Quando se trata de compartilhar alimentos com um cachorro, muitos tutores sentem dificuldade em resistir ao olhar insistente do animal durante as refeições. Porém, a fisiologia dos cães difere muito da humana, o que faz com que certos alimentos inofensivos para as pessoas possam causar graves complicações para os animais de estimação. Entender quais itens são potencialmente perigosos é fundamental para evitar ameaças à saúde dos pets.
Nos últimos anos, cresceu o interesse em diversificar a alimentação dos cachorros para além das rações comerciais. Essa tendência, no entanto, requer uma atenção especial quanto aos ingredientes que podem ser servidos. Veterinários alertam que algumas comidas, bastante comuns nas casas brasileiras, podem ser tóxicas e até fatais, mesmo se ingeridas em pequenas quantidades.
Quais alimentos são proibidos para cachorros?
Entre os principais ingredientes que devem permanecer fora do alcance dos cachorros está o chocolate. Esta guloseima contém teobromina, uma substância perigosa para os cães, já que o corpo deles não a elimina de forma eficaz. Os sintomas de intoxicação vão de vômitos e agitação até convulsões. O tipo de chocolate e o tamanho do animal influenciam na gravidade do problema, sendo o chocolate amargo o mais perigoso devido à elevada concentração desse composto.
Outro produto frequentemente encontrado em lares e extremamente perigoso é o xilitol, presente em balas, gomas de mascar e produtos “sem açúcar”. Nos cachorros, o xilitol causa uma queda acentuada nos níveis de glicose, podendo levar a convulsões, desorientação e lesões no fígado. O consumo, ainda que acidental e em pequenas quantidades, representa um alto risco.

Por que cebola, alho e outros vegetais são prejudiciais?
Alguns vegetais e temperos, como cebola e alho (crus ou cozidos), possuem compostos que afetam diretamente a saúde dos cães. Essas substâncias podem destruir glóbulos vermelhos, resultando em anemia hemolítica. Os sinais de intoxicação nem sempre aparecem logo após o consumo, mas podem incluir cansaço extremo, gengivas pálidas e vômitos nas horas ou dias seguintes.
Outro grupo de alimentos proibidos são as uvas e passas, pois o consumo pode causar insuficiência renal aguda nos cães, condição que compromete drasticamente o funcionamento dos rins. No caso das frutas com sementes, como maçã ou damasco, o perigo está nos caroços, que contêm cianeto, uma substância tóxica até para humanos, mas potencialmente letal para cães em doses muito baixas.
Quais outros alimentos podem causar riscos para os cães?
Além dos vegetais e frutas mencionados, outros itens precisam ser evitados no cardápio dos pets. Por exemplo, a palta (conhecida como abacate) possui uma toxina chamada persina, que pode levar a náusea, diarreia e desconforto abdominal. Quando consumido em grandes quantidades, este fruto ainda pode provocar pancreatite, uma inflamação dolorosa e de difícil tratamento.
- Nozes de macadâmia: Podem causar fraqueza, vômito e tremores musculares.
- Amêndoas: Dificultam a digestão e podem gerar desconforto estomacal.
- Produtos fermentados ou com álcool: Álcool e massa de pão crua são perigosos, podendo levar à intoxicação e falência de órgãos.
Para evitar acidentes, é importante adotar práticas de segurança alimentar em casa. Manter alimentos tóxicos fora do alcance dos dogs, nunca oferecer restos de mesa sem orientação veterinária e identificar rapidamente sinais de intoxicação são atitudes que fazem toda a diferença. Outra medida importante é o cuidado com restos de comida que possam conter pequenas quantidades desses ingredientes perigosos, como sopas, molhos ou bolos.

Quais cuidados adotar antes de mudar a alimentação do cão?
Antes de variar a dieta do animal, consultar um médico-veterinário é fundamental. O profissional avaliará necessidades nutricionais, condições de saúde específicas e indicará suplementos ou ingredientes adequados para cada fase da vida do cachorro. Optar por uma dieta caseira balanceada, sob supervisão especializada, pode ser benéfico, mas deve ser planejado criteriosamente para evitar deficiências ou riscos alimentares.
- Evitar alimentar o cão com comidas humanas sem orientação veterinária.
- Estar atento a embalagens de produtos adoçados, conferindo sempre a presença de xilitol.
- Manter frutas e vegetais tóxicos fora do alcance dos animais.
- Observar imediatamente qualquer sinal de mal-estar e procurar atendimento profissional em caso de suspeita de intoxicação.
Garantir uma alimentação segura ao cachorro é uma das formas mais eficazes de zelar por sua saúde e longevidade. Informar-se continuamente e agir com cautela ao escolher o que oferecer é essencial para evitar situações que possam comprometer o bem-estar do melhor amigo doméstico.
No cenário brasileiro, é comum encontrar frutas regionais sendo oferecidas aos cães, como manga, goiaba ou banana-prata. Embora algumas delas possam ser oferecidas com moderação (e sempre sem sementes ou cascas), outras típicas da flora nacional, como carambola, são extremamente perigosas para cães, sobretudo para aqueles com predisposição a problemas renais, devido à presença de ácido oxálico. Da mesma forma, frutos de plantas ornamentais populares, como comigo-ninguém-pode, mamona ou espirradeira, bastante presentes nos jardins das casas brasileiras e adaptadas ao clima tropical, podem provocar intoxicações severas e nunca devem ser consumidos pelos pets.
Com as altas temperaturas nas diferentes regiões do Brasil, é importante, além do cuidado com alimentação, garantir água fresca e proteção ao calor, evitando o uso de petiscos muito calóricos ou gordurosos, principalmente durante o verão. E quando for dar frutas, prefira as bem conhecidas e seguras, como melancia (sem sementes), melão, maçã (sem sementes) ou manga (em pequenas quantidades e sem casca). Em caso de dúvida sobre plantas do seu quintal ou alimentos típicos de determinada região brasileira, sempre consulte um veterinário de confiança.
