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O som que assombra os céus mesmo depois da tempestade não é um trovão

Após o término de uma tempestade, quando os trovões cessam e a chuva começa a diminuir, um fenômeno sonoro peculiar pode ser percebido por quem está atento ao ambiente. Trata-se de um som grave e prolongado, que não se assemelha ao estrondo repentino do trovão, mas que permanece no ar como um eco distante. Esse fenômeno, embora pouco conhecido pelo nome, é chamado de bramido residual.

O bramido residual é resultado das ondas sonoras geradas pelos trovões, que continuam reverberando na atmosfera mesmo após o fim da tempestade. Esse som costuma ser mais perceptível em áreas abertas ou rurais, onde há menos interferência de construções e ruídos urbanos. Em ambientes assim, o eco se propaga com maior nitidez, proporcionando uma experiência acústica única após o temporal. Em locais como o Rio de Janeiro ou cidades do interior de Minas Gerais, muitos observadores já relataram episódios marcantes deste fenômeno.

O que é o bramido residual?

O termo bramido residual refere-se ao eco grave e contínuo que permanece no ar depois que uma tempestade se afasta. Diferente do trovão, que é uma resposta imediata ao aquecimento do ar causado por um raio, o bramido residual é uma reverberação atmosférica. Esse fenômeno ocorre quando as ondas sonoras dos trovões se refletem entre as nuvens, o solo e as massas de ar, prolongando o som por alguns segundos ou até minutos. Em muitos casos, o bramido residual é percebido como um fundo sonoro constante, ressaltando o poder e a persistência das forças naturais mesmo após o auge da tempestade. Há relatos históricos de viajantes, como Amyr Klink, que mencionaram o bramido residual em suas explorações no litoral brasileiro.

O som que assombra os céus mesmo depois da tempestade não é um trovão
raio – Créditos: depositphotos.com / hamikus

Como se forma o bramido residual?

A formação do bramido residual está diretamente ligada à propagação das ondas sonoras na atmosfera. Quando um raio ocorre, ele aquece o ar rapidamente, produzindo o trovão. As ondas sonoras desse trovão se espalham em todas as direções e, ao encontrar obstáculos como nuvens densas, montanhas ou até mesmo o solo, acabam sendo refletidas e refratadas. Esse processo cria um efeito de eco, que pode ser percebido como um rugido distante e contínuo. Além disso, a presença de massas de ar de diferentes densidades pode amplificar ou suavizar o efeito, tornando cada ocorrência ligeiramente diferente. Em pesquisas recentes do Instituto Nacional de Meteorologia, foi observado que a topografia de regiões como o Pantanal Mato-Grossense pode influenciar significativamente o prolongamento do bramido residual.

  • Intensidade da tempestade: Tempestades mais fortes tendem a gerar bramidos residuais mais longos e intensos.
  • Configuração do terreno: Áreas planas e abertas favorecem a propagação do som, tornando o fenômeno mais audível.
  • Condições atmosféricas: Umidade, temperatura e densidade do ar também influenciam na reverberação das ondas sonoras.

Por que o bramido residual é mais perceptível em áreas rurais?

Em regiões urbanas, o excesso de ruídos e a presença de edifícios dificultam a percepção do bramido residual. Já em zonas rurais ou campos abertos, o silêncio predominante e a ausência de barreiras artificiais permitem que o som se propague livremente. Assim, o fenômeno se torna mais claro e envolvente, sendo descrito por muitos como um “retumbo suave” ou um rugido distante que marca o fim da tempestade. Essas características tornam a observação do bramido residual uma oportunidade para conectar-se com a natureza e perceber sons que normalmente passariam despercebidos nos cenários urbanos. Locais como o Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, são ideais para a escuta deste fenômeno, de acordo com relatos de pesquisadores da Universidade de São Paulo.

O som que assombra os céus mesmo depois da tempestade não é um trovão
céu – Créditos: depositphotos.com / dleindecdp

Quais curiosidades cercam o bramido residual?

Embora o bramido residual não seja amplamente mencionado no cotidiano, ele faz parte do ciclo acústico das tempestades reconhecido por meteorologistas e estudiosos do clima. Em algumas culturas, esse som foi interpretado como um sinal de calmaria, simbolizando o momento em que a natureza retoma seu equilíbrio após a turbulência. Há relatos históricos em que o bramido era visto como uma espécie de “suspiro” do céu, encerrando o episódio tempestuoso. O fenômeno já foi tema de estudos apresentados na Conferência Internacional de Climatologia em 2022.

  1. O bramido residual pode durar de poucos segundos a alguns minutos, dependendo das condições do ambiente.
  2. É mais comum em regiões com pouca poluição sonora.
  3. O fenômeno contribui para a diversidade de sons naturais associados ao clima.

O bramido residual representa um detalhe interessante do universo sonoro das tempestades, revelando como a natureza pode surpreender com fenômenos discretos, mas marcantes. Observar e compreender esses sons é uma forma de valorizar a complexidade do clima e sua influência no cotidiano das pessoas. Essa vivência pode enriquecer a relação do ser humano com o ambiente natural, incentivando um olhar mais atencioso aos sons que compõem o nosso ecossistema.

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