Entre as Plantas Alimentícias Não-Convencionais (PANCs) que conquistaram espaço nos hábitos alimentares dos brasileiros, destaca-se o peixinho-da-horta. Essa planta, cujo nome científico é Stachys byzantina, chama a atenção pelo sabor que lembra peixe frito e pela versatilidade culinária. Apesar da popularidade crescente no Brasil, o peixinho-da-horta é originário de regiões como Turquia, Armênia e partes da Ásia Central, o que ajuda a explicar sua preferência por climas mais amenos e elevadas altitudes.
Reconhecida pelo aspecto aveludado de suas folhas, essa PANC se destaca não apenas no prato, mas também na decoração de hortas caseiras e jardins, graças à textura delicada semelhante à “orelha-de-coelho”. Apropriada para dietas veganas e vegetarianas, ela fornece uma alternativa interessante ao peixe tradicional, enquanto contribui para diversidade no cardápio. Seu uso, porém, vai muito além da culinária, sendo apreciada também como planta ornamental.
Como cultivar o peixinho-da-horta em casa?
O cultivo doméstico do peixinho-da-horta pode ser realizado tanto em hortas quanto em vasos, desde que alguns cuidados básicos sejam seguidos. Por sua origem, adapta-se melhor a regiões de altitude acima de 800 metros e temperaturas amenas. Para propagar a planta, o método mais usado é a divisão de touceiras, separando cuidadosamente as mudas com algumas folhas centrais e raízes preservadas.
É recomendado que as mudas passem por uma lavagem completa para remover resíduos de solo que possam estar aderidos às raízes. Quando plantadas em épocas mais frias, podem ir diretamente ao solo; em períodos mais quentes, o ideal é o uso de vasos com boa drenagem. Para garantir um melhor desenvolvimento, recomenda-se espaçamento mínimo de 20 centímetros entre cada muda em canteiros ou jardins.
No estágio inicial, o peixinho-da-horta exige irrigação diária para promover o enraizamento. Após esse período, as regas podem ser realizadas a cada dois ou três dias, de acordo com as condições climáticas. Um substrato leve e rico em matéria orgânica favorece o crescimento, podendo ser enriquecido com adubo natural. A cobertura do solo com grama cortada também auxilia no controle da umidade e na manutenção do microclima ideal.
Quais cuidados são necessários para o peixinho-da-horta?
Esta PANC aprecia a luminosidade, mas não tolera sol extremo ou calor ininterrupto. Por isso, o ambiente de meia sombra é o mais indicado, especialmente em regiões mais quentes do país. O solo deve permanecer úmido, porém não encharcado, evitando o apodrecimento das raízes. Uma atenção especial deve ser dada à lavagem das folhas, já que a superfície pilosa pode acumular sujeira.
A colheita normalmente começa cerca de 60 dias após o plantio, quando as folhas atingem aproximadamente 10 centímetros de altura. Uma das vantagens do peixinho-da-horta é a rusticidade, apresentando baixa incidência de pragas e doenças, o que facilita o cultivo agroecológico. Além disso, a colheita pode ser sequencial, garantindo folhas frescas ao longo do ano.
- Drenagem eficiente: Impede o acúmulo excessivo de água no solo.
- Adubação orgânica: Favorece o desenvolvimento de folhas mais saborosas.
- Rega controlada: O solo deve estar sempre úmido, mas sem formar poças.
- Proteção em dias muito quentes: Plantas podem ser transferidas para ambientes levemente sombreados.
Como preparar o peixinho-da-horta e quais são os seus benefícios nutricionais?
No contexto gastronômico, o peixinho-da-horta destaca-se principalmente pelo preparo empanado e frito, iguaria recorrente em feiras e festivais de PANCs. Seu consumo, no entanto, pode ser variado: assado, como recheio para tortas, em pizzas ou até mesmo desidratado para ser servido como petisco. O importante é garantir a limpeza adequada antes do consumo, removendo possíveis impurezas das folhas aveludadas.
Além do sabor diferenciado, o peixinho-da-horta é fonte de fibras e minerais como potássio, cálcio e ferro. Por esse motivo, representa um complemento para dietas que buscam variedade nutricional, especialmente em regimes vegetarianos ou veganos. As folhas são ricas em nutrientes e oferecem uma opção interessante para quem deseja diversificar o consumo de hortaliças no dia a dia. A planta também possui propriedades antioxidantes leves, conferindo benefícios adicionais à saúde.
- Lave as folhas em água corrente, garantindo a remoção de resíduos.
- Deixe secar antes de empanar.
- Empane passando as folhas em ovos batidos e fubá temperado com sal e ervas.
- Frite em óleo quente até dourar ambos os lados.
- Sirva ainda quente para preservar a crocância.
Onde encontrar o peixinho-da-horta no Brasil em 2025?
Apesar da expansão do interesse pelas PANCs, o peixinho-da-horta ainda não é facilmente encontrado em supermercados convencionais. Os principais locais de venda seguem sendo as feiras agroecológicas e lojas especializadas em produtos naturais. Em capitais como São Paulo, Porto Alegre e Brasília, o acesso ao peixinho-da-horta costuma ser mais simples, especialmente em mercados e feiras voltados à alimentação orgânica ou sustentável. Em algumas cidades do interior ou regiões com tradição em agricultura familiar, há relatos de troca de mudas em grupos comunitários e até venda direta por pequenos produtores.
O valor do maço pode variar conforme a região e a safra, situando-se atualmente entre R$ 4 e R$ 8. A crescente busca por diversidade alimentar e alternativas sustentáveis tem promovido maior presença desse ingrediente em feiras e grupos de troca de mudas. Assim, a planta segue conquistando consumidores interessados em novos sabores e em práticas agrícolas menos convencionais.
O peixinho-da-horta, além de ampliar o leque de opções culinárias, reforça a importância das PANCs na promoção de dietas mais ricas e sustentáveis. Seu cultivo em casa ou aquisição em feiras representa um caminho para redescobrir a diversidade dos alimentos e valorizar práticas agrícolas adaptadas à realidade brasileira.
