Localizada no sudoeste do Oceano Pacífico, Tuvalu é uma das nações mais vulneráveis às mudanças climáticas em 2025. Este arquipélago, composto majoritariamente por pequenas ilhas e atóis, tem enfrentado ameaças constantes devido ao aumento do nível do mar. Nos últimos meses, a possibilidade de desaparecimento físico do território tornou-se o principal temor de seus moradores, levando milhares a buscar alternativas para garantir o futuro de suas famílias.
De acordo com dados recentes, mais de 80% da população de Tuvalu, ou aproximadamente 8.750 dos seus 10.643 habitantes, solicitaram o chamado “climavisum” para a Austrália. Essa movimentação amplia o debate sobre a crise dos migrantes do clima no Pacífico e coloca em destaque acordos internacionais firmados para proteger os direitos desses cidadãos frente aos desafios ambientais.
O que é o visto climático oferecido pela Austrália?
O “climavisum”, ou visto climático, é uma alternativa criada pela parceria entre Austrália e Tuvalu para auxiliar pessoas afetadas pelas mudanças ambientais. Por meio desse acordo, cidadãos da pequena nação insular podem solicitar permissão especial para residência na Austrália. O objetivo é proporcionar uma rota segura caso as condições de vida em Tuvalu se tornem insustentáveis devido ao avanço das marés e à erosão das terras.
A procura por este visto superou qualquer expectativa. Com pouco mais de 280 vagas disponibilizadas em 2025, a disparidade entre a quantidade de requerentes e o número de autorizações disponíveis evidencia não apenas a gravidade da situação, mas também o sentimento de urgência predominante entre os tuvaluanos. Em novembro de 2023, foi registrado um recorde de solicitações em apenas uma semana, fato que chamou a atenção da imprensa internacional e pressionou organismos multilaterais a debaterem medidas adicionais.

Por que a população de Tuvalu teme pelo futuro?
O receio generalizado em Tuvalu está diretamente relacionado ao aumento progressivo do nível do mar. Diversos estudos apontam que, caso a tendência global se mantenha, vastas áreas do arquipélago podem se tornar inabitáveis em um futuro próximo. A capital, Funafuti, concentra a maior parte dos habitantes, muitos dos quais já vivenciam os efeitos de inundações frequentes e salinização dos recursos hídricos.
Este cenário forçou parte significativa da população a considerar a migração como solução para manter a dignidade e a segurança. O tema ganhou importância diplomática, principalmente entre os países do Pacífico, que buscam mecanismos de proteção para seus cidadãos diante de calamidades relacionadas ao clima.
Como o processo de solicitação do climavisum acontece?
O trâmite para obtenção do visto climático envolve etapas administrativas rigorosas devido ao alto volume de interessados. Veja abaixo um resumo das principais etapas:
- Registro de interesse: Os moradores de Tuvalu preenchem um formulário que detalha sua situação e motivações para solicitar o visto.
- Análise das autoridades australianas: Cada pedido passa por uma avaliação criteriosa, levando em consideração fatores ambientais e sociais.
- Seleção de candidatos: Devido ao número limitado de vagas, uma triagem rigorosa determina quem terá direito ao benefício no ano em curso.
- Emissão do visto: Os selecionados recebem permissão para residir e trabalhar na Austrália, assim como acesso a serviços essenciais.
O elevado volume de solicitações reforça a pressão para que novos acordos sejam considerados por outras nações da região. O fenômeno dos chamados refugiados do clima é cada vez mais frequente, especialmente entre arquipélagos do Pacífico e áreas costeiras de baixa altitude. O processo de análise dos pedidos envolve a participação do Departamento de Assuntos Internos do Governo Australiano e pode ser acompanhado online por meio do portal oficial, o que aumentou a transparência e facilitou o acesso para muitas famílias.

Quais as perspectivas para Tuvalu diante das mudanças climáticas?
A situação de Tuvalu representa um alerta para outras nações insulares que compartilham vulnerabilidades semelhantes. Especialistas destacam a necessidade de políticas mais abrangentes de proteção aos migrantes ambientais, além de estratégias preventivas para minimizar os efeitos da mudança global no clima. A experiência de Tuvalu ilustra a importância da cooperação internacional para garantir condições dignas de relocação àqueles forçados a deixar suas terras de origem devido a ameaças naturais.
Enquanto a comunidade internacional busca mecanismos efetivos de resposta, a realidade em Tuvalu permanece desafiadora. O anseio por segurança e estabilidade segue impulsionando milhares de tuvaluanos a buscar alternativas além das fronteiras insulares, marcando um novo capítulo nas consequências humanas do aquecimento global no século XXI.
