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A conexão entre exercício físico e microbiota intestinal e seu impacto na saúde

Manter um estilo de vida ativo vai muito além de fortalecer músculos ou melhorar o desempenho cardiovascular. Nos últimos anos, a ciência tem direcionado atenção especial para a conexão entre a prática regular de exercícios físicos, a diversidade da microbiota intestinal e sua influência no funcionamento do cérebro. Vários estudos realizados até 2025 apontam que a composição das bactérias intestinais pode afetar diretamente o bem-estar físico e emocional, destacando a importância de se cuidar desse verdadeiro ecossistema microbiano presente no trato digestivo. No Brasil, onde o clima favorece atividades ao ar livre durante boa parte do ano, manter-se ativo pode ser inclusive mais acessível e prazeroso.

A microbiota intestinal, composta por trilhões de microrganismos incluindo bactérias, vírus e fungos, desempenha papel fundamental na absorção de nutrientes, na defesa do organismo e até na produção de neurotransmissores. Pesquisas recentes têm comprovado que manter o equilíbrio e a diversidade desses microrganismos é essencial para uma boa saúde mental e cognitiva. O estilo de vida, especialmente a atividade física, surge como um dos fatores mais influentes na modulação desse ambiente interno. Vale destacar que alguns centros de pesquisa brasileiros, como o Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, têm avançado em estudos pioneiros sobre a interação entre exercício físico e microbiota em populações diversificadas em diferentes regiões brasileiras.

Como a atividade física modera a microbiota intestinal?

A realização de exercícios, principalmente de intensidade moderada, impacta positivamente a variedade das bactérias benéficas que habitam o intestino. Experimentos realizados com modelos animais mostraram que cerca de 40 minutos diários de exercício aeróbico em ritmo médio podem promover alterações significativas na composição bacteriana, contribuindo para uma microbiota mais diversa e saudável. Entre os benefícios observados, destacam-se a presença de grupos bacterianos como Lachnospiraceae e Acetatifactor, que têm relação direta com a melhora do desempenho cognitivo. No contexto brasileiro, práticas como caminhadas em parques urbanos, trilhas em áreas de Cerrado ou Mata Atlântica, pedaladas em ciclovias exuberantes ou mesmo esportes tradicionais, como o futebol em campos de várzea, tornam-se aliadas do equilíbrio da flora intestinal. Novas pesquisas também sugerem que diferentes modalidades de exercícios, como treinos de resistência e alongamento, podem atuar de formas complementares na promoção da saúde intestinal, ampliando ainda mais a gama de microrganismos benéficos.

Estudos indicam que não só a duração, mas também a intensidade dos treinos exerce influência sobre os resultados. O conceito de hormese, bastante discutido atualmente, mostra que há um ponto de inflexão na curva de benefícios do exercício físico. A partir de determinado limite, aumentar a intensidade ou o tempo de prática pode fazer com que os efeitos positivos diminuam ou até se tornem prejudiciais, demonstrando a importância do equilíbrio e da personalização das rotinas de atividade física. Considerando o calor tropical predominante no Brasil, recomenda-se praticar atividades físicas nos períodos mais frescos do dia (começo da manhã ou fim da tarde) e sempre se hidratar, aproveitando frutas típicas como água de coco e sucos naturais para potencializar a recuperação.

A conexão entre exercício físico e microbiota intestinal e seu impacto na saúde
representação de intestino – Créditos: depositphotos.com / alexlmx

De que maneira a microbiota intestinal afeta as funções cognitivas?

A saúde cerebral está intimamente ligada ao ambiente intestinal. Mudanças na microbiota podem modular funções essenciais do cérebro, como a memória e a capacidade de aprendizagem. Recém-descobertas apontam que a prática de atividade física regular ativa processos como a neurogênese, isto é, a geração de novas células nervosas, principalmente no hipocampo, área estratégica relacionada à memorização. A conexão entre intestino e cérebro é chamada de eixo intestino-cérebro, e pesquisas têm detalhado como as bactérias intestinais produzem substâncias químicas e metabolitos que atravessam a barreira hematoencefálica e afetam positivamente o tecido neural. Além disso, evidências apontam que alterações negativas na microbiota, provocadas por sedentarismo ou dietas inadequadas, podem contribuir para inflamação cerebral e risco aumentado de transtornos neuropsiquiátricos, como depressão ou ansiedade.

