O consumo de energia dos eletrodomésticos é uma preocupação constante nas residências, especialmente diante do aumento das tarifas e da necessidade de adotar práticas mais sustentáveis. Entre os aparelhos presentes no lar, o aquecedor de água elétrico chama atenção pelo seu potencial de gasto energético elevado, apesar de ser utilizado por menos tempo ao longo do dia se comparado a outros equipamentos.
Em geral, as pessoas costumam imaginar que a geladeira é o principal vilão do consumo elétrico, já que permanece ligada continuamente. No entanto, quando se compara o perfil de uso e o funcionamento de ambos os aparelhos, torna-se evidente que o aquecedor de água pode ultrapassar facilmente a geladeira em consumo mensal, mesmo sendo acionado por poucas horas diárias.
Por que o aquecedor de água consome tanta energia?
O funcionamento do aquecedor de água elétrico baseia-se no aquecimento de grandes volumes de água – normalmente entre 50 a 100 litros ou mais, e na manutenção dessa temperatura durante o dia todo. Esse processo exige energia significativa, principalmente se o aparelho está instalado em locais frios ou se apresenta isolamento térmico ineficiente. Além disso, mesmo quando não está em uso direto, o equipamento pode ligar ciclicamente para preservar a temperatura da água armazenada.
De acordo com estimativas atualizadas para 2025, um aquecedor desse tipo pode consumir entre 120 e 150 kWh por mês, variando conforme o modelo e os hábitos de uso. Comparativamente, uma geladeira moderna e eficiente da categoria A ou superior, mesmo ligada o tempo todo, consome de 30 a 50 kWh mensais, pois seu compressor atua apenas em intervalos programados. Vale lembrar que dados recentes do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) reforçam a diferença no consumo entre esses equipamentos em avaliações publicadas no início de 2024.

Quais medidas ajudam a economizar energia com o uso do aquecedor de água?
Adotar práticas para reduzir o gasto energético é possível e traz efeito direto na conta de luz. Algumas orientações práticas envolvem tanto hábitos de utilização quanto decisões na hora da compra e instalação do aparelho. Veja as recomendações principais:
- Melhorar o isolamento térmico: Aparatos bem isolados mantêm a água quente por mais tempo e requerem menos acionamentos para reaquecer.
- Ajustar a temperatura do termostato: Configurar entre 50°C e 55°C é suficiente para o uso doméstico e evita desperdício de energia.
- Reduzir o tempo de banho: Otimizar o uso da água quente, evitando banhos longos ou desnecessários.
- Localização estratégica: Instale o aquecedor próximo aos pontos de consumo, como banheiros e cozinhas, minimizando perdas nas tubulações.
- Desligar em períodos de ausência: Caso a residência fique desocupada por alguns dias, desligar o aparelho impede consumo desnecessário.
- Optar por modelos eficientes: Avalie aparelhos que possuam recursos como o modo férias, que diminui automaticamente a temperatura quando não há uso frequente.
Quais são as alternativas disponíveis ao aquecedor elétrico de água?
Uma questão relevante diz respeito às alternativas disponíveis no mercado para aquecimento de água em residências. O aquecedor de água a gás desponta como opção interessante, já que utiliza outro tipo de energia, muitas vezes resultando em menor impacto na conta de eletricidade. Em cidades como São Paulo e Curitiba, onde o fornecimento de gás natural é bastante difundido, essa alternativa se torna viável para a maioria dos imóveis urbanos. No entanto, a escolha entre os sistemas depende de fatores como disponibilidade de infraestrutura, custo inicial e perfil de consumo dos habitantes.
Outras alternativas que vêm conquistando espaço são os aquecedores solares, que aproveitam energia limpa e renovável, reduzindo significativamente o consumo elétrico. Para quem busca economia, é recomendável analisar a viabilidade dessas opções conforme a região e as condições de instalação. Inclusive, alguns programas governamentais, como o Programa Brasileiro de Etiquetagem, incentivam o uso de aparelhos mais eficientes e fontes renováveis. Recentemente, cidades no interior de Minas Gerais têm promovido incentivos para quem opta por sistemas solares, mostrando uma tendência de expansão dessas alternativas pelo território nacional.

O que é importante observar na escolha e instalação de um aquecedor de água elétrico?
No momento de adquirir um novo aparelho, é importante verificar sua eficiência energética e a existência de certificações que garantam menor consumo. Durante a instalação, recomenda-se evitar áreas externas ou sujeitas à variação intensa de temperatura, exceto em modelos especialmente projetados para resistir a essas condições. Assim, minimizam-se perdas térmicas e potenciais danos ao equipamento.
Além disso, a manutenção regular e a verificação das condições das tubulações contribuem não só para a eficiência, mas também para a segurança da residência. Pensar estrategicamente sobre onde posicionar o equipamento e como utilizá-lo no dia a dia faz toda a diferença no final do mês. Há inclusive especialistas, como o engenheiro Felipe Andrade, que destacam em entrevistas recentes a importância do dimensionamento adequado e da verificação periódica de válvulas de segurança para evitar acidentes e desperdício de energia.
Entender os fatores que influenciam o consumo de energia do aquecedor de água e adotar pequenos cuidados pode representar uma economia significativa, promovendo um uso mais consciente dos recursos e colaborando para um ambiente doméstico mais sustentável.
