A dermatite atópica é uma condição cutânea crônica que se manifesta por meio de inflamação, coceira intensa e lesões recorrentes na pele. Com sintomas que podem surgir em qualquer fase da vida, essa doença impacta significativamente o bem-estar físico e emocional dos pacientes. O diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado são essenciais para controlar os sintomas e evitar complicações.
Estudos recentes indicam que a dermatite atópica afeta aproximadamente 10% das crianças e adolescentes no Brasil, sendo que, em cerca de 30% dos casos, a doença persiste até a vida adulta. Os sintomas variam conforme a idade e a gravidade, mas costumam incluir pele seca, vermelhidão, descamação, fissuras e, em situações mais graves, infecções secundárias. O desconforto provocado pela coceira pode prejudicar o sono, o desempenho escolar ou profissional e as relações sociais.
Quais são os principais sintomas da dermatite atópica?
Os sinais da dermatite atópica costumam ser bastante característicos, embora possam se apresentar de formas diferentes em cada pessoa. Entre os sintomas mais comuns estão:
- Pele seca e áspera, frequentemente acompanhada de descamação;
- Coceira intensa, que pode piorar à noite ou em situações de estresse;
- Lesões avermelhadas ou esbranquiçadas, que podem formar crostas ou bolhas;
- Espessamento da pele em áreas de atrito constante;
- Escurecimento ao redor dos olhos e aumento da sensibilidade cutânea.
Essas manifestações podem aparecer em diferentes regiões do corpo, como rosto, couro cabeludo, dobras dos braços e pernas, mãos e pés. Em crianças pequenas, é comum observar lesões nas bochechas e nas superfícies extensoras dos membros.

Quais fatores contribuem para o desenvolvimento da dermatite atópica?
A dermatite atópica é considerada uma doença multifatorial, ou seja, resulta da combinação de fatores genéticos, ambientais e imunológicos. Indivíduos com histórico familiar de alergias, como asma, rinite ou alergia alimentar, apresentam maior risco de desenvolver a condição. Além disso, elementos do ambiente, como poluição, mudanças bruscas de temperatura, contato com substâncias irritantes e estresse emocional, podem desencadear ou agravar os sintomas.
O sistema imunológico das pessoas com dermatite atópica responde de forma exagerada a estímulos comuns, levando à inflamação crônica da pele. Alterações na barreira cutânea também facilitam a entrada de agentes irritantes e microrganismos, favorecendo infecções e agravando o quadro clínico. Pesquisas em grandes centros urbanos, como São Paulo, apontam que crianças expostas à poluição constante apresentam risco aumentado de desenvolver ou agravar sintomas da doença.
Como o diagnóstico e o tratamento da dermatite atópica são feitos?
O diagnóstico da dermatite atópica é realizado principalmente por meio da avaliação clínica, levando em conta o histórico do paciente, a presença de sintomas característicos e a exclusão de outras doenças de pele. Em alguns casos, exames complementares podem ser solicitados para descartar infecções ou alergias associadas.
O tratamento da dermatite atópica é individualizado e visa controlar os sintomas, reduzir a frequência das crises e melhorar a qualidade de vida. Entre as principais estratégias terapêuticas estão:
- Hidratação diária da pele com cremes ou loções específicos;
- Uso de medicamentos tópicos, como corticosteroides e inibidores de calcineurina, para controlar a inflamação;
- Medicações sistêmicas ou biológicas em casos moderados a graves, sob orientação médica;
- Identificação e controle de fatores desencadeantes, como alérgenos e irritantes;
- Educação do paciente e familiares sobre cuidados diários e prevenção de complicações.
Nos últimos anos, novas opções terapêuticas, como os medicamentos biológicos e inibidores de JAK, têm ampliado as possibilidades de controle para pacientes com quadros mais severos. Métodos digitais modernos, como o uso de aplicativos de acompanhamento da rotina de cuidados, também têm ajudado pacientes a monitorar os sintomas e a aderir ao tratamento recomendado. Por exemplo, o Dermalize é um aplicativo que permite aos pacientes registrar sintomas, episódios de crise e orientações do dermatologista, auxiliando na organização e eficácia do tratamento. A realização de um acompanhamento regular com dermatologista é fundamental para ajustar o tratamento conforme a evolução da doença e minimizar efeitos colaterais dos medicamentos.

Qual é o impacto da dermatite atópica na qualidade de vida?
Além dos sintomas físicos, a dermatite atópica pode afetar de maneira significativa o aspecto emocional e social dos pacientes. A coceira persistente, as lesões visíveis e o desconforto constante podem gerar ansiedade, distúrbios do sono e até quadros depressivos. Crianças e adolescentes, em especial, podem enfrentar dificuldades de integração escolar e social devido ao preconceito ou à limitação de atividades.
Por se tratar de uma doença crônica, o acompanhamento multidisciplinar com dermatologistas, alergistas e psicólogos pode ser fundamental para garantir o controle adequado e minimizar o impacto na rotina diária. O acesso a informações confiáveis e a campanhas de conscientização, promovidas por organizações de saúde, também contribui para o diagnóstico precoce e o manejo eficiente da dermatite atópica.
O avanço nas opções de tratamento e a maior compreensão sobre os fatores que influenciam a dermatite atópica têm permitido melhores resultados no controle da doença. O suporte especializado e a adoção de cuidados diários são fundamentais para proporcionar mais conforto e qualidade de vida às pessoas afetadas por essa condição.