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Pesquisadores revelam o segredo para frear o avanço da diabetes tipo 2

A crescente incidência do diabetes tipo 2 representa um desafio significativo para a saúde pública mundial, especialmente no Brasil, onde estilos de vida urbanos, alimentação ultraprocessada e alta prevalência do sedentarismo impactam de modo expressivo a população. Diversos estudos indicam uma forte ligação entre o aumento da obesidade e o surgimento da diabetes tipo 2, evidenciando a necessidade de promover abordagens acessíveis e eficazes para a prevenção dessa doença metabólica crônica. Diante desse cenário, pesquisadores brasileiros e internacionais têm buscado compreender os melhores métodos para reduzir o risco em pessoas com sobrepeso e predisposição metabólica, adaptando estratégias ao contexto nacional.

Resultados recentes destacam um projeto de pesquisa colaborativo chamado PREDIMED-Plus, conduzido inicialmente por especialistas de várias instituições espanholas, mas cujos aprendizados já inspiram adaptações no Brasil, dada a similaridade de alguns hábitos alimentares do Mediterrâneo com parte da dieta brasileira, especialmente em regiões litorâneas. O estudo acompanhou, por seis anos, milhares de participantes entre 55 e 75 anos, analisando os efeitos combinados de uma dieta mediterrânea ajustada e do aumento da atividade física sobre a incidência da doença. A iniciativa reforça a importância de combinar mudanças alimentares e comportamentais para um impacto mais expressivo na saúde.

O que a dieta mediterrânea hipocalórica oferece na prevenção do diabetes tipo 2?

A dieta mediterrânea é tradicionalmente conhecida por seu perfil equilibrado, privilegiando o consumo de hortaliças, azeite de oliva, grãos integrais, peixes e baixo teor de gorduras saturadas. No Brasil, é possível adaptar esses princípios considerando a vasta riqueza de frutas, legumes e vegetais nativos, como abóbora, quiabo, couve, banana, manga, abacate, castanha-do-pará, peixes de água doce e azeite extra-virgem de oliva, cada vez mais comum nas prateleiras nacionais. Neste contexto, a estratégia hipocalórica consiste em ajustar a quantidade de calorias ingeridas, mantendo a qualidade nutricional da dieta, com objetivo direto de promover a perda de peso. No âmbito do estudo espanhol, essa dieta apresentou grande potencial preventivo ao ser aliada a outras práticas saudáveis e pode perfeitamente dialogar com ingredientes já presentes nas feiras brasileiras.

A singularidade da abordagem reside na priorização de alimentos ricos em fibras e de baixo índice glicêmico, como feijão, aveia, mandioca (aipim) em pequenas porções, batata-doce, além das frutas típicas do Brasil. Reduzir calorias sem comprometer nutrientes essenciais mostrou-se viável para participantes com risco aumentado, favorecendo uma perda de peso sustentável e alcançando melhorias metabólicas evidentes. Outra vantagem observada foi o aumento da adesão dos participantes à dieta devido ao seu caráter culturalmente adaptável, o que sugere melhores resultados a longo prazo em populações que conseguem incluir seus próprios alimentos regionais. Além disso, pesquisas recentes sugerem que complementar a dieta mediterrânea com alimentos locais, conforme o contexto cultural de cada país, amplia a adesão e facilita a replicação dos resultados positivos observados na Espanha em locais como o Brasil, aproveitando a biodiversidade da flora nativa.

Pesquisadores revelam o segredo para frear o avanço da diabetes tipo 2
alimentação saudável – Créditos: depositphotos.com / VadimVasenin

Como a atividade física potencializa os resultados?

Os pesquisadores observaram que a simples adoção da dieta mediterrânea já impacta positivamente, mas a inclusão de exercícios regulares apresenta ganhos complementares expressivos. O incentivo à prática de atividades físicas ao ar livre, como caminhadas nos parques urbanos, trilhas em reservas naturais ou até mesmo danças, que fazem parte da cultura brasileira, é especialmente relevante em um país com clima predominantemente quente e ensolarado. O aumento da atividade física não só auxilia na maior queima de calorias e gordura corporal, como também desencadeia melhora da sensibilidade à insulina, fator determinante no controle e prevenção da diabetes tipo 2.

