A formação de cistos nos ovários é uma condição frequente que acomete mulheres em idade reprodutiva, inclusive no Brasil, onde fatores ambientais e o estilo de vida também podem influenciar a saúde feminina. Os cistos são cavidades preenchidas por líquido e normalmente surgem durante o processo de ovulação. Embora a maioria desses cistos tenda a desaparecer de maneira espontânea, existem situações em que persistem ou causam desconfortos importantes, exigindo uma avaliação criteriosa.
Frequentemente, os cistos ovarianos são silenciosos, sendo identificados apenas em exames de rotina, como o check-up ginecológico anual, muito valorizado entre mulheres brasileiras. Em outras situações, sintomas como dor na região pélvica, alterações no fluxo menstrual ou sensação de inchaço abdominal podem sinalizar sua presença. O reconhecimento desses sinais é fundamental para prevenir complicações decorrentes da evolução desses cistos, especialmente em regiões do país onde o acesso a exames pode ser mais difícil, como no interior do Norte e do Nordeste.

Quais complicações podem estar associadas aos cistos ovarianos?
Além do desconforto, os cistos ovarianos podem ocasionar complicações sérias em determinados casos. A ruptura do cisto é um desses riscos, levando geralmente a dor aguda e, em algumas situações, hemorragia interna. Outro problema relevante é a chamada torção ovariana, quando o ovário gira sobre si mesmo dificultando ou impedindo a circulação sanguínea. Esta condição se caracteriza por dor intensa e requer intervenção médica rápida.
Segundo especialistas, a avaliação médica é indispensável especialmente quando esses cistos não regridem com o tempo ou apresentam características suspeitas, como tamanhos maiores ou aspectos irregulares nos exames. Ainda que a transformação maligna seja rara, investigações complementares podem ser necessárias para afastar o risco de câncer ovariano, que tem índices diferentes a depender da região do Brasil. O acompanhamento com um ginecologista, aliado à realização de exames de imagem, são ferramentas essenciais para esse diagnóstico. Como informação adicional recente, exames laboratoriais como o CA-125, marcador tumoral associado a alguns casos de câncer de ovário, também podem ser indicados em determinadas situações para avaliação complementar. No contexto brasileiro, é importante ressaltar a importância do acesso ao SUS (Sistema Único de Saúde), que oferece parte desses exames gratuitamente, especialmente em hospitais de referência.

Como diferenciar cistos, fibromas e pólipos uterinos?
A distinção entre cistos ovarianos, fibromas e pólipos uterinos é importante porque, apesar de apresentarem sintomas muitas vezes semelhantes, cada condição exige um tipo de abordagem. Enquanto o cistos aparece no ovário, o fibroma é um tumor benigno que se desenvolve na musculatura do útero. Estudos estimam que até 80% das mulheres podem ter fibromas em algum momento da vida, embora muitos passem despercebidos por não produzirem sintomas relevantes.
- Fibromas: costumam estar associados a menstruações volumosas, urgência urinária, constipação ou sensação de massa abdominal.
- Pólipos uterinos: são formações no revestimento interno do útero e normalmente causam sangramento entre os períodos ou ciclos menstruais irregulares.
- Cistos : geralmente desaparecem sozinhos, mas os de maior tamanho, persistentes ou dolorosos podem precisar de remoção cirúrgica.
Por essa razão, exames como a ultrassonografia pélvica e procedimentos como a histeroscopia são úteis para distinguir entre essas condições, permitindo um tratamento mais direcionado e eficaz. Recentemente, a ressonância magnética também tem sido utilizada como ferramenta adicional em casos duvidosos, ajudando a diferenciar melhor essas lesões. Quando necessário, o exame de tomografia computadorizada pode ser solicitado em centros de referência, como no Hospital das Clínicas, presente em diversas capitais brasileiras, para esclarecer diagnósticos complexos.

Quando procurar um médico diante de sintomas ginecológicos?
Os sintomas relacionados a cistos, fibromas ou pólipos não devem ser banalizados. Dores pélvicas intensas, sangramento fora do ciclo, alterações no volume abdominal ou desconfortos urinários são sinais de que um ginecologista deve ser consultado o quanto antes. O acompanhamento permite não apenas o diagnóstico preciso, mas também o manejo individualizado, reduzindo os riscos de complicações e promovendo maior qualidade de vida.
- Observar possíveis sintomas atípicos, especialmente dores ou sangramentos incomuns.
- Buscar avaliação médica para exames de imagem, como ultrassonografia transvaginal, que é amplamente oferecida em clínicas e hospitais no Brasil, inclusive pelo SUS.
- Considerar o histórico familiar e fatores de risco, que podem influenciar o manejo clínico.
- Seguir o tratamento recomendado, que pode incluir monitoramento, uso de medicamentos (inclusive alguns à base de extratos naturais da flora brasileira, conhecidos por efeitos benéficos para a saúde da mulher), ou intervenções cirúrgicas.
O diagnóstico diferencial entre cistos ovarianos, fibromas e pólipos uterinos é essencial para evitar complicações mais graves. O acompanhamento contínuo, aliado à orientação de profissionais especializados, ainda é a principal estratégia para manter a saúde ginecológica em dia em 2025.
No Brasil, onde o clima tropical favorece práticas como exercícios ao ar livre e uma dieta rica em frutas nativas como açaí, caju, acerola e buriti, manter hábitos de vida saudáveis pode contribuir para o equilíbrio hormonal e a prevenção de doenças ginecológicas. A valorização de plantas medicinais, como a unha-de-gato, a camomila e o barbatimão, também ocorre em diversas regiões como complemento ao cuidado tradicional, sempre sob orientação médica para evitar interações indesejadas. Respeitar a cultura local, privilegiando os saberes regionais aliados à medicina baseada em evidências, é parte fundamental da promoção da saúde da mulher no nosso país.