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O que está por trás do gosto amargo da abobrinha e por que isso é perigoso

Durante o verão, especialmente em regiões onde a produção agrícola é intensa, as abobrinhas ganham destaque nas feiras e cozinhas. Reconhecidas pelo sabor suave e pela versatilidade, elas marcam presença em preparos que vão desde tortas até acompanhamentos de pratos principais. O consumo é frequente entre todas as idades devido à facilidade de preparo e ao perfil nutritivo, aliado ao fato de agradar o paladar de crianças e adultos.

Apesar da popularidade, poucas pessoas têm conhecimento sobre um risco pouco comum, porém importante, relacionado ao consumo dessas hortaliças. Alguns exemplares podem acumular compostos conhecidos como cucurbitacinas, o que transforma a abobrinha, aparentemente inofensiva, em um possível agente de intoxicação alimentar. Essa ocorrência pode se tornar ainda mais relevante com o aumento da produção doméstica e o cruzamento de sementes, tendência observada inclusive em cidades como São Paulo e Belo Horizonte onde a agricultura urbana tem ganhado espaço.

O que está por trás do gosto amargo da abobrinha e por que isso é perigoso
melão de são caetano aproximado – Créditos: depositphotos.com / aamovi

O que são cucurbitacinas e por que podem ser perigosas nas abobrinhas?

Cucurbitacinas são compostos orgânicos presentes em plantas da família das cucurbitáceas, que inclui abobrinha, pepino, melão e abóbora. Esses elementos químicos são uma proteção natural que o vegetal desenvolve para se defender de ameaças ambientais, como estresse hídrico ou grandes variações de temperatura. O principal indicativo da presença dessas substâncias em quantidades elevadas é o gosto marcadamente amargo da abobrinha.

Mesmo sendo estudados por seus possíveis usos medicinais, quando presentes em grande concentração nos alimentos podem ser altamente tóxicos para humanos. Centros de saúde relatam que a ingestão de abobrinha com sabor intenso de amargor pode provocar sintomas sérios de intoxicação. É fundamental reconhecer e evitar o consumo nesses casos, pois o cozimento não elimina a toxina. Novas pesquisas recentes também sugerem que certas variedades podem ser mais propensas a acumular cucurbitacinas, especialmente aquelas geradas através de cruzamentos caseiros, tornando ainda mais importante a atenção do consumidor. Em 2023, um estudo publicado por especialistas da Universidade de São Paulo reforçou o alerta sobre hortas familiares, recomendando atenção extra ao sabor das abobrinhas frescas originadas de sementes não certificadas.

melão de são caetano aproximado – Créditos: depositphotos.com / [email protected]

Como identificar e evitar intoxicação por cucurbitacina?

A principal dica é ficar atento ao sabor logo na primeira mordida. Ao sentir um gosto incomum, acentuadamente amargo, recomenda-se interromper imediatamente a ingestão. A tentativa de mascarar o gosto não é eficaz e o perigo do consumo permanece. Casos documentados relatam que até mesmo pequenas porções podem levar ao desencadeamento dos sintomas.

  • Sintomas comuns: dor abdominal súbita, náuseas, vômitos, diarreia e sensação de fraqueza.
  • A ingestão de abobrinhas com alto teor de cucurbitacinas pode, em situações raras, resultar em danos aos órgãos internos, principalmente no fígado, ou oferecer risco à vida.
  • Aviso: se o alimento preparado com abobrinha apresentar gosto amargo, descarte sem hesitação.

O risco é considerado raro, principalmente quando o produto é adquirido de fornecedores confiáveis. O plantio próprio e o uso de sementes híbridas aumentam as chances de manifestação do problema, principalmente sob condições climáticas adversas. Também é recomendável adquirir sementes certificadas caso produza abobrinhas em casa, para reduzir a chance de contaminação. Órgãos de controle sanitário, como a Anvisa, reforçam a importância de comprar alimentos de locais regularizados e os riscos de sementes sem procedência.

O que está por trás do gosto amargo da abobrinha e por que isso é perigoso
melão de são caetano aproximado – Créditos: depositphotos.com / strouhatko

O que fazer caso haja suspeita de intoxicação por abobrinha amarga?

Mesmo que a maioria das ocorrências resulte em sintomas leves, situações moderadas e graves exigem atenção. Não existe um antídoto específico para a intoxicação por cucurbitacinas e o tratamento é direcionado ao alívio dos sintomas. Em casos de mal-estar severo, vômitos persistentes, diarreia com sangue ou sensação de confusão mental, recomenda-se buscar assistência médica de imediato.

  1. Primeiros cuidados: interromper o consumo ao menor sinal de gosto amargo ou sintomas desconfortáveis.
  2. Manter-se hidratado, especialmente em quadro de diarreia ou vômitos.
  3. Observar a evolução dos sintomas e procurar um serviço de saúde diante de sinais de agravamento.

Vale ressaltar que, em 2025, os casos de intoxicação por abobrinha continuam raros, principalmente entre consumidores de grandes redes. Contudo, para quem cultiva ou consome vegetais oriundos de pequenos produtores, a orientação é prestar atenção ao gosto do alimento. Reconhecer o amargor pode ser um alerta importante para preservar a saúde. Especialistas recomendam que, ao consumir abobrinhas novas de uma nova safra doméstica, se prove um pequeno pedaço cru antes de preparar o restante, minimizando potenciais riscos à saúde. A mesma prática é sugerida em feiras orgânicas, como as realizadas no Mercadão de São Paulo, devido à variedade de produtores e sementes envolvidas.

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