Em Portugal, o peixe é um alimento frequente no cardápio, sendo consumido amplamente em diferentes regiões e em diversas épocas do ano. O costume de saborear frutos do mar está fortemente enraizado na cultura alimentar local e apresenta vantagens notáveis para quem convive com o diabetes. A Associação Portuguesa de Nutrição e outras entidades reconhecem o consumo regular de peixe como um hábito promotor da saúde, especialmente para pessoas que buscam controlar a glicemia e reduzir riscos cardiovasculares.
No contexto mundial, a procura pelo peixe tem crescido devido ao reconhecimento de seus benefícios nutricionais e ao papel dos ácidos graxos essenciais presentes em algumas espécies. A preferência por este tipo de alimento ultrapassa questões culturais, tornando-se uma escolha recomendada para quem procura alternativas menos prejudiciais quando comparadas à carne vermelha e processada. O pescado ocupa, assim, um lugar de destaque em dietas equilibradas, principalmente entre quem necessita cuidar do sistema metabólico. Nos últimos anos, a Organização Mundial da Saúde também tem feito diversas campanhas alertando sobre a importância do consumo frequente de peixe para prevenir doenças crónicas, reforçando estes benefícios a nível global.
Por que o peixe é considerado uma boa escolha para diabéticos?
Para diabéticos, manter um plano alimentar adequado é fundamental no controle das taxas de açúcar no sangue e na prevenção de complicações associadas à doença. O peixe se destaca como fonte de proteína magra, pobre em gordura saturada e rico em nutrientes essenciais para o funcionamento do organismo. Sua composição traz elementos que favorecem a regulação da glicose e o bom funcionamento do sistema cardiovascular, áreas frequentemente afetadas pela diabetes tipo 1 e tipo 2.

Quais os principais benefícios do peixe para quem tem diabetes?
O consumo frequente de peixe proporciona uma série de impactos positivos para a saúde de quem lida com diabetes. Alguns dos pontos de destaque envolvem:
- Aporte de proteínas e vitaminas: Peixes são fontes ricas de proteína de alto valor biológico, vitamina D e ômega-3, nutrientes indispensáveis à manutenção muscular, crescimento e imunidade.
- Redução do risco cardiovascular: Estudos mostram que pessoas com diabetes possuem maior risco de desenvolver problemas no coração. Os ácidos graxos ômega-3 encontrados principalmente em peixes gordos contribuem para a diminuição dos níveis de triglicerídeos e colesterol, ajudando a proteger o sistema cardiovascular.
- Melhora no controle glicêmico: O peixe contém pouco carboidrato, o que auxilia na estabilização da glicemia. O consumo de ômega-3 favorece a sensibilidade à insulina, colaborando no controle do açúcar no sangue.
- Apoio à saúde durante a gestação: Mulheres grávidas têm maior propensão a desenvolver diabetes gestacional. O pescado não só contribui para a estabilidade dos níveis de insulina, como oferece micronutrientes importantes, como ferro, cálcio e ácido fólico, essenciais para o desenvolvimento do feto.
- Prevenção da neuropatia diabética: Vitaminas do complexo B, fósforo e vitamina D são nutrientes presentes em vários tipos de peixe e auxiliam na proteção dos nervos, ajudando a evitar complicações como a neuropatia.
Além disso, diretrizes recentes apresentadas pela American Diabetes Association recomendam o consumo regular de peixes ricos em ômega-3 como parte de uma dieta equilibrada para pessoas diabéticas, enfatizando o seu papel na prevenção de inflamações e doenças metabólicas.
Quais tipos de peixe são recomendados para diabéticos?
Na escolha do melhor peixe, recomenda-se dar preferência àqueles ricos em ácidos graxos ômega-3. Espécies como salmão, sardinha, atum, cavala, truta e anchova se destacam por concentrarem essa gordura benéfica para o sistema cardiovascular e metabólico. Segundo especialistas, a ingestão recomendada é de duas a três porções de peixe gordo por semana.
Além dos peixes gordos, espécies consideradas semi-gordas, como robalo e dourada, também oferecem benefícios e podem complementar o cardápio sem comprometer a saúde. Já peixes magros, como linguado, pescada, tamboril e bacalhau, apresentam teores mais baixos de ômega-3, porém entregam proteínas e vitaminas essenciais.
É importante variar entre diferentes espécies de peixe, pois cada uma entrega combinações específicas de nutrientes como selênio, zinco e vitaminas do complexo B, importantes para pessoas com diabetes. A Fundação Portuguesa de Cardiologia destaca que uma dieta variada, com diferentes espécies de peixe, contribui para a obtenção de um perfil nutricional mais diversificado e protetor.

Como fazer a melhor escolha e preparação do peixe?
Ao adquirir peixe, é aconselhável estar atento à procedência e aos níveis de mercúrio presentes em algumas espécies, principalmente em peixes predadores, como tubarão e espadarte. O mercúrio, quando acumulado em excesso no organismo, pode causar danos ao sistema nervoso e afetar crianças pequenas e mulheres grávidas. Por isso, a escolha consciente deve ser um passo importante na rotina alimentar. Informações atualizadas sobre teores de mercúrio em diferentes espécies podem ser consultadas nos sites oficiais da Direção-Geral da Saúde e da European Food Safety Authority.
O modo de preparo influencia diretamente o valor nutricional do peixe consumido. Métodos como grelhar, cozinhar ao vapor ou assar ajudam a preservar os nutrientes e evitam o excesso de gordura saturada. Pratos fritos ou empanados, além de aumentarem o teor calórico, podem não ser a melhor opção para quem maneja o diabetes.
- Opte por peixes frescos ou congelados com boa aparência e odor suave;
- Evite sauces e molhos muito calóricos na preparação;
- Inclua acompanhamentos ricos em fibras, como legumes e verduras, para um prato completo.
De modo geral, inserir variedades de peixe no cardápio semanal representa uma estratégia eficiente para quem vive com diabetes. Além de contribuir para o bem-estar geral, o pescado ajuda a manter uma alimentação equilibrada, trazendo sabor e praticidade às refeições diárias. O cuidado com as escolhas e o preparo potencia ainda mais os efeitos positivos desse alimento, beneficiando não apenas diabéticos, mas todos aqueles que buscam uma vida mais saudável.
