Durante a amamentação, manter uma alimentação equilibrada é fundamental tanto para a saúde da mãe quanto para o desenvolvimento do bebê. Nessa fase, o corpo feminino enfrenta uma demanda energética maior, já que parte dos nutrientes ingeridos será destinada à produção do leite materno. Assim, recomenda-se a inclusão de alimentos variados e ricos em nutrientes na rotina alimentar, aliando qualidade e quantidade para atender às necessidades biológicas desse período.
O consumo de água também ganha destaque nessa fase. O aleitamento materno utiliza grande volume de líquidos diariamente, o que torna a hidratação essencial. Além disso, a escolha dos alimentos deve priorizar frutas frescas, verduras, cereais integrais e leguminosas, evitando processados com elevado teor de açúcar e gordura. Esses cuidados favorecem a produção de leite com qualidade nutricional adequada.
Quais os principais nutrientes que merecem atenção durante a amamentação?
A dieta para mães lactantes exige atenção redobrada a determinados nutrientes, cujas necessidades são ampliadas nesse período. Entre eles, destacam-se as vitaminas do complexo B, vitamina D, cálcio, ferro, iodo, zinco e o ômega-3. O consumo regular desses elementos é essencial para garantir o desenvolvimento neurológico, imunológico e físico da criança, além de preservar a saúde materna. Outros nutrientes, como a vitamina A, também têm papel importante na qualidade do leite e devem ser considerados com orientação profissional.
O ômega-3 é especialmente importante nesse contexto, pois está associado ao desenvolvimento cerebral e visual do bebê. No Brasil, é possível encontrar excelentes fontes desse nutriente, como peixes de água doce e salmão brasileiro, além de sementes típicas como chia e linhaça. Outras alternativas nacionais incluem nozes e castanha-do-pará. Já as fontes de cálcio, como leite, iogurte e vegetais de folhas escuras, couve, taioba e espinafre, contribuem para a manutenção da massa óssea materna. Em casos específicos, o médico ou nutricionista pode indicar suplementos alimentares para corrigir eventuais carências. Evite automedicação e sempre busque orientação profissional para suplementação adequada no nosso clima tropical.

Como montar um cardápio saudável para a amamentação?
Elaborar um cardápio balanceado durante o aleitamento materno pode parecer desafiador no início, mas é totalmente viável com alguns cuidados. O ideal é combinar diferentes grupos alimentares ao longo do dia, mantendo refeições frequentes e variadas. Entre as orientações mais comuns destacam-se:
- Adicionar frutas frescas típicas do Brasil em lanches e sobremesas, como banana, mamão, abacaxi, manga, goiaba e açaí (sem xarope);
- Priorizar verduras e legumes da época e da região, como abóbora, chuchu, quiabo, jiló, beterraba e cenoura, nos almoços e jantares;
- Optar por fontes de proteína magra, como frango, peixes regionais (tilápia, sardinha, tambaqui) e ovos caipiras;
- Incluir cereais integrais como arroz integral, aveia e o tradicional nosso pão francês integral;
- Alternar entre feijão, grão-de-bico, lentilha e outras leguminosas típicas, como feijão carioquinha e feijão preto tão presentes na culinária brasileira.
A ingestão de calorias deve ser ligeiramente elevada, variando de 200 a 500 calorias a mais que em outros períodos da vida, para suprir o gasto extra provocado pela produção de leite. É importante evitar dietas restritivas nesse momento, pois podem comprometer tanto a recuperação do organismo materno quanto o aporte de nutrientes ao bebê. Lembre-se que, em nosso clima quente, atenção com a hidratação é ainda maior, complementando a alimentação saudável com água, sucos naturais (sem açúcar) e água de coco fresca.
Quais alimentos devem ser evitados durante a amamentação?
Certos alimentos e bebidas podem afetar a qualidade do leite ou impactar negativamente o bebê. Bebidas alcoólicas, por exemplo, passam para o leite materno e, por isso, devem ser evitadas. Em situações em que o consumo seja eventual e autorizado pelo médico, recomenda-se esperar pelo menos de duas a três horas antes de amamentar.
- Produtos ultraprocessados, ricos em açúcar, gordura e baixo valor nutricional, incluindo refrigerantes comuns no Brasil, salgadinhos e doces industrializados;
- Alimentos com cafeína em excesso, como café forte, chá preto e chimarrão, muito apreciados em algumas regiões do país;
- Alimentos que aumentam gases, como alguns feijões, couve-flor, repolho ou brócolis, especialmente se houver relato de cólicas no bebê. Observe como o bebê reage aos alimentos típicos da sua região e faça adaptações se necessário.
O consumo de cafeína deve ser reduzido, principalmente para mães de recém-nascidos, pois a substância pode causar irritabilidade e alterações no sono dos pequenos. Para quem aprecia café, recomenda-se não ultrapassar 340 ml por dia, o que equivale a cerca de 200 mg de cafeína. O tradicional cafezinho brasileiro pode ser incluído com moderação nas refeições.

Quando buscar aconselhamento profissional durante o aleitamento?
Cada mulher possui necessidades nutricionais particulares, que variam conforme o estado de saúde, peso atual e ritmo de produção do leite. O acompanhamento com um nutricionista é recomendável para ajustar a alimentação e prevenir deficiências. Além disso, o pediatra avalia periodicamente o desenvolvimento da criança, alertando sobre sinais de desconforto ou possíveis reações alimentares, como cólicas frequentes. O profissional pode orientar escolhas de alimentos mais adequados ao estilo de vida, clima e ingredientes típicos brasileiros.
Observar possíveis ligações entre determinados alimentos e o surgimento de sintomas no bebê pode auxiliar a identificar o que deve ser evitado. Nos casos de dúvidas ou sintomas como irritabilidade, dificuldades para mamar ou choro excessivo, recomenda-se consultar profissionais especializados para garantir o bem-estar materno e infantil.
Ao adotar práticas alimentares sadias durante a amamentação, aumenta-se a chance de uma recuperação saudável do organismo materno e de um desenvolvimento adequado do bebê. Rotinas alimentares equilibradas, variação dos grupos alimentares e hidratação constante, utilizando a rica flora disponível nas diferentes regiões do Brasil, contribuem significativamente para esse período tão importante na vida da mãe e do filho.
