente pobres em nutrientes, como muitos solos tropicais brasileiros. Por essa razão, a aplicação regular de fertilizantes é necessária para manter o solo fértil e favorecer o florescimento e o crescimento vigoroso das plantas, sejam elas espécies nativas como jabuticabeiras, ipês e bromélias, ou cultivos tradicionais como hortaliças e frutíferas tropicais.

Na natureza, as plantas obtêm seus nutrientes por meio da decomposição de matéria orgânica, como folhas e restos de galhos, ou da presença de minerais disponíveis no solo. Entretanto, quando cultivadas em vasos ou ambientes restritos, especialmente em apartamentos muito comuns nas cidades brasileiras, essa dinâmica é alterada, tornando imprescindível o uso de adubos para repor os nutrientes essenciais que se esgotam gradualmente do substrato.

O que é e para que serve o abono para plantas?

Abono, também conhecido como fertilizante, é toda substância adicionada ao solo ou substrato com o objetivo de melhorar sua fertilidade. No Brasil, o uso de matéria orgânica como esterco de curral ou húmus de minhoca é bastante disseminado nas áreas rurais e também em hortas urbanas comunitárias. Em muitas regiões brasileiras, é comum utilizar também cinzas de fogão a lenha, restos de mandioca ou até compostos feitos com materiais típicos como casca de banana e borra de café, valorizando recursos locais e práticas tradicionais. De maneira geral, o principal propósito de um adubo é oferecer às plantas os elementos fundamentais para seu desenvolvimento: nitrogênio, fósforo e potássio. Cada um desses nutrientes exerce funções específicas no metabolismo vegetal, influenciando desde a formação de folhas até o fortalecimento das raízes e o surgimento de flores. Por exemplo, o nitrogênio favorece o verde intenso das folhagens, enquanto o fósforo é essencial para o florescimento e a frutificação tão apreciados em plantas como a acerola ou o maracujá, típicas do Brasil.

Além dos chamados macronutrientes, existem ainda os micronutrientes, como ferro, zinco, magnésio e cálcio. Em menor quantidade, esses elementos participam de processos que asseguram a vitalidade da planta. O segredo está no equilíbrio: a escolha do fertilizante ideal considera as necessidades específicas de cada tipo de planta, evitando excessos ou carências que prejudicam sua saúde. Muitas plantas brasileiras, como algumas orquídeas nativas, são sensíveis ao excesso de adubo químico, valorizando práticas de adubação mais leves e naturais.

desde a formação de folhas até o fortalecimento das raízes – Créditos: depositphotos.com / tastyfood

Quais os principais tipos de abono existentes?

Existem diversas categorias de fertilizantes disponíveis, sendo possível classificá-los de acordo com sua composição e origem. De forma geral, podem ser divididos em duas grandes famílias:

  • Abonos orgânicos: Produzidos a partir de materiais naturais, como esterco de gado ou galinha, compostos vegetais (folhas secas e restos de alimentos) e até resíduo de cana-de-açúcar e bagaço de frutas, muito comuns no Brasil. Possuem liberação lenta de nutrientes e contribuem para melhorar a estrutura do solo, aumentando a capacidade de retenção de água, especialmente importante no clima tropical. Além disso, são valorizados nos quintais, chácaras e sítios brasileiros pela possibilidade de reaproveitamento dos resíduos, promovendo sustentabilidade nas práticas agrícolas.
  • Abonos minerais ou químicos: São elaborados industrialmente e oferecem nutrientes em proporções definidas, com ação mais rápida. No mercado brasileiro, fórmulas como NPK 10-10-10 ou 04-14-08 são bastante utilizadas, principalmente para cultivo de frutas típicas e hortaliças. São indicados para situações em que é necessário corrigir deficiências imediatas de nutrientes. Nas regiões produtoras de hortifruti, como no Sudeste e Sul do Brasil, seu uso é bastante difundido para garantir produtividade, inclusive em cultivos de grande escala.

Além da composição, a forma de aplicação também varia. Encontram-se fertilizantes sólidos, líquidos e até em bastões. A escolha depende do contexto e da necessidade das espécies cultivadas, tornando o processo de adubação mais assertivo. Também vale destacar que novos tipos de fertilizantes, como os orgânicos enriquecidos com micro-organismos, estão surgindo no mercado brasileiro, inclusive com bactérias benéficas conhecidas por potencializar o desenvolvimento de culturas na agricultura tropical. A utilização de biofertilizantes, como o chorume de composto orgânico, também tem ganhado força principalmente na agricultura familiar e em projetos de permacultura. No Nordeste, por exemplo, produtores vêm investindo cada vez mais em técnicas naturais para revitalizar solos empobrecidos pelas secas, utilizando recursos orgânicos disponíveis na própria região.

