no

Como superar a síndrome do impostor e fortalecer a autoconfiança profissional

O chamado síndrome do impostor é um fenômeno que impacta uma parcela significativa da população trabalhadora em algum momento da carreira. Mesmo diante de conquistas comprovadas, muitas pessoas experimentam sentimentos de dúvida em relação à própria capacidade, atribuindo seus sucessos a fatores externos ou à sorte. Esse quadro pode se manifestar tanto em profissionais experientes quanto em quem está iniciando um novo caminho, criando uma barreira psicológica difícil de transpor.

Essas sensações são frequentemente acompanhadas por autocrítica exagerada, receio de ser “descoberto” como incompetente e dificuldades para reconhecer ou celebrar seus próprios méritos. O contexto das redes sociais, onde são expostos resultados editados e trajetórias aparentemente lineares, também contribui para a intensificação dessa autopercepção distorcida.

pesssoa estressada – Créditos: depositphotos.com / HayDmitriy

O que é a síndrome do impostor?

O termo síndrome do impostor foi descrito pela primeira vez em 1978 e se refere ao padrão de pensamento em que indivíduos capacitados sentem que não merecem o próprio sucesso. Embora não seja considerado um diagnóstico clínico, a condição pode trazer consequências marcantes para a saúde emocional. Aqueles que passam pela experiência frequentemente acreditam que seus resultados são fruto da sorte, de circunstâncias favoráveis ou de contatos, ignorando suas próprias aptidões e esforço dedicado.

De acordo com pesquisas recentes, cerca de 70% das pessoas vivenciam essa síndrome ao menos uma vez ao longo da trajetória profissional. O fenômeno é observado mais intensamente em ambientes de alta cobrança, períodos de transição de carreira e entre mulheres. Além disso, podem ser notados impactos negativos como aumento dos níveis de estresse, diminuição da satisfação no trabalho e autoconfiança abalada.

pessoa em sessão de terapia – Créditos: depositphotos.com / HayDmitriy

Quais são os principais sinais da síndrome do impostor?

Saber identificar a presença desse padrão é fundamental para buscar novas estratégias de enfrentamento. Entre os principais indícios do síndrome do impostor, destacam-se:

  • Dificuldade em aceitar elogios ou reconhecer os próprios êxitos
  • Crença de que resultados positivos se devem à sorte e não ao mérito
  • Medo constante de não estar suficientemente preparado
  • Autocrítica intensa, mesmo diante de sucesso
  • Sensação persistente de que será “desmascarado” por falta de competência

O ambiente profissional e cultural também pode exercer influência, especialmente em locais onde o reconhecimento se limita a resultados quantificáveis e não valoriza o processo de aprendizagem. O excesso de comparações, motivado principalmente pelas redes sociais, tende a potencializar a sensação de inadequação. Pesquisas recentes, conduzidas em países como Estados Unidos e Brasil, apontam que esta síndrome independe de área de atuação, atingindo desde profissionais de tecnologia até artistas e cientistas renomados, como já relataram personalidades como Albert Einstein e Maya Angelou. Esse panorama aparece também em setores específicos, como na cidade de São Paulo, onde a competitividade entre profissionais é ressaltada em pesquisas locais, e ainda em grandes centros tecnológicos como Silicon Valley.

mulher trabalhando – Créditos: depositphotos.com / NatashaFedorova

Como lidar com o síndrome do impostor e fortalecer a autoconfiança?

Superar o síndrome do impostor envolve uma mudança de perspectiva e a adoção de práticas voltadas ao autoconhecimento. Não se trata de eliminar dúvidas de forma definitiva, mas de aprender a lidar com elas de maneira construtiva. Algumas orientações são amplamente recomendadas por especialistas:

  1. Reconhecer o fenômeno: Nomear o que está sentindo e analisar o próprio diálogo interno é o primeiro passo.
  2. Registrar conquistas: Criar uma lista de feitos, habilidades e contribuições concretas ajuda a relembrar o próprio valor.
  3. Redefinir o erro: Olhar para equívocos como parte do processo de evolução, e não como fracassos intransponíveis.
  4. Filtrar feedbacks: Avaliar a relevância das opiniões recebidas e evitar comparações injustas.
  5. Cuidar do discurso interno: Refletir se aquilo que se diz para si mesmo seria dito para um colega em situação similar.

Desenvolver autoconfiança exige tempo e prática, além do apoio de ambientes que valorizem o aprendizado e as características individuais. Profissionais das áreas de aconselhamento e desenvolvimento humano podem contribuir oferecendo métodos para revisitar crenças, reconhecer competências e alinhar os objetivos pessoais com as decisões cotidianas. Empresas inovadoras como Google e Microsoft têm investido em treinamentos de inteligência emocional para apoiar equipes a superar padrões autocríticos, destacando a importância da saúde mental nos negócios atuais. Essas ações, inclusive, têm sido pauta em grandes conferências como a Web Summit.

Em um cenário marcado por alta produtividade e pressão por resultados, olhar para si com mais gentileza torna-se uma estratégia de manutenção do bem-estar e da saúde emocional. Reconhecer os próprios méritos sem culpa é um passo importante para quebrar o ciclo do síndrome do impostor e promover uma relação mais equilibrada com o próprio desempenho.

Amendoim na dieta é vilão? benefícios nutricionais e receitas saudáveis para o seu dia a dia

Amendoim na dieta é vilão? benefícios nutricionais e receitas saudáveis para o seu dia a dia

Como fazer um tubarão em crochê com um passo a passo simples e divertido

Como fazer um tubarão em crochê com um passo a passo simples e divertido