O hábito de lavar toalhas costuma variar bastante entre as pessoas no Brasil. Existem aqueles que optam por higienizar as peças toda semana, enquanto outros estendem o intervalo para até quinze dias. Entretanto, esse costume pode impactar diretamente a saúde, principalmente em razão do acúmulo de micro-organismos que prosperam em ambientes úmidos e abafados, como o banheiro, realidade bastante comum em diversas regiões brasileiras, especialmente onde o clima é quente e úmido, como no litoral e na região Norte.
Especialistas em higiene e saúde, como o microbiologista Philip Tierno, professor da Universidade de Nova York, alertam que o período ideal para lavar as toalhas é após dois ou três usos. Após esse tempo, o item já reúne umidade, resíduos de pele e oleosidade do corpo, preparados para favorecer o desenvolvimento de bactérias e fungos. Ignorar esse ciclo pode trazer riscos para a pele e aumentar as chances de infecção, especialmente em regiões do Brasil onde a combinação de calor, umidade e chuvas favorece ainda mais a proliferação desses micro-organismos.
Por que a higienização frequente das toalhas é importante?
Toalhas de banho são usadas cotidianamente e ficam expostas a diversas condições favoráveis ao crescimento de micro-organismos. O calor e a umidade do banheiro, frequente em cidades costeiras ou durante o verão tropical brasileiro, criam um terreno fértil para bactérias, tornando fundamental adotar uma rotina consistente de lavagem. Mesmo quando não aparentam sujeira visível, esses itens podem portar agentes invisíveis que prejudicam a saúde. Além disso, a frequência adequada na higienização ajuda a prevenir alergias cutâneas e infecções, como a foliculite, causadas por bactérias presentes em toalhas sujas. No Brasil, doenças de pele relacionadas ao clima quente e úmido, como a micose (bastante comum devido à abundância de fungos em ambientes tropicais), podem ser transmitidas e potencializadas pelo uso de toalhas mal higienizadas.

Qual é a frequência ideal para lavar as toalhas?
Segundo Philip Tierno, o melhor intervalo é após cada dois ou três usos. Este prazo é suficiente para que as toalhas não acumulem resíduos em excesso. Deixar para efetuar a lavagem apenas uma vez por semana ou mais pode ser insuficiente, especialmente em ambientes quentes e úmidos, como os encontrados em parte do Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil. Vale lembrar que crianças, idosos e pessoas com doenças de pele devem intensificar a frequência de lavagem, pois são mais suscetíveis a infecções. Quem mora em regiões com climas mais secos, como o sertão nordestino ou o interior do Sudeste, também deve ficar atento: a poeira e resíduos do ambiente podem ser absorvidos pelas toalhas, aumentando a necessidade de higienização.
Existem sinais indicativos de que uma toalha necessita de lavagem:
- Odor desagradável que demonstra proliferação microbiana.
- Aparência úmida mesmo horas após o uso.
- Presença de manchas.
Como lavar as toalhas corretamente para eliminar bactérias?
Para garantir a eficácia na eliminação de germes, alguns cuidados são essenciais durante a lavagem das toalhas. Utilizar água quente, preferencialmente a temperaturas em torno de 60 °C, potencializa a limpeza e reduz o risco de contaminação. Como nem todos os lares brasileiros dispõem de máquinas que aqueçam a água, pode-se ferver água em panela ou bacia, quando possível. É importante assegurar que as peças estejam completamente secas antes de guardá-las, evitando assim que desenvolvam bolor e maus odores, algo facilitado pelo hábito nacional de secar as toalhas ao sol, o que, além de natural, é eficaz graças à intensa radiação solar presente na maior parte do território brasileiro. O uso de sabão adequado e, eventualmente, alvejantes sem cloro podem aumentar ainda mais a efetividade da higienização. Para quem busca soluções mais sustentáveis, plantas como o sabão-de-soldado (Sapindus saponaria), encontrado na flora nacional, podem ser utilizadas na confecção de sabão artesanal para lavar roupas e toalhas.
- Lavar após dois ou três usos: não se deve esperar que apareçam sinais visíveis de sujeira.
- Apostar em água quente: a alta temperatura é mais eficaz na erradicação de micro-organismos, mas secar ao sol também ajuda bastante graças ao clima brasileiro.
- Secar totalmente a toalha: garantir que fique sem vestígios de umidade antes de guardar, preferencialmente ao ar livre e sob o sol.
- Prestar atenção ao cheiro: aromas desagradáveis indicam crescimento microbiano e exigem um novo ciclo de lavagem.

Quais riscos a má higienização das toalhas pode trazer?
A falta de cuidado no manuseio e na lavagem das toalhas pode resultar na formação de colônias de bactérias e fungos. Esses micro-organismos, em contato frequente com a pele, abrem caminho para infecções dermatológicas e outros problemas de saúde. Além disso, guardar toalhas ainda úmidas potencializa esses riscos, já que a umidade persistente facilita o desenvolvimento de agentes prejudiciais à saúde. Entre as doenças relacionadas estão as infecções fúngicas, como o pano branco, e infecções bacterianas como impetigo. No clima brasileiro, estas condições são ainda mais comuns, principalmente em épocas de calor intenso e chuvas, quando a umidade do ar se mantém elevada mesmo no inverno em grande parte do país.
Manter uma rotina de higiene adequada, com lavagens regulares e atenção à secagem correta, contribui para um lar mais saudável e seguro. Pequenas adaptações no dia a dia, como aproveitar o sol abundante para secar toalhas e utilizar plantas da flora local para produtos de limpeza, fazem diferença na prevenção de doenças e garantem maior durabilidade às toalhas, promovendo também o bem-estar de todos que compartilham o ambiente.
