no

O que você precisa saber para proteger seus filhos enquanto compartilha fotos nas redes sociais

A crescente preocupação com a segurança infantil digital tem levado muitos responsáveis brasileiros a repensar a exposição de fotos de crianças nas redes sociais. O avanço das tecnologias de inteligência artificial, especialmente as capazes de manipular imagens, apresenta novos desafios, tornando a decisão de publicar imagens de menores na internet cada vez mais complexa. Na era das mídias sociais, discutir os impactos e perigos dessa prática é essencial, especialmente em um país tão conectado como o Brasil, onde a partilha de momentos familiares é parte importante da cultura digital e do convívio social.

A partir de 2024, observou-se um aumento significativo na adesão de pais e mães que optam por não divulgar imagens de seus filhos em plataformas digitais. Essa mudança reflete uma resposta não só ao medo de coleta e uso indevido de dados pessoais por terceiros, mas principalmente ao surgimento de aplicativos que geram imagens falsas ou ultrarrealistas, como os chamados ultrafalsos, que podem ser produzidos a partir de uma simples fotografia compartilhada online. Entre os aplicativos que popularizaram o uso indevido dessas imagens, destaca-se o DeepNude, que gerou grande repercussão internacional antes de ser retirado oficialmente do ar, mas que teve clones desenvolvidos em diferentes países, inclusive versões que circulam em grupos de aplicativos de mensagens brasileiros, ampliando a preocupação sobre o controle global dessas ferramentas.

O que você precisa saber para proteger seus filhos enquanto compartilha fotos nas redes sociais
criança tirando fotos – Créditos: depositphotos.com / assumption111

Quais são os principais riscos de publicar fotos de crianças na internet?

A divulgação de imagens de menores pode expô-los a diversos perigos, muitos dos quais são agravados pelas facilidades da inteligência artificial. Um dos maiores riscos é a criação de imagens falsas, inclusive de teor sensível, que podem circular rapidamente na web, dificultando rastreamento e exclusão permanente. Além disso, informações aparentemente inofensivas, como aniversários ou localizações, seja na escola, em viagens para ecossistemas típicos como a Mata Atlântica, o Cerrado ou mesmo praias brasileiras durante o verão, podem ser utilizadas por pessoas mal-intencionadas para fins de engenharia social ou outros crimes virtuais.

Outro elemento preocupante é o chamado sharenting, termo utilizado para descrever a exposição excessiva de informações de crianças feita por seus responsáveis nas redes sociais. Essa prática, comum desde os primórdios das plataformas de compartilhamento de fotos, tem sido cada vez mais questionada diante dos avanços tecnológicos, que ampliam a possibilidade de uso inadequado do conteúdo. Segundo especialistas da Unicef, a proteção à imagem e à privacidade das crianças deve ser ampliada com campanhas de informação e legislação coordenada entre países. No Brasil, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a própria Lei Geral de Proteção de Dados reforçam a necessidade de olhar atento sobre o tema.

O que você precisa saber para proteger seus filhos enquanto compartilha fotos nas redes sociais
crianças tirando fotos – Créditos: depositphotos.com / jolopes

Como a inteligência artificial influencia a privacidade das crianças?

A popularização de ferramentas de inteligência artificial generativa tornou relativamente simples para qualquer usuário manipular imagens e criar conteúdos ultrarrealistas. Aplicativos conhecidos como nudificadores, por exemplo, permitem gerar imagens falsas de nudez de qualquer pessoa a partir de uma foto. O acesso fácil e baixo custo dessas tecnologias ampliam seu alcance, representando um perigo imediato para a privacidade de crianças e adolescentes brasileiros até em cidades pequenas ou comunidades do interior.

