Reconhecido há séculos tanto pelo sabor marcante quanto pelas propriedades medicinais, o alho é um ingrediente básico em diversas cozinhas ao redor do Brasil. No entanto, poucas pessoas sabem que o modo de preparo desse alimento pode impactar diretamente o aproveitamento de seus nutrientes e compostos ativos. Em 2025, pesquisas reforçam que pequenos ajustes ao cozinhar o alho fazem toda a diferença para garantir seus benefícios à saúde.
Muitas vezes utilizado para realçar pratos típicos brasileiros, do feijão com arroz às tradicionais moquecas e farofas, o alho possui substâncias que contribuem para a saúde cardiovascular e apresentam efeito antioxidante. Porém, a exposição a altas temperaturas pode reduzir consideravelmente o potencial dessas propriedades. Este artigo explora como conservar os benefícios do alho por meio de técnicas simples e eficazes, tornando possível obter o máximo desse alimento no dia a dia. Inclusive, centros culinários em cidades como São Paulo e também em regiões onde a culinária é fortemente influenciada pela flora regional, como o Cerrado e a Amazônia, vêm promovendo oficinas para ensinar boas práticas no preparo do alho.
O que faz o alho ser tão especial para a saúde?
Entre os principais compostos encontrados no alho, destaca-se a alicina, formada quando o dente de alho cru é cortado, prensado ou picado. Essa substância está relacionada a diversos efeitos positivos, como propriedades antibióticas, ação anti-inflamatória e capacidade antioxidante. O alho também contém diversos micronutrientes, incluindo vitaminas do complexo B, vitamina C, manganês, selênio e outros antioxidantes naturais. Outras pesquisas recentes sugerem que o consumo regular de alho pode atuar na redução do colesterol LDL e da pressão arterial, ampliando ainda mais sua importância na dieta, especialmente em meio ao clima tropical, onde pratos frescos e leves são presença constante.
No entanto, o potencial funcional do alho depende diretamente de como ele é preparado antes de ser consumido. Diferentes métodos culinários podem intensificar ou reduzir drasticamente a formação dos compostos benéficos, influenciando os efeitos no corpo. Um estudo realizado na Universidade de Harvard (Harvard University), por exemplo, destacou essas variações em cozinhas internacionais e também notou adaptações na culinária brasileira, como o uso do alho cru em molhos para saladas tropicais com ingredientes típicos como o azeite de dendê ou o limão-cravo, muito presentes em nossa flora.

Como consumir alho para manter suas propriedades?
Poucas pessoas sabem que o cozimento convencional, como fritar, saltear ou ferver, pode degradar os compostos mais importantes do alho, como a alicina. Quando submetido a essas técnicas, o alho perde grande parte do seu valor nutricional, reduzindo o efeito protetor para o organismo. Assim, para conservar ao máximo as propriedades desse alimento, é recomendado consumir alho cru ou minimamente processado.
- Amassar ou picar o alho em frio: Esse procedimento ativa a produção da alicina, potencializando seu efeito protetor.
- Deixar o alho descansar entre 10 e 15 minutos após picado ou amassado antes de misturá-lo na comida quente. Esse tempo é suficiente para que os compostos benéficos se desenvolvam plenamente, permanecendo ativos mesmo após breve contato com o calor.
- Adicionar o alho apenas ao final do preparo de sopas, caldos e guisados típicos brasileiros, como o bobó de camarão ou o caldo verde adaptado com ingredientes do cerrado, evitando alta exposição ao calor.
Como incluir alho no cotidiano sem perder nutrientes?
Incorporar o alho à alimentação cotidiana pode ser feito de maneiras simples, garantindo suas virtudes nutricionais. Algumas ideias práticas são amplamente aplicadas na alimentação dos brasileiros e também em países como Itália:
- Temperos e molhos: Alho cru pode ser misturado em vinagretes (ótimos para acompanhar churrascos típicos do Sul e Sudeste), maioneses caseiras ou cremes de ervas frescas, como salsinha, cebolinha e coentro colhidos em hortas tropicais.
- Saladas: Fatias finas de alho podem ser adicionadas a saladas cruas e tropicais, preparadas com ingredientes típicos como tomate, maxixe, abobrinha ou até folhas de ora-pro-nóbis, valorizando nossa biodiversidade.
- Finalização de pães: Uma alternativa nutritiva é esfregar alho cru em pão francês ou em fatias de pão de queijo levemente torrados com azeite de oliva ou óleo de baru, ingrediente extraído do Cerrado brasileiro.
- Guisados e caldos: Adicionar o alho apenas no fim do preparo mantém suas propriedades, especialmente quando foi previamente deixado em repouso. Essa técnica é bastante útil em caldos de mandioca, mocotó ou pirão de peixe, típicos de várias regiões do país.
Essa abordagem permite que o alho desempenhe seu papel de destaque tanto no sabor quanto na oferta de substâncias protetoras à saúde, promovendo uma alimentação mais equilibrada. Recentemente, nutricionistas ressaltam também o uso do alho em pastas e patês crus, permitindo a ingestão regular desse alimento sem perder seus compostos funcionais. Em grandes eventos como a Feira Mundial de Nutrição de 2025, chefs brasileiros demonstraram receitas inovadoras usando alho cru de maneira criativa, inclusive associando-o a ingredientes nativos, como cheiro-verde, pimenta-biquinho, cumaru e até algumas variedades de castanhas da flora nacional.

Por que esperar antes de cozinhar o alho faz diferença?
Especialistas destacam que deixar o alho picado ou amassado “descansar” durante alguns minutos antes de cozinhar é um procedimento simples, porém fundamental. O intervalo de 10 a 15 minutos viabiliza a interação das enzimas presentes no alimento, estimulando a produção máxima de alicina, mesmo que o alho seja posteriormente submetido ao aquecimento. Essa característica faz com que até mesmo as receitas cozidas possam se beneficiar dos efeitos do alho, desde que respeitado esse tempo de espera.
Pequenos gestos na cozinha, como cortar o alho e aguardar antes de utilizá-lo, garantem o máximo aproveitamento dos nutrientes. Esta dica, orientada por pesquisas recentes, pode ser incorporada com facilidade, elevando o valor nutricional das refeições tradicionais — destacando desde a culinária do Norte, com pratos à base de peixes amazônicos, até a comida caipira das regiões do interior.
Portanto, ao escolher como preparar o alho, é possível potencializar seus benefícios sem comprometer o sabor dos pratos. Adaptar a rotina culinária e conhecer o modo de preparo mais indicado colaboram para uma alimentação mais saudável, aproveitando de forma integral esse ingrediente milenar e seus destacados atributos nutricionais, sempre respeitando as riquezas do clima e da flora brasileira.
