Levar um cachorro para passear pode ser o momento mais aguardado do dia, porém, para muitos tutores, esta simples tarefa se transforma em um verdadeiro teste de paciência devido ao comportamento do animal de puxar a guia com força. Esse hábito, além de tornar o passeio desconfortável, pode gerar situações de risco tanto para o cão quanto para quem o acompanha, principalmente em locais com movimento intenso de pessoas ou veículos, como em cidades grandes como São Paulo.
Na maioria das vezes, cães puxam a coleira por motivos variados, como entusiasmo ao explorar novos ambientes, excesso de energia acumulada ou até mesmo curiosidade diante de sons, aromas e movimentos ao redor. Frequentemente, os cães não aprenderam que caminhar ao lado do guia é o comportamento esperado e, por não receberam orientação adequada, associam o passeio a um momento de correria e ansiedade.
Por que os cães puxam a guia ao passear?
O comportamento de puxar a coleira é resultado direto do instinto natural dos cães somado à energia reprimida. Muitos cães só saem de casa para passear, o que amplia a excitação no momento em que sentem a coleira, transformando o ritual de colocar a guia em um verdadeiro disparo de ânimo. Junto a isso, o impulso de investigar o ambiente externo contribui para que o animal não preste atenção à velocidade e ao ritmo do tutor.
Outro fator que influencia é a associação da guia com restrição. Se, ao puxar, o tutor responde com trancos ou impaciência, o passeio pode se tornar uma experiência negativa. Especialistas apontam que a comunicação inadequada, como puxar bruscamente a coleira, pode provocar sensação de desconforto, medo ou até mesmo causar lesões físicas, especialmente em cães de porte pequeno ou com características anatômicas delicadas.
Segundo profissionais como Alexandre Rossi, referência em comportamento animal no Brasil, é essencial compreender a motivação do cachorro para que a abordagem durante o passeio seja personalizada. Em cidades agitadas como Rio de Janeiro, onde há muitos estímulos, esse comportamento tende a ser ainda mais frequente.
O que fazer quando o cachorro puxa demais durante o passeio?
Mudar o comportamento do animal exige principalmente paciência e consistência. Existem técnicas recomendadas para corrigir o hábito de puxar durante o passeio sem recorrer a métodos punitivos. Uma das estratégias mais simples é interromper o passeio toda vez que a guia ficar esticada. Assim, o cão aprende que só avança quando caminha próximo ao tutor com a guia frouxa, incentivando um ritmo mais calmo.
Outra forma eficaz é recompensar o cão sempre que ele caminhar ao lado sem tensão. O reforço pode ser com petiscos, elogios ou carinhos, tornando clara a associação de recompensa ao comportamento desejado. Também é válido alternar a direção do percurso sempre que o cão começar a puxar, mostrando que o comando de para onde ir cabe ao tutor, não ao animal. Segundo adestradores, esses métodos contribuem para o aprendizado progressivo do cão, além de tornar os passeios mais tranquilos e prazerosos. Para cães que apresentam muita dificuldade, o uso de equipamentos como peitorais anti-puxões pode ser considerado, mas sempre com orientação para evitar desconforto ao animal.
Um aplicativo como o Pettalk pode ajudar tutores ao disponibilizar dicas de adestramento e até conectar com profissionais da área em diversas cidades.
Como preparar o cachorro antes de sair de casa pode evitar problemas?
Preparar o animal antes de passear é considerado um passo importante para evitar o excesso de energia. Proporcionar momentos de brincadeira dentro de casa, como buscar bolinhas ou exercícios de obediência, auxilia a gastar parte da disposição antes de ir para a rua. Um cão mais tranquilo tende a caminhar de modo mais disciplinado, facilitando o aprendizado dos comandos durante o passeio.
- Utilizar guias adequadas ao porte e à força do animal ajuda a distribuir melhor a pressão durante a caminhada.
- Evitar acessórios que possam causar desconforto contínuo, como coleiras muito justas, é fundamental para prevenir associações negativas.
- A escolha do local e do horário do passeio também faz diferença: lugares movimentados podem aumentar a ansiedade do cão.
Em datas especiais, como Dia Mundial do Animal ou eventos locais organizados em praças de cidades como Belo Horizonte, pode ser interessante escolher períodos mais tranquilos para o passeio, já que o movimento nessas ocasiões aumenta consideravelmente.
Quais erros devem ser evitados ao tentar ensinar o cão a não puxar?
Reagir com impaciência, gritos ou movimentos bruscos são atitudes desencorajadas por especialistas. Puxões na guia podem gerar medo ao invés de obediência, além de prejudicar a confiança do cão no tutor. Outra prática inadequada é permitir que a caminhada continue quando o animal está puxando, pois isso reforça que essa atitude traz resultado, dificultando o aprendizado do comportamento correto.
- Evitar o uso de coleiras enforcadoras sem supervisão técnica.
- Manter a regularidade dos passeios para evitar acúmulo de energia.
- Investir em aulas de adestramento profissional caso as tentativas independentes não tragam resultado.
O cuidado no manejo da ansiedade dos cães durante os passeios é fundamental para garantir o bem-estar do animal e de quem conduz o passeio. A evolução desse processo depende de constância, orientação adequada e paciência por parte dos tutores, tornando o caminhar uma experiência mais harmoniosa e segura para todos.
