Selênio desempenha um papel fundamental no funcionamento do organismo, mesmo sendo um mineral necessário em quantidades muito pequenas. Esse micronutriente está envolvido principalmente na proteção das células contra o estresse oxidativo e auxilia diversos processos biológicos essenciais. Considerando os efeitos de sua deficiência e de seu excesso, é importante conhecer as funções do selênio e os cuidados recomendados em sua ingestão.
Presente em quantidades variáveis nos alimentos, o selênio é facilmente absorvido, porém a sua concentração na dieta depende de fatores geográficos e ambientais, como a quantidade desse elemento na terra em que alimentos vegetais são cultivados ou onde animais são criados. Apesar de sua importância, tanto a carência quanto o excesso de selênio podem trazer consequências sérias à saúde, impactando o metabolismo, a fertilidade e aumentando os riscos para algumas doenças. Por exemplo, regiões como China e algumas áreas da Ásia apresentam baixos níveis de selênio devido à escassez do mineral em seus solos, sendo referência em estudos de casos de deficiência.
Para que serve o selênio no organismo?
Ao atuar como componente de enzimas antioxidantes, o selênio contribui para a defesa do organismo contra radicais livres, que são substâncias associadas ao envelhecimento celular e a danos ao DNA. Essas enzimas são essenciais para manter o equilíbrio das reações químicas no corpo, protegendo principalmente o sistema imune e a tireoide.
Ainda, o selênio está relacionado à produção de hormônios tireoidianos, necessários para o bom funcionamento do metabolismo. Nas últimas décadas, pesquisas também demonstraram o papel desse mineral na saúde reprodutiva, especialmente na qualidade do sêmen e na motilidade dos espermatozoides, sendo relevante para homens que desejam planejar uma gestação. Além disso, estudos realizados por instituições como a Organização Mundial da Saúde destacam o selênio como um cofator essencial na defesa imunológica e na prevenção de alguns tipos de câncer.

Quais são os riscos do excesso de selênio?
Embora seja indispensável, o consumo excessivo de selênio pode desencadear efeitos adversos, condição conhecida como selenose. Entre os sintomas mais comuns estão fadiga, queda de cabelo, alterações nas unhas e desconfortos gastrointestinais, como náuseas e diarreia. Em casos mais graves, a selenose contribui para a redução dos níveis de ferro e cobre no sangue, podendo evoluir para anemia ou alterações no sangue, como a leucemia.
Um dos fatores preocupantes associados ao excesso de selênio é seu impacto no colesterol. Pesquisas recentes indicam um aumento no colesterol total e, particularmente, no LDL – popularmente chamado de “mau colesterol” – em pessoas que consomem grandes quantidades desse mineral, seja por meio de suplementos alimentares ou pela ingestão elevada de alimentos ricos em selênio. O uso indiscriminado de suplementos foi destacado em estudos conduzidos pela Universidade de Harvard, demonstrando que a automedicação pode elevar os riscos de efeitos negativos à saúde.
- Fadiga crônica
- Queda capilar e enfraquecimento das unhas
- Distúrbios gastrointestinais: náuseas e diarreia
- Alteração no hálito, com odor próximo ao alho
Como evitar a deficiência e o excesso de selênio?
A absorção adequada de selênio pode ser atingida com uma alimentação balanceada, incluindo no cardápio itens como castanha-do-pará, frutos do mar, ovos e carnes. Para adultos, a recomendação diária é de cerca de 55 microgramas, sendo ajustada para gestantes (60 microgramas) e lactantes (70 microgramas).
A deficiência de selênio ocorre com pouca frequência globalmente, afetando mais regiões específicas com solos pobres nesse mineral, como algumas áreas na Ásia. Quando aparece, geralmente se manifesta após anos de ingestão muito baixa, podendo aumentar o risco de certos tipos de câncer e prejudicar a fertilidade masculina. Em locais como o interior da China, a falta de selênio foi associada ao desenvolvimento de doenças endêmicas, como a doença de Keshan, já documentada em artigos científicos.
- Priorizar alimentos frescos e naturais nas refeições diárias
- Evitar o uso indiscriminado de suplementos alimentares
- Procurar orientação profissional antes de iniciar suplementação
- Observar sinais de sintomas de carência ou excesso para um diagnóstico precoce

Selênio e saúde: por que é importante buscar o equilíbrio?
Manter os níveis de selênio dentro dos limites recomendados é essencial para a saúde a longo prazo. Tanto a deficiência como o excesso representam riscos consideráveis, incluindo distúrbios metabólicos, alteração na imunidade e aumento do risco de doenças crônicas. Uma alimentação variada permanece como a forma mais segura de garantir o aporte necessário de selênio, minimizando a chance de efeitos negativos.
Caso haja necessidade de suplementação, seja por indicação médica ou em situações especiais, é fundamental o acompanhamento de um profissional de saúde. Assim, é possível assegurar que os benefícios do selênio sejam aproveitados sem causar prejuízos à saúde.


