Em 2025, os transtornos do sono afetam uma parcela significativa da população brasileira, com estimativas apontando que cerca de 20% das pessoas convivem com problemas crônicos relacionados ao sono. Apesar dessa prevalência, muitos adultos ainda não abordaram questões de sono com profissionais de saúde. A maioria desconhece que dificuldades recorrentes para dormir podem sinalizar condições de saúde relevantes, exigindo avaliação clínica adequada.
É comum ter uma noite ruim de sono ocasionalmente, especialmente em situações de estresse como um vestibular, prova de concurso ou um prazo apertado no trabalho. Porém, quando sintomas como insônia frequente, dificuldade para adormecer, despertares noturnos ou a sensação de não descansar ao longo da noite começam a interferir na rotina, é fundamental buscar orientação médica para investigar eventuais distúrbios do sono.
Quais são os sinais que indicam transtornos do sono?
Diversos sinais podem sugerir a presença de transtornos ou distúrbios do sono. Entre eles, destacam-se a insônia, o impulso incontrolável de movimentar as pernas durante o repouso, um sintoma típico da síndrome das pernas inquietas, e a sonolência excessiva durante o dia, mesmo após uma noite aparentemente longa de descanso. Outros comportamentos noturnos inesperados, como caminhar, falar ou até comer enquanto dorme, também podem indicar problemas específicos, conhecidos como parassonias.
Muitos fatores contribuem para alterações no sono, incluindo o estresse, a anemia, ou outras condições de saúde. Medicamentos de uso contínuo, consumo frequente de álcool, uso de cannabis, antialérgicos como a loratadina e até o uso indiscriminado de melatonina podem mascarar sintomas ou prejudicar a qualidade do descanso noturno, tornando ainda mais difícil identificar e tratar a causa principal dessas dificuldades. No Brasil, o uso de fitoterápicos populares, como chás de camomila, erva-cidreira e maracujá, presentes na flora brasileira e muito utilizados como calmantes naturais, também pode interferir nos sintomas e no diagnóstico.
Por que é importante procurar um médico ao notar mudanças no sono?
Buscar ajuda profissional é essencial, sobretudo quando as alterações no sono persistem por pelo menos três meses ou se pioram ao longo do tempo. Sintomas que prejudicam o rendimento no trabalho, a condução de veículos ou afetam atividades cotidianas podem ocultar condições sérias como apneia obstrutiva do sono ou narcolepsia. A apneia, por exemplo, se caracteriza por períodos em que a respiração é interrompida durante o sono, resultando em roncos, engasgos e cansaço diurno, mesmo se o paciente não se lembra desses episódios, relatos frequentes nas famílias brasileiras.
Além disso, condições crônicas como obesidade, hipertensão, insuficiência renal e doenças neurológicas costumam estar relacionadas a dificuldades persistentes para dormir. Muitas vezes, tratar a causa subjacente, como ansiedade, dor crônica ou problemas urinários, pode melhorar significativamente a qualidade do sono. O clima quente e úmido em várias regiões do país, sobretudo no verão, pode provocar desconforto e piorar a qualidade do sono de pessoas que não têm acesso a ventilação adequada, o que deve ser levado em conta durante a avaliação.
Como monitorar os padrões de sono pode ajudar no diagnóstico?
Antes de buscar a avaliação médica, recomenda-se registrar durante duas semanas o horário de dormir e acordar, medicamentos em uso, ingestão de bebidas alcoólicas ou cafeína, muito presente no consumo de mate e café, bebidas tradicionais brasileiras, e a frequência de atividades físicas. Anotar esses detalhes em um diário do sono pode fornecer ao especialista informações valiosas para identificar padrões e possíveis gatilhos dos distúrbios.
- Evite obsessão pelo monitoramento, pois isso pode aumentar a ansiedade e prejudicar ainda mais a qualidade do sono.
- Aponte detalhes sobre despertares noturnos ou comportamentos incomuns enquanto dorme.
- Comunique ao médico quaisquer mudanças recentes na rotina, uso de novos medicamentos ou ocorrência de episódios de sonolência intensa ao longo do dia.
Quais tratamentos estão disponíveis para distúrbios do sono?
O tratamento depende da causa identificada e pode abranger desde mudanças de hábitos até intervenções específicas. Entre as ações recomendadas incluem-se:
- Ajuste do ambiente de sono, como reduzir ruídos (barulho de vizinhos, festas ou trânsito, comuns em cidades brasileiras), usar ventiladores ou climatizadores para driblar o calor excessivo e manter a iluminação adequada.
- Evitar consumo de álcool, refrigerantes à base de guaraná e cafeína nas horas que antecedem o sono.
- Praticar atividades físicas regularmente, como caminhadas em parques urbanos, praças ou nas trilhas da natureza típica do Brasil, porém não muito próximo do horário de dormir.
- Em alguns casos, são necessários medicamentos específicos prescritos por um profissional.
- Terapias comportamentais podem ser indicadas para insônia ou ansiedade relacionada ao sono.
Os avanços em pesquisas sobre os distúrbios do sono continuam auxiliando na compreensão dos impactos dessas condições na vida diária das pessoas. Investigar, tratar causas subjacentes e buscar acompanhamento médico são etapas essenciais para garantir uma melhor qualidade de vida e de descanso para qualquer brasileiro ou brasileira que enfrente sintomas persistentes relacionados ao sono.
