Durante o mês de setembro de 2025, um dos eventos mais aguardados por entusiastas da astronomia está prestes a acontecer. Trata-se de um eclipse lunar total, fenômeno popularmente chamado de Lua de Sangue, caracterizado pela coloração avermelhada que a Lua adquire quando atravessa a sombra da Terra. O espetáculo poderá ser observado a olho nu, sem a necessidade de equipamentos específicos, oferecendo uma experiência visual marcante para inúmeras regiões do Brasil, incluindo cidades com tradição em observação astronômica, como São Paulo e até áreas de grande riqueza natural, como o Parque Nacional da Serra da Canastra ou o Pantanal, onde o céu limpo e a vegetação aberta favorecem a contemplação dos astros.
A expectativa em torno desse fenômeno astronômico se justifica pela raridade e pela beleza do evento. A projeção da sombra da Terra cobre completamente o satélite natural, criando um cenário intrigante sobre sertões, florestas e cidades brasileiras, e, ao mesmo tempo, fornecendo oportunidades valiosas para a realização de observações científicas. A fase mais intensa do eclipse terá início às 17h30 UTC (14h30 no horário de Brasília) e seguirá até as 18h50 UTC (15h50 em Brasília), totalizando cerca de 80 minutos em que a Lua ficará totalmente coberta, dentro de um evento que irá se estender por aproximadamente 5 horas e 30 minutos.
O que é a “lua de sangue” e por que a Lua fica vermelha?
Durante um eclipse lunar total, a Lua adquire um tom avermelhado devido a um fenômeno conhecido como dispersão de Rayleigh. Quando o Sol, a Terra e a Lua se alinham, o nosso planeta bloqueia os raios solares diretos que normalmente iluminam a superfície lunar. Entretanto, uma fração da luz solar continua atingindo a Lua ao atravessar a atmosfera da Terra.
Nesse processo, a atmosfera filtra a luz, barrando principalmente as ondas de cor azul, de menor comprimento, e permitindo a passagem das ondas vermelhas e alaranjadas, que possuem maior comprimento. Em noites de céu limpo, como as comumente vistas no cerrado ou nos campos do sul do Brasil no início da primavera, essas ondas chegam até a Lua e refletem de volta aos observadores, conferindo o conhecido aspecto de “Lua de Sangue”. Esse efeito é um exemplo fascinante de como a atmosfera da Terra influencia a forma como observamos fenômenos no espaço.
Onde e em quais horários o eclipse total poderá ser observado?
O eclipse lunar total do dia 7 de setembro de 2025 será visível para grandes partes do planeta, incluindo o Brasil. As melhores condições de visibilidade estão previstas para observadores situados na Ásia, Europa, África, Austrália, leste da América do Sul e oeste da América do Norte. Nas cidades brasileiras das regiões Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste, muitos moradores poderão acompanhar a totalidade do fenômeno logo que a noite começa a cair, em meio ao clima ameno de setembro, marcado por ventos suaves e aromas de flores das matas e parques urbanos.
Além do próprio eclipse, um detalhe interessante é que a Lua estará em seu perigeu, momento em que se encontra mais próxima da Terra. Isso fará com que ela pareça maior e mais brilhante, proporcionando um espetáculo ainda mais impressionante para o público observador.
Como pessoas sem telescópio podem ver a “lua de sangue”?
Muitas pessoas se perguntam: É necessário algum equipamento especial para ver a Lua de Sangue? Nesses casos, não há exigência de telescópios ou acessórios sofisticados. A observação pode ser feita a olho nu, preferencialmente de locais afastados da poluição luminosa, como áreas rurais, roças, chácaras, parques públicos ou mirantes naturais, como os que existem nas Serras do Sudeste brasileiro ou às margens dos rios amazônicos. Diversos grupos em cidades como Salvador, Brasília e Manaus costumam organizar encontros de observação nesses momentos, promovendo a ciência de maneira descontraída e integrando pessoas de diferentes gerações.
- Escolher uma área com céu limpo, típico da estação seca em boa parte do Brasil central, favorece uma experiência inesquecível.
- Recomenda-se o uso de aplicativos ou sites de astronomia para checar os horários específicos do eclipse na sua localidade, levando em conta o horário de Brasília.
- Dividir o momento com família e amigos, ou participar de atividades em praças e escolas, torna a experiência ainda mais rica, fortalecendo os laços culturais e o interesse pela natureza e pelo cosmos.
Observar fenômenos como o eclipse lunar total permite compreender melhor os movimentos dos astros e despertar o interesse por astronomia em todas as regiões do Brasil, do sertão à Amazônia. Para aqueles que desejam fotografar o momento, é possível registrar belas imagens mesmo com câmeras de celular, principalmente se incluir paisagens típicas brasileiras, como árvores de ipê-florido, palmeiras ou até as araucárias dos campos do Sul como parte da composição, utilizando o modo noturno e recursos de exposição prolongada presentes em muitos aparelhos. Aplicativos como o NightCap Camera e o Stellarium ainda ajudam a identificar o melhor ângulo e horário para ver e registrar o fenômeno.
Quais são os principais destaques do eclipse lunar de setembro de 2025?
Entre os diferenciais deste eclipse lunar total, destaca-se a coincidência com a superlua, condição em que o satélite está mais próximo do planeta e, portanto, com aparência visualmente aumentada. Além disso, o tempo total de duração do fenômeno cria uma janela de observação extensa, favorecendo quem deseja acompanhar todas as fases do eclipse.
- A principal atração ocorre durante os 80 minutos de máximo de ocultação, quando a tonalidade avermelhada fica mais evidente e a Lua parece ainda mais imponente sobre florestas e campos abertos do Brasil.
- O evento será um dos mais acessíveis dos últimos anos, permitindo que milhões de pessoas em diversos cantos do território brasileiro, de cidades do interior a capitais costeiras, testemunhem o fenômeno sem grandes obstáculos.
- Momento oportuno para registros fotográficos e atividades educativas para diferentes faixas etárias, com iniciativas promovidas por planetários, universidades federais e observatórios do Brasil, como o Observatório Nacional no Rio de Janeiro e o Museu de Astronomia e Ciências Afins, além de entidades regionais.
Em 2025, a expectativa é de que o eclipse lunar total motive, no Brasil, não apenas observadores casuais, mas também escolas, associações de bairros, clubes de astronomia e centros culturais a organizarem eventos de divulgação científica. Assim, a chamada “Lua de Sangue” não só encanta pela beleza, mas também serve de convite para redescobrir os mistérios do céu brasileiro, explorando a conexão entre nossa riqueza natural, com sua fauna noturna tão presente, como aves e insetos típicos do cerrado, da caatinga e da Amazônia, e os grandes fenômenos do universo observados a partir do Brasil.
