A imagem de que os gatos e a água não combinam é bastante difundida. Tradicionalmente, muitas pessoas associam felinos domésticos a um comportamento arisco diante de qualquer tipo de contato com a água, seja durante banhos ou até mesmo ao receber respingos no pelo. Apesar de ser uma crença amplamente aceita, a relação entre gatos e água é mais complexa e possui raízes históricas e comportamentais.
Os especialistas em comportamento animal destacam que a origem dessa característica está relacionada ao ambiente ancestral dos antepassados dos gatos domésticos. Descendentes de felinos que habitavam regiões áridas, esses animais evoluíram sem grandes demandas hídricas, o que pode explicar por que o contato direto com a água é um elemento pouco familiar para eles. Por exemplo, o Egito Antigo era conhecido por acolher e venerar gatos, mas, por ser um local de clima seco, a interação dos felinos com a água era limitada.
Por que os gatos parecem evitar a água?
Em grande parte dos lares, uma tentativa de banho pode resultar em fuga e resistência por parte do felino. Esse comportamento, no entanto, não significa aversão absoluta. A ausência de adaptação natural à água faz com que ela seja algo estranho ao repertório de experiências desses animais. Muitas espécies de gatos selvagens viviam em ambientes desérticos, onde lagos e rios eram pouco frequentes, tornando desnecessário qualquer tipo de hábito relacionado a nadar ou se molhar.

Qual é a explicação para a sensibilidade dos gatos ao banho?
Quando expostos à água, os gatos podem manifestar sinais de estresse como ansiedade, medo ou até mesmo agressividade. Isso ocorre porque são extremamente sensíveis a mudanças em seu ambiente e a situações onde não detêm controle. Além disso, ao ficarem molhados, seus bigodes, estruturas sensoriais indispensáveis para a percepção do espaço, podem perder eficiência, causando desconforto adicional.
- Impacto nos sentidos: O contato com a água pode prejudicar a função dos bigodes, fundamentais para orientação e equilíbrio.
- Ruídos e manipulação: Barulhos de água corrente e o toque excessivo durante o banho contribuem para aumentar o estresse felino.
- Sensação de desamparo: A perda do controle em uma situação inesperada torna a experiência negativa, reforçando a resistência futura.
Como ajudar o gato a se acostumar com a água?
Embora boa parte dos gatos evite o contato com a água, alguns indivíduos podem ser condicionados a tolerar, e até a gostar, dessa experiência, desde que sejam respeitados seus limites e apresentados à água de forma gradual. O segredo está em transformar o momento em algo positivo, sem imposições. Vale lembrar que cada animal possui seu próprio tempo de adaptação, e, em alguns casos, a presença de outro gato mais habituado à água pode potencializar a curiosidade e reduzir o medo. Segundo a Associação Internacional de Medicina Felina, o processo de adaptação deve ser lento e pautado pela observação do comportamento do animal.
- Apresente fontes ou recipientes de água para brincadeiras, estimulando a curiosidade natural do animal. Experimente usar uma Fonte Elétrica Automática, um dos dispositivos preferidos de felinos curiosos, já que simula água corrente e oferece uma abordagem menos intimidadora.
- Permita que ele molhe apenas as patas inicialmente, para que possa explorar o novo estímulo sem receios.
- Associar cada interação com petiscos ou recompensas contribui para criar uma memória agradável relacionada ao contato com a água.
- Evite forçar o gato, pois experiências negativas podem aumentar o medo e dificultar futuras tentativas.

Os gatos podem aprender a gostar de água?
Alguns felinos, mediante experiências positivas e adaptações gradativas, podem passar a aceitar a presença da água em seu cotidiano. O processo demanda paciência e respeito pelo tempo do animal. É importante que cada etapa seja conduzida sem pressão, de modo que a rotina de cuidados envolvendo água não se torne um fator de estresse para o pet ou para quem convive com ele. Em casos específicos, algumas raças como o Maine Coon e o Turkish Van têm maior predisposição genética a tolerar ou gostar da água, embora isso não seja uma regra para todos os gatos dessas raças. Inclusive, em eventos como a Exposição Internacional de Gatos realizada em São Paulo, é comum ver demonstrações de gatos dessas raças interagindo com água de maneira lúdica.
Em 2025, compreende-se que a aversão felina à água é uma questão de rotina ancestral aliada à natureza sensorial desses animais. Conhecer as razões para esse comportamento possibilita criar ambientes mais confortáveis e seguros, além de fortalecer a relação de respeito entre tutores e seus companheiros felinos. Para quem deseja aprofundar-se no tema, muitos especialistas recomendam buscar conteúdos em ambientes confiáveis como o site da International Cat Care ou acompanhar eventos sobre bem-estar animal em cidades como São Paulo e no Rio de Janeiro.