  • Melhora da memória: Variações na microbiota provocadas pelo exercício foram ligadas a melhores resultados em testes de memória e orientação espacial.
  • Neurogênese: O aumento de certas bactérias estimula a proliferação de células progenitoras neurais, favorecendo a formação de novos neurônios.
  • Redução do envelhecimento cerebral: Uma microbiota diversificada auxilia na proteção das funções cognitivas, retardando o declínio natural associado à idade.

Como encontrar o ponto ideal de exercício físico para a saúde cerebral?

Determinar a dose correta de atividade física é fundamental para maximizar os benefícios sobre a função cognitiva e o equilíbrio do ecossistema intestinal. Pesquisas recentes sugerem que o exercício moderado, realizado de forma constante, é o mais eficaz para aumentar sua diversidade microbiana e estimular a neurogênese. O excesso, seja em intensidade ou frequência, pode gerar efeitos neutros ou até negativos, tornando essencial o respeito ao limite individual de cada pessoa. Novos estudos destacam o papel da variabilidade genética e das preferências individuais na resposta ao exercício, indicando que a personalização dos treinos é um caminho promissor para alcançar melhores resultados em saúde cerebral. A cultura brasileira, com festas populares e esportes coletivos ao ar livre, pode ajudar na adesão e no prazer das atividades regulares. Aproveitar reservas naturais ou parques municipais, com flora típica como ipês, jatobás e a sombra de mangueiras, oferece não só benefícios físicos, mas também o contato com a natureza, que também é fator protetor para a mente.

  1. Optar por caminhadas vigorosas, pedaladas leves ou corridas em ritmo moderado por aproximadamente 40 minutos diários, preferindo trilhas, praias e praças de sua região.
  2. Intercalar dias de treino e descanso, permitindo adequada recuperação do organismo.
  3. Associar bons hábitos alimentares, incluindo frutas nativas do Brasil como açaí, cupuaçu, cajá e castanha-do-pará, que favorecem a saúde intestinal e potencializam os efeitos positivos no intestino e no cérebro.
  4. Consultar um profissional de saúde ou de educação física, especialmente em pessoas com condições pré-existentes, considerando sempre as particularidades de clima e ambiente locais.
A conexão entre exercício físico e microbiota intestinal e seu impacto na saúde
pessoa correndo – Créditos: depositphotos.com / HayDmitriy

Quais são os próximos passos nas pesquisas sobre microbiota intestinal e exercício?

Com os avanços recentes, o estudo da interação entre a microbiota e a atividade física se tornou uma das frentes mais promissoras dentro das ciências da saúde. Novos protocolos investigam, por exemplo, os efeitos de transplante de microbiota, em que microrganismos de indivíduos praticantes de determinado tipo de exercício são transferidos para sedentários, trazendo à tona variações positivas na memória e na geração de novas células neurais. Além disso, pesquisadores avaliam como fatores individuais, como idade e predisposição genética, podem influenciar o ponto de inflexão dos benefícios da atividade física, buscando indicar rotinas personalizadas para cada fase da vida. Estudos futuros também devem aprofundar o papel de dietas específicas e intervenções probióticas em associação à prática regular de exercícios, a fim de potencializar os impactos positivos sobre o eixo intestino-cérebro. Especial atenção tem sido dada ao contexto brasileiro, integrando saberes tradicionais sobre uso de plantas medicinais e alimentos nativos, além de analisar como as condições ambientais das diferentes regiões do país afetam nossa microbiota.

O entendimento de que o intestino exerce protagonismo na manutenção da saúde cerebral se reforça ano após ano, tornando o cuidado com esse sistema um dos pilares para qualidade de vida de crianças, adultos e idosos. A prática regular de exercícios físicos, aliada à adoção de uma dieta balanceada baseada na rica biodiversidade alimentar brasileira, desponta como estratégia fundamental para manter a diversidade microbiana, fortalecer as funções cognitivas e preservar o equilíbrio emocional, fortalecendo o lema de que corpo e mente caminham sempre juntos, especialmente sob o sol, no verde e entre os sabores do nosso Brasil.

pessoa comendo salada – Créditos: depositphotos.com / AllaSerebrina
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