Em muitos lares brasileiros, a pressa na hora de sair pode levar a pequenos descuidos, como deixar a cafeteira elétrica conectada à tomada. Embora pareça um detalhe sem importância, especialistas apontam que este hábito representa um dos principais riscos de incêndio doméstico no Brasil e em outros países da América do Sul. Grande parte desses incidentes pode ser evitada com práticas simples, que incluem revisar e desligar os eletrodomésticos antes de sair de casa.
A manutenção e o uso consciente dos aparelhos elétricos têm recebido cada vez mais atenção devido ao aumento das ocorrências de curtos-circuitos causados por falhas em equipamentos como cafeteiras, chaleiras elétricas e torradeiras, muito usados nas manhãs brasileiras. Segundo dados do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), falhas nesses aparelhos são responsáveis por boa parte dos focos de incêndio em residências brasileiras, o que ressalta a necessidade de atenção redobrada ao manusear itens tão presentes no dia a dia, principalmente em regiões onde as altas temperaturas e o clima seco do inverno aumentam o risco de propagação das chamas.

Por que é perigoso deixar a cafeteira ligada na tomada?
Apesar de desligadas no botão, algumas cafeteiras continuam recebendo energia e podem aquecer devido a defeitos internos ou ao desgaste dos componentes elétricos. Esse aquecimento invisível pode levar à geração de faíscas ou ao superaquecimento de fios, criando condições para o início das chamas, risco agravado em períodos secos, comuns no Cerrado e na caatinga, onde até pequenas fagulhas podem atingir folhas secas ou materiais inflamáveis facilmente encontrados nas casas. Por isso, o simples ato de desconectar o plugue da tomada se mostra uma medida eficaz e preventiva para evitar acidentes mais graves. Além disso, em regiões onde as instalações elétricas são antigas ou com pouca manutenção, o risco aumenta consideravelmente, já que pequenas falhas podem passar despercebidas e provocar acidentes ainda mais graves.

Quais são os riscos mais comuns ao deixar eletrodomésticos conectados?
Além do aumento do risco de incêndio, manter aparelhos conectados sem necessidade gera desperdício de energia elétrica. Equipamentos como cafeteiras, torradeiras e pavas elétricas mantêm um consumo chamado “standby”, que, ao longo do tempo, pode elevar significativamente o gasto total na conta de luz. Isso é ainda mais relevante em um país de dimensões continentais e grande diversidade climática, onde o custo da energia é uma preocupação crescente nos lares. Veja abaixo alguns dos principais riscos e prejuízos:
- Curto-circuitos: Ocorrências devido ao envelhecimento dos fios ou falhas no isolamento interno, situação que pode ser frequente em casas com instalações antigas, comuns em grandes cidades e áreas rurais brasileiras.
- Incêndios domésticos: Falhas em termostatos ou dispositivos de segurança podem provocar superaquecimento, colocando em risco móveis e estruturas de madeira de espécies nativas como ipê, peroba e jatobá, ainda presentes em muitos lares brasileiros.
- Desperdício de energia: Consumo oculto quando os aparelhos permanecem plugados sem uso, agravando o desperdício de recursos naturais fundamentais para o país, como a água utilizada nas hidrelétricas.
- Danos à saúde dos aparelhos: Exposição prolongada à corrente elétrica reduz a vida útil de motores e resistências, levando ao descarte prematuro e aumentando o impacto ambiental, em um país rico em biodiversidade.

Quais cuidados são recomendados para evitar acidentes elétricos?
A adoção de práticas simples pode fazer toda a diferença quando o objetivo é manter a segurança doméstica. Especialistas e fabricantes, como a Teka, sugerem algumas medidas básicas:
- Desconectar todos os eletrodomésticos da tomada antes de sair de casa ou viajar.
- Fazer manutenção regularmente, verificando fios, plugues e tomadas que apresentem sinais de desgaste, principalmente em regiões litorâneas onde a maresia contribui para a oxidação dos metais.
- Limpar os aparelhos conforme instruções do fabricante para evitar o acúmulo de sujeira ou poeira comum em regiões urbanas e rurais do país, que pode favorecer curtos.
- Em caso de equipamentos mais antigos ou com funcionamento irregular, buscar assistência técnica autorizada, aproveitando a rede de técnicos presente em diversas cidades do país, inclusive nas menores.
- Para geladeiras, adaptar o uso dependendo do tempo de ausência: viagens curtas podem exigir apenas o modo econômico, enquanto viagens prolongadas pedem esvaziamento e desligamento completo da tomada, prática comum em férias ou nas festas de fim de ano, quando muitas famílias viajam pelo Brasil.
Além dessas recomendações, vale destacar que modelos mais modernos de eletrodomésticos já contam com funções inteligentes, notificações no celular e mecanismos de segurança reforçados, permitindo monitoramento até mesmo em regiões afastadas da área urbana. A tecnologia, aliada à atenção cotidiana, contribui decisivamente para um ambiente mais seguro e econômico. Algumas soluções smart, inclusive, permitem o desligamento remoto dos aparelhos via aplicativo, ampliando a proteção do lar mesmo que ninguém esteja presente.
Manter hábitos saudáveis quanto ao uso dos eletrodomésticos, dedicando alguns minutos para checar cabos, limpar os aparelhos e desconectá-los quando não estão em uso, representa uma importante barreira contra acidentes e prejuízos. A prevenção, reforçada pela informação, permanece como o melhor caminho para proteger o lar, o patrimônio construído muitas vezes com madeiras brasileiras e rodeado pela rica flora nacional, e evitar situações de risco desnecessário que podem provocar danos irreparáveis ao nosso ambiente e à nossa qualidade de vida.