O comportamento humano diante dos animais de estimação costuma revelar aspectos interessantes sobre a personalidade e a história de vida de cada indivíduo. Entre os pets mais populares, os gatos despertam sentimentos variados: enquanto muitos apreciam sua companhia, outros demonstram rejeição ou desconforto em relação a esses felinos. Esse distanciamento pode estar relacionado a fatores psicológicos, experiências passadas e até mesmo à forma como a sociedade enxerga os gatos.
Segundo especialistas em comportamento, a aversão aos gatos vai além de uma simples preferência. Elementos como traços de personalidade, vivências na infância e valores culturais influenciam diretamente a maneira como uma pessoa se relaciona com esses animais. A compreensão desses fatores pode ajudar a entender por que, em pleno 2025, ainda existem tantas diferenças de opinião sobre os felinos domésticos.
O que a psicologia diz sobre quem não gosta de gatos?
Estudos em psicologia apontam que a relação com os gatos pode ser influenciada por necessidades emocionais e padrões de comportamento. Pessoas que valorizam o controle e a previsibilidade tendem a se sentir desconfortáveis com a independência típica dos felinos. Os gatos, ao contrário dos cães, não costumam buscar aprovação constante e preferem manter sua autonomia, o que pode gerar estranhamento em quem espera uma interação mais submissa ou previsível.
Além disso, a imprevisibilidade dos gatos pode ser um desafio para indivíduos com baixa tolerância à ambiguidade. Para quem precisa de respostas claras e relações diretas, o comportamento autônomo dos felinos pode causar ansiedade ou desconfiança. A forma como a pessoa lida com situações incertas na vida pode se refletir, de maneira simbólica, na maneira como ela percebe os gatos. Em pesquisas recentes, cientistas também apontam que pessoas com estilos de apego mais ansiosos podem apresentar sentimentos negativos em relação aos gatos, visto que sentem necessidade de respostas emocionais mais consistentes. De acordo com estudos realizados em universidades como a Universidade de São Paulo e a Harvard University, o modo como adultos interagem com animais domésticos pode refletir diferenças culturais e históricas entre países.

Quais experiências podem influenciar a rejeição aos felinos?
Experiências negativas anteriores desempenham um papel importante nesse contexto. Um episódio desagradável com um gato durante a infância, relatos de terceiros ou até mesmo histórias negativas transmitidas por familiares podem deixar marcas inconscientes. Essas vivências contribuem para a formação de crenças e emoções que persistem na vida adulta, influenciando a percepção sobre os felinos.
- Experiências traumáticas: Arranhões, sustos ou situações desconfortáveis com gatos podem criar associações negativas duradouras. Por exemplo, em cidades como Nova York e São Paulo, onde há uma grande população de gatos de rua, algumas pessoas relatam experiências desagradáveis que moldaram suas opiniões.
- Influência familiar: Ambientes onde os gatos são vistos como perigosos ou indesejados tendem a reforçar a rejeição. Pesquisas sobre a influência familiar, como as conduzidas pela Fundação Oswaldo Cruz, indicam que crenças transmitidas de geração em geração podem perpetuar esse comportamento.
- Aspectos culturais: Em algumas culturas, os gatos são associados a superstições ou características negativas, o que pode impactar a visão coletiva sobre esses animais. Em países como Egito Antigo, os gatos eram venerados, enquanto em períodos históricos da Europa medieval, costumavam ser ligados a crenças negativas.
Por que algumas pessoas preferem evitar gatos?
Além das experiências pessoais, fatores ligados à personalidade também influenciam a relação com os gatos. Indivíduos com perfil mais estruturado, que preferem rotinas e regras claras, podem se sentir desconfortáveis diante do comportamento independente dos felinos. A necessidade de controle nas relações interpessoais pode se refletir na dificuldade de aceitar a autonomia dos gatos. Há ainda quem relate questões como alergias ou falta de familiaridade como razões para evitar o contato com esses animais, mostrando que razões biológicas também podem pesar nessa preferência. Em grandes cidades, como Rio de Janeiro e Buenos Aires, programas de educação sobre a convivência com animais domésticos têm mostrado resultados positivos na redução de preconceitos.
- Necessidade de controle: Pessoas que buscam dominar situações podem se frustrar com a natureza autônoma dos gatos.
- Insegurança emocional: O caráter imprevisível dos felinos pode despertar sentimentos de ansiedade em quem precisa de estabilidade.
- Educação rígida: Crescer em ambientes com visões negativas sobre gatos pode consolidar a rejeição na vida adulta.
Vale destacar que a relação com os animais é resultado de uma combinação de fatores emocionais, sociais e culturais. O modo como cada pessoa percebe os gatos revela não apenas preferências, mas também aspectos mais profundos de sua personalidade e história de vida. Compreender essas influências pode contribuir para relações mais saudáveis e respeitosas entre humanos e animais, independentemente das preferências individuais. Iniciativas como a campanha “Adote um Gato”, promovida por organizações como a World Animal Protection, vêm ajudando a mudar percepções e encorajar relações mais positivas com os felinos domésticos.