Como escolher o abono ideal para cada planta?

Selecionar o tipo correto de fertilizante requer atenção a alguns fatores importantes. Primeiramente, é fundamental observar as exigências da espécie cultivada. Plantas de interior como o antúrio, hortaliças como couve e alface, flores como a helicônia ou árvores frutíferas como o cajueiro demandam nutrientes em quantidades diferentes ao longo de seu ciclo de vida, muito influenciados pelo clima brasileiro, com primavera-verão úmidos e invernos secos na maior parte do território.

  1. Verificar a fase de desenvolvimento da planta: Mudas em crescimento exigem mais nitrogênio, enquanto o fósforo estimula o florescimento e a frutificação, fundamental para espécies como a jabuticaba, manga e goiaba. Muitas culturas típicas do Brasil, como a pitaya e a acerola, têm resposta diferenciada à aplicação de adubos em cada fase.
  2. Analisar as condições do solo: Solos arenosos do litoral, argilosos do Cerrado ou compactados, comuns em áreas urbanizadas, respondem de formas distintas à adubação. Em áreas do semiárido, por exemplo, adaptar o tipo de adubo e a irrigação é essencial para superar a escassez de água e nutrientes.
  3. Considerar a periodicidade: Cada tipo de adubo possui um intervalo ideal de aplicação para evitar acúmulo de nutrientes. No clima quente e chuvoso, frequente em boa parte do Brasil, o adubo pode ser lixiviado, exigindo aplicações mais frequentes. Já em períodos secos, é importante regar antes de fertilizar para não queimar as raízes.
  4. Adequar a aplicação às condições climáticas: Altas temperaturas e chuvas intensas, características do verão brasileiro, podem interferir na eficácia da adubação, assim como as estiagens típicas do inverno no Sudeste e Centro-Oeste. Plantas do Cerrado, como o pequi, têm adaptações que exigem estratégias especiais de adubação em solo ácido ou pobre.

Com base nesses cuidados, torna-se possível proporcionar às plantas o suporte nutricional necessário, promovendo vitalidade e resistência contra pragas e doenças. Vale lembrar que muitas plantas nativas do Brasil, como bromélias ou orquídeas, possuem necessidades próprias e podem exigir adubações específicas para florescer e demonstrar todo seu potencial ornamental.

O erro mais comum na hora de adubar pode estar matando sua planta
podem exigir adubações específicas para florescer – Créditos: depositphotos.com / EdZbarzhyvetsky

Quando e como aplicar o fertilizante corretamente?

Existe um momento adequado para garantir que a adubação seja realmente eficaz. Especialistas recomendam que o processo seja realizado preferencialmente na época de maior crescimento das plantas, geralmente na primavera e verão no Brasil, período de temperatura alta e chuvas mais frequentes. Antes de aplicar o fertilizante, o solo deve estar umedecido para facilitar a absorção dos nutrientes.

  • Adubos líquidos podem ser dissolvidos na água e aplicados diretamente durante a rega, práticos para varandas e jardins em grandes cidades brasileiras, especialmente em apartamentos onde o espaço é limitado.
  • Fertilizantes granulares são espalhados na superfície do solo e incorporados levemente, ideais para hortas caseiras e áreas externas, comuns em casas brasileiras com quintal.
  • Bastões são uma opção prática, podendo ser inseridos próximos às raízes e usados, por exemplo, em vasos de samambaias e palmeiras nativas, plantas típicas em muitos lares brasileiros.

No manejo das plantas, o abono correto representa um investimento contínuo na saúde e longevidade do jardim, horta ou pomar brasileiro. Quando escolhido e aplicado adequadamente, permite que as espécies se desenvolvam plenamente, exibam flores e frutos de maneira equilibrada e apresentem resistência às adversidades ambientais, como períodos secos ou surtos de pragas comuns em nosso clima tropical. Valorizar a diversidade de práticas agrícolas brasileiras, adaptadas às condições do nosso país, é fundamental para garantir a saúde e a beleza das plantas, do Norte ao Sul do Brasil.

O erro mais comum na hora de adubar pode estar matando sua planta
na época de maior crescimento das plantas – Créditos: depositphotos.com / VitalikRadko
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