no

Cresce o interesse por fibras e essa mudança tem um motivo claro segundo especialistas

Os alimentos ricos em fibras desempenham papel de destaque na manutenção do equilíbrio do sistema digestivo e na prevenção de diversas doenças. Presentes em frutas, legumes, leguminosas, cereais integrais, sementes e oleaginosas, esses nutrientes ajudam a regular o funcionamento intestinal, contribuindo para a saúde geral e o bem-estar. Uma característica fundamental das fibras alimentares é que passam praticamente intactas pelo trato digestivo, auxiliando no trânsito intestinal e sendo eliminadas nas fezes.

No contexto da alimentação moderna, o consumo regular de alimentos ricos em fibras tem ganhado importância tanto para evitar quadros de constipação quanto para auxiliar no controle de doenças crônicas, como diabetes, obesidade e problemas cardiovasculares. Além disso, o efeito prebiótico de algumas fibras, como a inulina e a lactulose, fornece substrato para o desenvolvimento de bactérias benéficas no intestino, fortalecendo o sistema imunológico.

O que são fibras alimentares?

As fibras alimentares englobam uma variedade de componentes vegetais que não podem ser digeridos pelas enzimas existentes no trato gastrointestinal humano. Entre os principais tipos de fibras estão as solúveis e as insolúveis, diferenciando-se pelo comportamento no contato com a água e pela ação no organismo. As fibras solúveis se dissolvem formando um gel que contribui para o controle da glicemia e do colesterol. Já as fibras insolúveis atuam facilitando o trânsito intestinal ao aumentarem o volume das fezes.

O amido resistente, embora tecnicamente não seja uma fibra, tem ação muito semelhante, funcionando como um alimento para a microbiota intestinal e favorecendo a saúde do cólon. Alimentos como banana verde, feijão, lentilha e cereais integrais são fontes naturais desse componente. Estudos recentes também destacam que o consumo regular de fibras pode favorecer a produção de ácidos graxos de cadeia curta, que são benéficos para a saúde intestinal. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) têm contribuído para o avanço do entendimento do papel das fibras na prevenção de doenças crônicas.

Cresce o interesse por fibras e essa mudança tem um motivo claro segundo especialistas
granola aproximada – Créditos: depositphotos.com / IgorVetushko

Quais são os principais alimentos ricos em fibras?

Incorporar alimentos ricos em fibras à rotina alimentar é fundamental para atingir as recomendações diárias, que variam conforme idade e necessidades individuais. Entre as principais fontes, destacam-se:

  • Frutas: goiaba, mamão, pera, ameixa e caqui, especialmente quando consumidos com casca e bagaço, concentram altos teores de fibras solúveis.
  • Cereais integrais: arroz integral, aveia, pão integral, farelo de trigo, centeio e cevada melhoram o volume e a textura das fezes.
  • Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico e soja ajudam a equilibrar a flora intestinal e fornecem amido resistente.
  • Legumes: brócolis, beterraba, cenoura, abóbora, couve e quiabo agregam fibras e micronutrientes na dieta.
  • Sementes e oleaginosas: chia, linhaça, gergelim, castanha-do-pará, nozes e amêndoas são opções versáteis para enriquecer diferentes preparações.

Quais benefícios uma dieta rica em fibras pode trazer?

O consumo adequado de fibras alimentares está associado a uma série de efeitos benéficos para o organismo. Entre os principais benefícios, destacam-se:

  1. Regulação do trânsito intestinal: As fibras aumentam o volume das fezes, facilitando as evacuações e prevenindo a prisão de ventre.
  2. Poder de saciedade: A formação do gel pelas fibras solúveis prolonga a sensação de satisfação, contribuindo para o controle do peso.
  3. Controle glicêmico: Ao retardar a absorção de carboidratos, as fibras auxiliam na prevenção de picos de glicose e insulina.
  4. Redução dos lipídeos sanguíneos: A diminuição na absorção de gordura e colesterol atenua o risco de doenças cardíacas.
  5. Fortalecimento da microbiota: Fibras prebióticas alimentam as bactérias benéficas do intestino, fortalecendo a barreira imunológica.
  6. Prevenção de doenças crônicas: Estudos associam a ingestão regular de fibras à menor incidência de obesidade, hipertensão, câncer de cólon e outras condições ligadas ao metabolismo.
frutas e vegetais – Créditos: depositphotos.com / cybernesco

Como incluir mais fibras no dia a dia?

Aumentar o consumo de fibras pode ser feito gradativamente para evitar desconfortos intestinais e garantir a adaptação do organismo. Algumas estratégias práticas incluem:

  • Priorizar alimentos em sua forma natural e menos processada, aproveitando cascas e bagaços quando possível.
  • Adicionar sementes de chia ou linhaça a iogurtes, vitaminas e saladas.
  • Trocar pães e massas brancas por versões integrais.
  • Consumir leguminosas pelo menos três vezes por semana.
  • Manter uma ingestão adequada de água ao longo do dia, essencial para o funcionamento das fibras.

Vale ressaltar que, embora os suplementos de fibras possam ser indicados para situações específicas, o consumo por meio de alimentos integrais oferece ainda outros nutrientes e compostos benéficos ao organismo, como vitaminas, minerais e antioxidantes. Diversos profissionais da área da saúde, incluindo especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS), recomendam a adoção de uma dieta balanceada e rica em fibras como estratégia fundamental de promoção da saúde pública.

Manter uma alimentação variada, rica em fibras alimentares, auxilia na saúde digestiva e metabólica, tornando-se um hábito relevante para a prevenção e o controle de diferentes doenças ao longo da vida.

lentilhas aproximadas – Créditos: depositphotos.com / MichikoDesign
Essa prática milenar que melhora digestão e sabor do grão-de-bico

Essa prática milenar que melhora digestão e sabor do grão-de-bico

Do lixo ao luxo, essa receita fortalece qualquer planta

Do lixo ao luxo, essa receita fortalece qualquer planta