Descongelar carne de forma rápida e segura é uma preocupação frequente em muitas cozinhas brasileiras, principalmente diante da rotina corrida e do nosso clima predominantemente quente. A popularização de truques como o uso de utensílios de aço inoxidável e o método da água com sal nas redes sociais despertou dúvidas sobre a eficácia e a segurança dessas práticas. Compreender os riscos e vantagens de cada método é essencial para evitar a proliferação de bactérias e manter a qualidade dos alimentos, especialmente em um país como o Brasil, onde as altas temperaturas favorecem o crescimento de micro-organismos.
Dados atuais apontam que métodos inadequados para desgelar carne podem favorecer a multiplicação de microrganismos prejudiciais à saúde, tornando o consumo perigoso. Muitos especialistas ressaltam que basta um pequeno descuido, como deixar a carne em temperatura ambiente além do tempo recomendado, algo particularmente arriscado em cidades brasileiras mais quentes ou em regiões de clima tropica, para que o alimento se torne um ambiente ideal para esses organismos.
Por que usar utensílios metálicos acelera o descongelamento?
Um método que ganhou destaque recentemente consiste em colocar a carne congelada entre duas superfícies metálicas, como sartenes ou tábuas de aço inoxidável. Esse procedimento baseia-se na propriedade dos metais condutores de calor. O calor armazenado no metal à temperatura ambiente é transferido para o alimento com muito mais eficiência do que seria possível usando madeira, plástico ou cerâmica, aqui vale lembrar que muitos brasileiros costumam usar tábuas de madeira, tradicionais, como as de ipê ou teca, mas elas são menos eficientes para esse fim.
O segredo desse mecanismo está na condução térmica. Quando a carne é colocada entre duas superfícies metálicas, a transferência de calor é acelerada, fazendo com que o congelamento diminua em questão de minutos. A prática, no entanto, deve ser utilizada apenas em situações de emergência e nunca deve ultrapassar 30 minutos fora da refrigeração, recomendam especialistas. Isso é particularmente importante no Brasil, onde a temperatura ambiente pode facilmente ultrapassar os 25°C na maior parte do ano.
Muitos profissionais alertam: mesmo com a velocidade do processo utilizando utensílios de aço, a carne precisa ser cozida imediatamente após o descongelamento, garantindo que bactérias não tenham tempo suficiente para se multiplicar. Dessa forma, o método pode ser útil em momentos de pressa, como no preparo de um churrasco com amigos ou família, uma tradição forte em diversas regiões do país, mas não substitui formas mais seguras.

É seguro descongelar carne na água com sal?
Outro método que ganhou popularidade é o de submergir a carne, protegida por uma embalagem hermética, em água fria com sal. A adição do sal não apenas acelera o descongelamento, mas também pode contribuir para uma preservação melhor da textura do alimento. Contudo, destaque-se que a água utilizada deve estar fria, e a carne precisa permanecer sempre na geladeira durante o processo para evitar a proliferação bacteriana, especialmente em regiões com clima quente, como o Norte e o Nordeste, onde a temperatura das águas pode ser mais elevada.
O procedimento desaconselha o uso de água quente. O calor excessivo em contato com as partes superficiais da carne favorece o crescimento acelerado de micro-organismos. Já o método da água fria com sal reduz o tempo necessário para descongelar sem comprometer a segurança alimentar, desde que a carne esteja bem embalada e não fique mais de 30 ou 40 minutos fora da refrigeração. Esse método é citado em diversos guias de saúde alimentar de órgãos internacionais e também é apoiado por fontes oficiais brasileiras, como Anvisa e Ministério da Saúde, reafirmando seu uso seguro quando seguido corretamente.
Quais práticas devem ser evitadas ao descongelar carne?
Há procedimentos amplamente divulgados que, apesar de parecerem práticos, oferecem riscos à saúde. Alguns erros comuns incluem:
- Descongelar carne em água quente
- Deixar o alimento em temperatura ambiente por longos períodos
- Voltar a congelar carne parcialmente descongelada
Deixar alimentos expostos ao calor facilita o crescimento de bactérias e aumenta consideravelmente o risco de uma intoxicação alimentar. No Brasil, esse risco é ainda maior devido ao clima quente típico de muitas regiões, o que torna ainda mais importante seguir as orientações. Segundo recomendações internacionais, como do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, ao descongelar utilizando o micro-ondas, é obrigatório cozinhar imediatamente o alimento, evitando que partes da carne iniciem o cozimento e outras permaneçam cruas, cenário propício para a multiplicação bacteriana.

Como garantir uma descongelação segura?
Para preservar a segurança alimentar e ainda manter as propriedades da carne, recomenda-se sempre transferir o alimento do freezer para a geladeira com antecedência mínima de 24 horas. No Brasil, onde muitos lares utilizam geladeiras mais compactas, é importante reservar espaço adequado para o descongelamento. Caso não haja tempo, o micro-ondas pode ser utilizado somente se o cozimento for feito em sequência. Alternativamente, o método da água fria com sal pode ser adotado, desde que a carne permaneça sempre protegida na geladeira. Em último caso, o uso de utensílios de metal pode ser útil, mas seu emprego precisa ser breve.
- Planeje as refeições e retire a carne antecipadamente do congelador, especialmente antes de festas típicas brasileiras como churrascos de domingo, festas juninas ou ceias de fim de ano
- Se necessário, utilize água fria e salgada, sempre mantendo o alimento em embalagem vedada, uma boa prática é utilizar sacos plásticos reforçados, como os de fabricação nacional facilmente encontrados em feiras e mercados
- Nunca utilize água quente ou deixe a carne exposta ao ambiente, mesmo em balcões de granito típicos das cozinhas brasileiras
- Após o descongelamento por métodos rápidos, cozinhe o alimento imediatamente
O uso consciente das melhores técnicas não apenas previne doenças, como também preserva sabor e textura dos alimentos, assegurando refeições mais seguras e saudáveis no dia a dia brasileiro. Se houver dúvidas, consultar fontes confiáveis, como o Ministério da Saúde, Anvisa ou profissionais da saúde pode ser uma boa alternativa para garantir ainda mais segurança alimentar.