  • O estímulo à prática diária de caminhadas, atividades típicas como futebol, vôlei de praia e hidroginástica, bem como exercícios aeróbicos e de fortalecimento, contribuiu para um maior controle do peso.
  • Participantes do grupo que recebeu orientações para movimentar-se regularmente relataram mais facilidade para manter a dieta e as metas de controle de saúde.
  • Redução do uso de medicamentos foi observada entre os que conseguiram integrar essas mudanças em seu cotidiano.

Qual o impacto do estudo PREDIMED-Plus na incidência da diabetes tipo 2?

A investigação revelou que a combinação de dieta mediterrânea hipocalórica e aumento da atividade física promove uma redução de até 31% no risco de desenvolvimento do diabetes tipo 2 quando comparada à dieta mediterrânea sem restrição calórica e ausência de orientações específicas de exercício. Esses resultados fortalecem as políticas de saúde pública no Brasil, que já incentivam, através do Sistema Único de Saúde (SUS) e de campanhas regionais, o consumo de alimentos naturais e a prática de exercícios físicos regulares. O estudo demonstrou que estratégias intensivas, integrando reeducação alimentar, apoio psicológico e incentivo ao movimento, resultam em benefícios duradouros para a população de risco.

Além da queda significativa de novos casos, os participantes apresentaram adesão mais alta ao plano alimentar, conseguiram manter a redução de peso e precisaram de menos intervenções medicamentosas para controlar a glicemia, mesmo entre aqueles diagnosticados posteriormente com diabetes tipo 2. No Brasil, a inclusão de hábitos regionais, como o consumo de castanhas, frutas, folhas verdes e pescados, assim como a valorização do preparo caseiro, pode ter um papel fundamental. Novos dados também apontam que a melhora na qualidade do sono relacionada à prática regular de exercícios e alimentação equilibrada contribui para a regulação metabólica, ainda mais relevante em regiões de clima quente, onde noites maldormidas são frequentes e impactam a saúde. Em paralelo, a divulgação internacional de estudos como o PREDIMED-Plus tem incentivado políticas públicas voltadas à prevenção em diversos países além da Espanha, inclusive no Brasil, onde o enfrentamento do diabetes se tornou prioridade.

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representação de diabetes – Créditos: depositphotos.com / VadimVasenin

Quais estratégias sustentáveis podem reduzir o risco de diabetes tipo 2?

Os resultados do estudo servem de base para a implementação de estratégias preventivas em populações com elevado risco metabólico. Entre as recomendações práticas baseadas nas descobertas recentes e adaptadas ao cenário brasileiro estão:

  1. Adotar uma dieta baseada em alimentos frescos, ricos em fibras e com controle calórico, priorizando verduras, legumes e frutas nacionais.
  2. Preferir o uso de gorduras boas, como azeite de oliva extra virgem, abacate e castanhas brasileiras (como castanha-do-pará e de caju).
  3. Incorporar atividade física regular à rotina, aproveitando espaços abertos, clima favorável e orientações de profissionais de saúde.
  4. Buscar suporte psicológico ou grupos de acompanhamento, como os ofertados em UBS, para reforçar a motivação e o acompanhamento contínuo.

A união dessas estratégias, inspiradas em evidências científicas mas com adaptações culturais e regionais, representa uma ferramenta promissora para retardar ou evitar a progressão do diabetes tipo 2, favorecendo melhor qualidade de vida para quem apresenta fatores de risco. O monitoramento frequente e o envolvimento de equipes multidisciplinares, considerando nutricionistas, educadores físicos e psicólogos da rede pública ou privada, tendem a potencializar ainda mais os resultados em saúde no contexto brasileiro.

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pessoa utilizando lanceta – Créditos: depositphotos.com / VadimVasenin
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