O interesse por práticas alimentares corretas e seguras tem crescido significativamente nos últimos anos, impulsionado pelo acesso facilitado à informação e pela busca por uma vida mais saudável. No cenário digital, perfis especializados em educação alimentar, como o Curiosidade Alimentar, têm conquistado espaço ao compartilhar orientações valiosas sobre conservação de alimentos, manipulação segura e hábitos que impactam diretamente a saúde.
Com mais de 150 mil seguidores em redes sociais, o engenheiro de alimentos Tomás Gill tornou-se referência ao abordar temas do cotidiano, como o armazenamento de carnes, ovos e cereais, além de esclarecer dúvidas frequentes sobre o consumo e preparo dos alimentos. Seu conteúdo, didático e acessível, contribui para a formação de consumidores mais atentos e informados sobre os riscos e benefícios de determinadas práticas alimentares. Vale destacar ainda que Tomás Gill frequentemente cita recomendações de organizações como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária para embasar suas orientações.
Como conservar corretamente os alimentos em casa?
Uma das principais dúvidas dos consumidores está relacionada à conservação de alimentos após o preparo. Práticas comuns, como guardar restos de carnes assadas no forno, podem representar riscos à saúde devido à proliferação de micro-organismos em temperaturas inadequadas. O recomendado é armazenar as sobras em recipientes limpos e fechados, colocando-os imediatamente na geladeira, que deve estar regulada para temperaturas abaixo de 5°C. Além disso, em regiões de clima mais quente, como em muitas cidades do Brasil, esse cuidado é ainda mais fundamental para evitar intoxicações alimentares.
Além disso, a forma de descongelar carnes merece atenção. O ideal é transferir o alimento do freezer para a geladeira, permitindo o descongelamento gradual e seguro. Evitar o descongelamento em temperatura ambiente reduz o risco de contaminação. Outro ponto importante é a higienização de utensílios: facas e tábuas utilizadas em carnes cruas devem ser lavadas separadamente para prevenir a chamada contaminação cruzada. Outros utensílios de cozinha, como potes e colheres, também devem ser devidamente higienizados, especialmente após contato com alimentos crus, para evitar o crescimento de bactérias. A Organização Mundial da Saúde reforça que a correta higienização dos utensílios é um dos pilares para prevenir doenças alimentares.

Quais são os cuidados essenciais com ovos, cereais e leguminosas?
O armazenamento de ovos costuma gerar dúvidas, especialmente sobre a necessidade de lavá-los antes de guardar. A orientação é não lavar os ovos, pois a casca possui uma película protetora natural. Eles devem ser retirados da embalagem original e colocados em um recipiente limpo dentro da geladeira, onde podem ser mantidos por até 30 dias. De acordo com recomendações atualizadas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o armazenamento em temperaturas constantes é essencial para manter a qualidade dos ovos.
No caso de cereais e leguminosas, um problema frequente é o surgimento de gorgojos. Para evitar a infestação, recomenda-se armazenar esses alimentos em potes herméticos e, como medida preventiva, deixá-los no freezer por 24 horas antes de guardar na despensa. Essa prática interrompe o ciclo de desenvolvimento dos insetos e contribui para a preservação da qualidade dos grãos. Também é importante observar a validade e integridade das embalagens ao adquirir esses produtos no mercado.
Que hábitos alimentares ajudam a evitar desperdícios e doenças?
Adotar rotinas simples pode fazer diferença na conservação dos alimentos e na saúde. Uma delas é organizar a geladeira de acordo com o tipo de alimento: na parte superior, devem ficar os produtos prontos para consumo; logo abaixo, bebidas e laticínios; depois, carnes cruas e ovos; e, por fim, frutas e vegetais nas gavetas inferiores. Essa disposição minimiza o risco de contaminação entre os itens. Também contribui para o controle de validade e facilita o uso dos alimentos em ordem adequada, seguindo o método FIFO (first in, first out), muito utilizado na indústria e recomendando também por entidades como a Food and Agriculture Organization.
- Não reutilizar embalagens plásticas ou metálicas para armazenar ou aquecer alimentos, pois podem liberar substâncias indesejadas. Recentemente, um estudo realizado pela Universidade de São Paulo destacou o risco de contaminação química nessas situações.
- Evitar lavar carnes cruas, especialmente frango, para não espalhar bactérias pela cozinha.
- Higienizar frutas e verduras com solução de água e sanitizante adequado, evitando o uso de vinagre como desinfetante. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária recomenda soluções à base de hipoclorito de sódio para isso.
- Fazer listas de compras e rotular alimentos na geladeira, ajudando a controlar o prazo de validade e evitar desperdícios.
- Congelar porções individuais para facilitar o consumo e reduzir o descarte de alimentos.

Por que a educação alimentar é importante atualmente?
O aumento do interesse por alimentação saudável reflete uma preocupação crescente com o bem-estar e a prevenção de doenças. A educação alimentar vai além de saber escolher produtos: envolve compreender como armazenar, preparar e consumir os alimentos de forma segura. O acesso a informações confiáveis, como as compartilhadas por especialistas em redes sociais, tem papel fundamental nesse processo.
Ao incorporar práticas recomendadas no dia a dia, é possível não apenas prolongar a vida útil dos alimentos, mas também proteger a saúde de toda a família. Pequenas mudanças, como o correto armazenamento de ovos e carnes, a higienização adequada de utensílios e o controle do desperdício, contribuem para um ambiente doméstico mais seguro e sustentável. Além disso, a educação alimentar capacita o consumidor a fazer escolhas conscientes e seguras, o que impacta não só na saúde individual, mas também na economia doméstica e no meio ambiente. Conforme ressaltam especialistas do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, a adoção dessas práticas é chave para uma sociedade mais saudável e sustentável.