Durante o cuidado diário de cães, a preocupação com a alimentação vai além das escolhas de ração e petiscos. Muitas pessoas não têm conhecimento pleno dos perigos escondidos em alguns alimentos comuns do cotidiano humano, que podem comprometer gravemente a saúde dos pets. Entender quais itens devem ser completamente evitados é essencial para preservar a integridade física e o bem-estar dos cães, considerando que certos ingredientes facilmente encontrados nas cozinhas brasileiras representam ameaças silenciosas à saúde animal.
Nem todo alimento saudável para humanos é adequado para cachorros, pois o metabolismo canino possui particularidades biológicas que tornam algumas substâncias potencialmente letais. Alimentos que parecem inofensivos, como frutas e vegetais, podem desencadear desde leves desconfortos gastrointestinais até situações de emergência veterinária. Observar os sinais e estar atento ao que o animal consome contribui para prevenir intoxicações e possíveis complicações graves.

Quais são os alimentos proibidos para cães?
Entre os diversos itens que devem ser mantidos longe do alcance dos cães, alguns se destacam pelo alto risco de toxicidade. As uvas, por exemplo, comuns no Brasil, especialmente durante festas de fim de ano, são frequentemente oferecidas sem saber que, mesmo em pequenas quantidades, elas podem provocar insuficiência renal aguda nos pets. Outro alimento perigoso é a cebola, bastante presente na culinária brasileira, no preparo de arroz, feijão, carnes e diversos refogados. Ela contém tiossulfato, capaz de causar anemia severa ao destruir os glóbulos vermelhos dos cachorros, levando a sintomas como apatia, palidez nas gengivas e batimentos cardíacos acelerados.
O alho também integra a lista de alimentos problemáticos. Algumas pessoas acreditam em seu potencial terapêutico quando utilizado em doses mínimas. No entanto, quantidades superiores às orientadas por veterinários podem resultar em distúrbios gastrointestinais e anemias perigosas, tornando o consumo arriscado e desaconselhado sem orientação profissional. Já o chocolate, muito apreciado em festas juninas e Páscoa, é altamente nocivo. Enquanto seres humanos conseguem digerir a teobromina presente no chocolate, cães não metabolizam essa substância adequadamente, o que pode levar a tremores, vômitos, arritmias cardíacas e, em casos extremos, ao óbito. Além destes, alimentos como nozes de macadâmia (embora menos comuns no Brasil que castanhas nativas), álcool, massas cruas com fermento e café também representam sérios riscos e devem ser evitados completamente.

Por que o abacate deve ser evitado?
O abacate, conhecido e amplamente cultivado no território brasileiro, ganha notoriedade em diferentes dietas humanas, porém é considerado perigoso para cachorros devido à presença de persina. Essa substância pode desencadear reações como vômitos, diarreia e dificuldade respiratória nos animais, mesmo em pequenas porções. Deixar alimentos com abacate ao alcance do animal de estimação pode resultar em intoxicação rápida, exigindo intervenção veterinária imediata. Além disso, não apenas a polpa, mas também o caroço e a casca do abacate apresentam riscos à saúde dos cães. Entre outras frutas do Brasil que merecem atenção, a carambola, por exemplo, também pode causar intoxicação devido à presença de caramboxina, exigindo cuidado dobrado em casas com quintais ou sítios no país.

O que fazer se o cão ingerir um desses alimentos?
Diante da ingestão acidental de qualquer um desses itens, a recomendação é buscar auxílio veterinário o quanto antes. Cada caso exige avaliação detalhada com base no histórico do animal e sintomas apresentados, como fraqueza, vômitos ou alterações respiratórias. O veterinário orienta a melhor conduta, que pode incluir administração de medicamentos específicos, indução ao vômito ou internação, dependendo da gravidade. Nunca se deve tentar soluções caseiras sem orientação técnica, pois isso pode agravar o quadro clínico do cão. Em casos de emergência, mantenha a calma e reúna informações sobre o que foi ingerido e em que quantidade para informar ao profissional.
- Evite deixar alimentos perigosos em locais acessíveis aos animais;
- Mantenha uma rotina alimentar adequada, seguindo as recomendações do veterinário;
- Observe quaisquer alterações de comportamento após a ingestão de itens suspeitos;
- Em caso de emergência, procure atendimento especializado sem delay;
- Eduque todos que convivem com o cão sobre os riscos de oferecer restos de comida;
- Em áreas com muita vegetação brasileira, cuide para que o cão não tenha acesso a frutas silvestres desconhecidas, como frutos de plantas ornamentais ou do cerrado, que também podem ser tóxicas.
Garantir uma alimentação segura é um dos pilares para a longevidade e qualidade de vida dos cachorros. Seguindo orientações profissionais e evitando alimentos potencialmente tóxicos, é possível promover mais saúde e tranquilidade aos animais de estimação, especialmente considerando a variedade de alimentos e frutas típicas do Brasil e as particularidades do clima tropical que favorecem o acesso a plantas e frutas de jardins e quintais por todo o país.