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Um feixe de luz que pode mudar tudo na exploração do espaço

No período de junho a agosto de 2025, um avanço significativo nas comunicações espaciais ocorre a partir da Grécia, quando telescópios do Observatório Nacional de Atenas localizados na região do Peloponeso participam de um experimento pioneiro de comunicação interplanetária por meio de feixes de laser. Pela primeira vez em solo europeu, essa nova tecnologia é posta em prática, marcando um passo importante em direção ao chamado “internauta espacial”. O projeto é conduzido em colaboração entre a Agência Espacial Europeia (ESA) e a NASA.

O experimento consiste em utilizar lasers instalados no Observatório Kryoneri, no Monte Quíllina, para estabelecer comunicação bidirecional com a espaçonave americana Psyche, atualmente viajando a cerca de 265 milhões de quilômetros da Terra. A transmissão luminosa viaja aproximadamente 16 minutos até alcançar o destino, devido à imensa distância, retornando à Grécia captada por outro telescópio, o Aristarchos, situado próximo a Kalavryta.

Um feixe de luz que pode mudar tudo na exploração do espaço
visão de satélite de planeta – Créditos: depositphotos.com / rfphoto

O que torna a comunicação a laser tão relevante para missões espaciais?

A comunicação óptica representa uma alternativa revolucionária aos métodos convencionais que utilizam ondas de rádio. Os feixes de laser permitem o envio de dados a velocidades até cem vezes superiores, além de maior privacidade devido à menor dispersão do sinal. Esses fatores ampliam as possibilidades para transmitir imagens de alta resolução, dados científicos complexos e até vídeos em 4K diretamente do espaço para a Terra.

Durante as experiências atuais, há uma integração complexa entre diversos centros de pesquisa. O Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA calcula com precisão as posições da Psyche, enquanto o Centro de Operações Espaciais da ESA, na Alemanha, analisa fatores ambientais capazes de influenciar a trajetória do feixe, como pressão atmosférica, temperatura e efeitos do movimento terrestre. Técnicas de astrometria, baseadas em observação de estrelas próximas ao alvo, ajudam a garantir a pontaria das transmissões. Recentemente, a União Astronômica Internacional também ofereceu apoio científico na calibração dos instrumentos ópticos.

Um feixe de luz que pode mudar tudo na exploração do espaço
painéis de controle – Créditos: depositphotos.com / adameq2

Como funcionam as transmissões entre Terra e a espaçonave Psyche?

O processo de comunicação interplanetária depende de dois emissores localizados em montanhas gregas, além da própria nave de destino. O emissor principal, no Observatório Kryoneri, envia um feixe infravermelho extremamente focado em direção à Psyche, que se encontra em rota para estudar o asteroide metálico localizado entre as órbitas de Marte e Júpiter. A resposta da nave retorna por meio de outro feixe, captado com precisão pelo telescópio Aristarchos.

  • O feixe de laser precisa ser alinhado constantemente, já que tanto a Terra quanto a espaçonave estão em movimento.
  • Fatores atmosféricos, como nuvens e turbulência, podem impactar a transmissão e exigem monitoramento contínuo.
  • Em razão das exigências de segurança, o espaço aéreo sobre o local do transmissor é temporariamente fechado durante os testes.

Essas medidas representam uma necessidade imprescindível para garantir comunicação eficiente em missões futuras, onde qualquer perda de sinal pode comprometer anos de trabalho científico ou operacional.

Um feixe de luz que pode mudar tudo na exploração do espaço
representação de planeta – Créditos: depositphotos.com / vjanez

Quais são as perspectivas para o uso do laser nas comunicações espaciais?

Segundo especialistas do Instituto de Astronomia, Astrofísica, Aplicações Espaciais e Teledeteção, o emprego da tecnologia de comunicação via laser tem potencial para transformar as operações de exploração do espaço profundo. Espera-se que, ao longo das próximas décadas, esses sistemas substituam gradativamente antenas de rádio tradicionais devido à sua velocidade e segurança superiores. Isso permitirá, por exemplo, download de grandes quantidades de dados científicos em períodos muito curtos, impulsionando projetos de exploração e monitoramento de eventos astronômicos em tempo real. Além disso, estudos recentes na área apontam para a utilização de lasers em futuras missões lunares e até em sondas destinadas a Europa, lua de Júpiter, demonstrando a versatilidade dessa tecnologia.

A missão Psyche, estimada em 1,6 bilhão de dólares, ilustra o crescente interesse em asteroides metálicos, já que esses corpos podem revelar detalhes sobre a formação do núcleo de planetas primitivos. A nave deve se aproximar do asteroide Psiquê nos próximos anos, fornecendo informações sem precedentes tanto para ciência quanto para futuras operações de mineração espacial.

Com a continuidade do programa, o Observatório Nacional de Atenas investe em tornar-se um centro permanente de controle e suporte para missões espaciais europeias. A integração dessas tecnologias representa não só uma conquista científica, mas também uma oportunidade de posicionar a Grécia como ponto estratégico nos avanços internacionais de comunicação interplanetária. Novas parcerias internacionais, como com a Agência de Exploração Aeroespacial Japonesa (JAXA), estão em andamento para expandir a infraestrutura de apoio em solo europeu, tornando esses experimentos uma base para missões ainda mais ambiciosas no futuro.

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