Nos últimos anos, o aumento das fraudes digitais direcionadas a idosos tem chamado a atenção de especialistas em segurança cibernética. Os golpistas utilizam estratégias cada vez mais sofisticadas para enganar esse público, explorando situações emocionais delicadas para obter acesso a informações pessoais e financeiras. Entre as táticas mais recentes, destaca-se a chamada “estafa do familiar falecido”, que tem causado prejuízos significativos a aposentados em todo o Brasil.
O golpe consiste em abordar a vítima, geralmente por e-mail ou redes sociais, informando sobre a suposta morte de um parente distante. Aproveitando o choque e a vulnerabilidade emocional, os criminosos solicitam dados sensíveis sob o pretexto de liberar uma herança ou resolver pendências bancárias. Esse tipo de abordagem tem se tornado frequente, exigindo atenção redobrada por parte dos idosos e de seus familiares.
Como funciona o esquema do familiar falecido?
O esquema é iniciado com o envio de mensagens genéricas, muitas vezes assinadas por supostos escritórios de advocacia ou órgãos oficiais. O conteúdo costuma ser vago, sem detalhes específicos sobre o falecido ou a herança, mas sempre enfatiza a urgência e a necessidade de sigilo. Os golpistas fornecem um número de telefone ou um link para contato imediato, estimulando a vítima a agir rapidamente, sem tempo para refletir ou verificar a veracidade da informação.
Após o primeiro contato, os estelionatários passam a solicitar informações pessoais, como número de documentos, dados bancários, senhas e até mesmo códigos de autenticação. Em alguns casos, orientam a vítima a acessar sites falsos e preencher formulários, facilitando o roubo de credenciais e o acesso ao home banking. Com esses dados em mãos, os criminosos conseguem realizar transferências, esvaziando contas e carteiras digitais. Esse tipo de golpe pode causar danos financeiros severos, além de comprometer dados sensíveis que podem ser usados em outras fraudes futuramente. Especialistas alertam que a disseminação deste golpe aumentou especialmente após a pandemia de Covid-19, quando o uso de smartphones e internet se ampliou entre idosos.
Quais sinais podem indicar que a mensagem é uma fraude?
Identificar uma tentativa de golpe pode ser desafiador, especialmente quando a mensagem é cuidadosamente elaborada. No entanto, alguns indícios ajudam a reconhecer fraudes desse tipo:
- Assunto genérico: Títulos como “Aviso importante” ou “Herança de familiar” são comuns.
- Remetente desconhecido: E-mails de endereços estranhos ou gratuitos, como Gmail ou Hotmail.
- Falta de detalhes: Ausência de informações específicas sobre o suposto falecido ou sobre a herança.
- Solicitação de dados pessoais: Pedidos de informações sensíveis, como senhas, códigos ou números de conta.
- Erros de linguagem: Mensagens com erros gramaticais ou traduções mal feitas.
- Links suspeitos: Orientação para acessar sites desconhecidos ou baixar aplicativos.
Como se proteger de golpes digitais contra idosos?
Para evitar cair nesse tipo de fraude, é fundamental adotar algumas medidas preventivas. Especialistas recomendam que idosos e seus familiares estejam atentos a qualquer comunicação inesperada que envolva heranças, prêmios ou solicitações urgentes de dados pessoais. Além disso, nunca se deve fornecer informações bancárias ou senhas por telefone, e-mail ou aplicativos de mensagens, mesmo que o contato pareça legítimo.
- Desconfie de mensagens que pedem sigilo ou pressa para agir.
- Não clique em links ou baixe arquivos enviados por desconhecidos, mesmo que pareçam enviados por WhatsApp ou outros aplicativos conhecidos.
- Verifique a autenticidade do remetente, buscando informações em canais oficiais.
- Compartilhe orientações de segurança com familiares, principalmente com pessoas mais velhas.
- Em caso de dúvida, procure ajuda de um parente ou de uma instituição de confiança antes de tomar qualquer decisão.
O que fazer se for vítima de uma fraude digital?
Se houver suspeita de ter caído em um golpe, é importante agir rapidamente. O primeiro passo é comunicar o banco para bloquear movimentações suspeitas e alterar todas as senhas de acesso. Também é recomendado registrar um boletim de ocorrência e informar órgãos de defesa do consumidor, como o Procon. A divulgação do ocorrido entre familiares e amigos pode ajudar a evitar que outras pessoas sejam enganadas pelo mesmo tipo de abordagem. Em alguns casos, procurar profissionais especializados em direito digital pode auxiliar no processo de recuperação ou rastreamento dos valores desviados. Ressalta-se que o uso de sistemas de segurança oferecidos por alguns bancos, como o PIX Seguro, pode minimizar riscos ao realizar transferências.
O cenário atual exige atenção constante diante das ameaças virtuais, especialmente para o público idoso. A informação e a prevenção são as principais ferramentas para reduzir os riscos e garantir maior segurança no uso de tecnologias e serviços bancários online.