Mesmo com leis mais rigorosas e iniciativas de grandes empresas de tecnologia para limitar esses usos, a legislação ainda enfrenta obstáculos, especialmente quando os serviços são hospedados fora do país. Isso significa que, na prática, qualquer imagem compartilhada pode ser capturada por terceiros e manipulada sem consentimento, trazendo consequências emocionais e sociais às vítimas. Algumas entidades e organizações internacionais têm trabalhado para viabilizar colaborações transfronteiriças que facilitem a remoção de conteúdos ilícitos, como a recente ação conjunta da Europol e da Interpol. Os efeitos dessas iniciativas, no entanto, ainda são limitados e exigem regulamentação mais uniforme em diferentes jurisdições. Além disso, legislações como o Regulamento Geral de Proteção de Dados na União Europeia e a Lei Geral de Proteção de Dados no Brasil demonstram a preocupação crescente dos governos com a temática, ainda que desafios tecnológicos e jurídicos persistam.

O que você precisa saber para proteger seus filhos enquanto compartilha fotos nas redes sociais
pessoas em montanhas – Créditos: depositphotos.com / BalkansCat

É possível proteger crianças sem parar de usar redes sociais?

Embora o risco zero não exista, adotar práticas seguras para compartilhar imagens pode atenuar os perigos. Utilizar contas privadas e restringir o acesso a amigos próximos é uma medida que, apesar de não ser infalível, ainda proporciona um grau de proteção. Também é recomendável evitar a divulgação de detalhes sensíveis, como datas de aniversário completas ou localizações frequentes das crianças, por exemplo, evitar marcar escolas, clubes esportivos ou locais conhecidos de lazer, como praias paradisíacas do litoral brasileiro ou trilhas em áreas de Cerrado e Floresta Amazônica.

  1. Prefira aplicativos de mensagens criptografadas para compartilhar fotos familiares, como o Signal ou o WhatsApp, muito utilizados no Brasil.
  2. Mantenha álbuns digitais restritos a pessoas de confiança, utilizando serviços como iCloud ou Google Fotos, lembrando que a maioria das famílias brasileiras já utiliza smartphones para registrar momentos simples do dia a dia, como festas juninas, aniversários em meio ao calor tropical ou passeios à natureza local.
  3. Evite publicar informações que possam facilitar a identificação e localização da criança.
  4. Converse com escolas e outras instituições para garantir a proteção de imagens durante eventos e atividades públicas, como festividades escolares, passeios culturais e encontros esportivos regionais.

Adicionalmente, vale lembrar que mesmo redes particulares podem não ser completamente seguras, pois incidentes de acesso indevido por conhecidos já foram registrados. Portanto, repensar cada postagem e entender as possíveis consequências torna-se fundamental na rotina digital das famílias brasileiras, que muitas vezes compartilham fotos aproveitando festas típicas, como o Carnaval ou o São João, e paisagens regionais. É importante destacar, ainda, o papel de iniciativas como a SaferNet Brasil, entidade que oferece orientação para casos de vazamentos e denúncias em plataformas digitais. Algumas outras organizações, como o Disque 100 e o Ministério dos Direitos Humanos, também desempenham papel relevante no suporte a vítimas de crimes virtuais envolvendo menores.

  • Monitoramento contínuo das configurações de privacidade nas plataformas digitais, ação importante para quem compartilha rotinas desde cidades grandes, como Rio de Janeiro ou São Paulo, até comunidades do Norte e Nordeste.
  • Educação digital de crianças e adolescentes para identificar riscos e comportamentos inadequados online, recomendada por organizações como o Unicef, o ECA e valorizada em projetos escolares brasileiros.
  • Busca por orientação profissional em casos de vazamento ou uso indevido de fotos.

O debate sobre o compartilhamento de imagens de crianças nas redes sociais é atual e multifacetado. O desenvolvimento de novas tecnologias, embora traga benefícios para a comunicação e interação, também exige atenção redobrada à segurança e à privacidade. Diante do cenário de 2025 e do contexto nacional, preservar o bem-estar digital das crianças passou a ser prioridade para famílias, escolas e toda a sociedade conectada, que valoriza a convivência em meio à rica biodiversidade, aos laços comunitários e ao calor humano, características tão marcantes do Brasil.

O segredo para ter uma samambaia exuberante e saudável em sua casa

O segredo para ter uma samambaia exuberante e saudável em sua casa

Transforme a decoração da sua casa com uma capa de crochê para seu vaso sanitário

Transforme a decoração da sua casa com uma capa de crochê para seu vaso sanitário