Entre as plantas ornamentais mais valorizadas nos jardins brasileiros, a camélia se destaca por seu visual imponente e cores variadas, sendo uma escolha frequente em projetos paisagísticos de casas, praças e até espaços públicos. Este arbusto, cujo nome científico é Camellia, chama atenção tanto pelas flores exuberantes quanto pelo formato singular de suas folhas verdes com bordas serrilhadas, que se adaptam bem ao clima do Brasil, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, onde as temperaturas costumam ser mais amenas. Popular em diversos estados brasileiros, apresenta características que facilitam sua adaptação até mesmo em algumas áreas de clima tropical, desde que receba os cuidados ideais.
Com flores que surgem principalmente nas estações mais frias, como outono e inverno, exatamente quando boa parte da flora nacional costuma reduzir o ritmo de florescimento, a camélia compõe jardins e varandas de forma duradoura. O fato de ser perene contribui para manter-se sempre verde, independentemente do período do ano, mesmo diante de variações de temperatura comuns nas regiões Sudeste e Sul. O porte da planta varia conforme o método de cultivo: em vasos, pode alcançar até 1,80 m de altura, enquanto no solo do jardim, especialmente em solos ácidos como os encontrados em boa parte do Brasil, chega a até 2,5 m. Originária do continente asiático, mais precisamente de Japão, Coreia e China, vem conquistando admiradores por todo o país, graças à sua resistência e versatilidade, mesmo em terras tropicais.

Como cuidar de camélia?
Para garantir o desenvolvimento saudável da camélia, escolher o local certo é um dos primeiros passos. No Brasil, a planta prefere ambientes úmidos, com luz indireta e pouca exposição direta ao sol intenso típicos do verão tropical. Ambientes com sombra parcial, como sob as copas de árvores nativas, favorecem tanto sua folhagem quanto o processo de floração. O plantio pode ser feito diretamente no solo ou em vasos, desde que haja preocupação com a drenagem, importante devido às chuvas intensas em algumas regiões brasileiras, evitando o encharcamento das raízes.
O início do cultivo exige atenção especial à irrigação. Nas primeiras semanas após o plantio, recomenda-se regar o solo a cada dois dias, ou sempre que a superfície estiver seca, até perceber que está suficientemente úmido. À medida que a planta se desenvolve, pode-se adaptar uma rotina com mais regas nos meses quentes, podendo ser três vezes por semana durante o verão e duas vezes na semana durante o inverno, que é mais seco em diversas regiões brasileiras. Manter essa constância é fundamental para a camélia, já que o excesso ou a falta de água impactam negativamente no crescimento e na floração.

Quais os principais tipos de camélia e suas características?
Existem diferentes variedades de camélia disponíveis, geralmente classificadas de acordo com a cor e forma das flores. Entre as mais conhecidas e cultivadas no Brasil, destacam-se as camélias brancas, vermelhas e rosadas, todas pertencentes à família Theaceae. Cada variedade traz uma peculiaridade, seja pela intensidade do perfume, pelo formato levemente diferenciado das pétalas ou pela resistência ao frio. Algumas espécies são escolhidas por sua robustez, característica importante para jardins expostos a variações típicas do clima brasileiro, enquanto outras são valorizadas pelo apelo visual e variedade de tons.
- Camélia japônica: conhecida pelas flores grandes e pela diversidade cromática, é tradicionalmente cultivada em cidades do Sul e Sudeste.
- Camélia sasanqua: apreciada pelo porte mais delicado e floração mais precoce, vai bem mesmo em áreas com inverno mais suave.
- Camélia reticulata: famosa por suas flores volumosas e caules mais espessos; bastante utilizada em parques e jardins públicos.
Essas diferentes opções contribuem para a popularização do arbusto mesmo em meio à riquíssima flora brasileira, tornando possível criar composições paisagísticas com aparências variadas em um mesmo jardim, misturando camélias com espécies nacionais como azaleias, manacás e orquídeas.

Pode podar a camélia durante todo o ano?
A realização da poda em camélias obedece a uma recomendação específica: o procedimento deve ser realizado logo após o período de floração. Uma manutenção criteriosa permite a retirada de galhos secos, doentes ou enfraquecidos, ajudando a revitalizar a planta sem afetar sua beleza natural. Diferente de outras espécies, a camélia não exige podas frequentes, visto que seu crescimento é considerado lento.
Outro cuidado envolve o uso de adubos. O ideal é optar pelo adubo foliar, que deve ser aplicado a cada três meses. O preparado, diluído em água e pulverizado na folhagem, auxilia não só na nutrição, mas também hidrata a planta, colaborando para manter as folhas viçosas durante todo o ano. Quem cultiva camélias no Brasil pode potencializar o desenvolvimento da planta utilizando adubos orgânicos, como esterco curtido ou húmus de minhoca, que são abundantes e sustentáveis. Transplantes não costumam ser necessários, já que a camélia é resistente e se adapta bem ao local onde foi originalmente cultivada.
- Após a floração, podar galhos enfraquecidos ou secos.
- Adubar a cada três meses com adubo foliar diluído ou adubo orgânico brasileiro.
- Evitar o excesso de água no solo para não comprometer as raízes, principalmente em regiões de chuvas intensas.
Visando garantir a vitalidade da camélia, além dos cuidados diários, é recomendável observar periodicamente sinais de pragas ou doenças, como cochonilhas e pulgões, comuns nos jardins brasileiros. A manutenção regular e o monitoramento do ambiente em que o arbusto se encontra são fatores determinantes para um florescimento bonito e saudável, contribuindo para que a camélia permaneça sendo símbolo de elegância e beleza nos jardins urbanos e residenciais do Brasil.