O caqui, fruta originária da Ásia, conquistou espaço significativo nas mesas brasileiras, destacando-se tanto pelo sabor quanto pela versatilidade. Cultivado inicialmente na China e Japão, o caqui atravessou fronteiras e encontrou no clima tropical e temperado do Brasil as condições ideais para prosperar. Ao longo dos anos, diferentes regiões do país passaram a investir em seu plantio, estimulando a diversificação de variedades e expandindo o consumo. Hoje, cidades como Taubaté e regiões do interior de São Paulo se destacam pelo alto volume de produção, impulsionando ainda mais o mercado.
A fruta apresenta características distintas, com tamanho médio, forma que pode ser arredondada ou achatada e uma coloração que varia do amarelo ao vermelho intenso, dependendo do tipo. O caqui é reconhecido não só pelo paladar adocicado, mas também pelo valor nutricional: é fonte de vitaminas como A, C, E e do complexo B, fibras, minerais e antioxidantes, favorecendo diferentes aspectos da saúde, como o sistema imunológico e o funcionamento do intestino.
Quais variedades de caqui são mais consumidas no Brasil?
O cultivo do caqui no Brasil abrange diversas variedades, cada uma com nuances próprias de cor, sabor e textura. Entre as mais conhecidas estão a variedade Râma-forte, o Caqui Chocolate, o Fuyu e o Taubaté. O Râma-forte distingue-se pela cor vermelha intensa da casca e pela polpa mole e adocicada quando madura, mas requer atenção quanto à maturação devido à presença de taninos, que conferem adstringência. Já o Caqui Chocolate apresenta casca de tonalidade alaranjada e polpa firme, ideal para ser consumida ao natural ou em receitas culinárias. Vale ressaltar que novas cultivares vêm sendo desenvolvidas por institutos agrícolas como o IAC (Instituto Agronômico de Campinas), com o objetivo de aprimorar sabor, resistência e produtividade.
A variedade Fuyu destaca-se pela polpa crocante e pelo sabor suavemente doce, podendo ser consumida ainda firme, pois tem baixa quantidade de taninos. O caqui Taubaté, por sua vez, é outra opção de fruta de polpa firme e coloração alaranjada, apreciada tanto in natura quanto em sobremesas. Todas essas variedades contribuem para a diversidade do produto nacional, tornando o fruto adaptável a diferentes paladares e usos gastronômicos.

O que é preciso para preparar o solo para plantar caqui?
Quem pretende iniciar o cultivo do caqui precisa atentar à escolha e preparação do solo. Um dos fundamentos para garantir o sucesso do pomar é optar por um terreno fértil, profundo, bem drenado e rico em matéria orgânica. Solos argilosos podem ser corrigidos com areia, tornando a drenagem mais eficiente e evitando o acúmulo de água nas raízes. Em situações de acidez elevada (pH abaixo de 6,0), recomenda-se a aplicação de calcário dolomítico em torno de trinta dias antes do plantio. A adição de composto orgânico ou húmus de minhoca contribui para nutrir as plantas durante o desenvolvimento inicial.
- Seleção do local: Dê preferência a áreas com boa exposição solar, pelo menos seis horas por dia.
- Preparação das covas: Cave buracos com cerca de 60 centímetros em cada dimensão, eliminando resíduos e pedras.
- Enxertia: Utilize mudas enxertadas para garantir qualidade e produtividade.
- Espaçamento: Mantenha uma distância entre 4 a 6 metros entre as plantas, conforme orientação da variedade escolhida.
Quando e como deve ser feito o plantio do caquizeiro?
O período mais adequado para o plantio do caquizeiro varia conforme a região do país e o clima local. O inverno, sobretudo entre os meses de junho e julho, é uma das épocas prediletas, pois favorece o pegamento das mudas com temperaturas amenas. O verão também pode ser indicado, especialmente entre dezembro e janeiro, desde que não haja risco de estresse térmico excessivo ou ocorrência de geadas. Após a escolha da época, recomenda-se acomodar a muda na cova, garantindo que o ponto de enxertia fique acima do solo e promovendo uma rega inicial generosa.
Nos meses seguintes ao plantio, o caquizeiro demanda regas frequentes, mantendo o solo úmido sem encharcar. Com o passar do tempo, as irrigações podem ser espaçadas, adaptando-se à necessidade da cultura e das chuvas. Tutores de madeira ou bambu são úteis para proteger mudas jovens contra ventos fortes, auxiliando no crescimento vertical e na formação equilibrada da copa.

Qual a importância da polinização cruzada e da poda no cultivo de caqui?
Algumas variedades de caqui, como o Râma-forte, necessitam de polinização cruzada para garantir a formação de frutos de boa qualidade. Nesse processo, é indicado o plantio simultâneo de diferentes tipos no mesmo pomar, favorecendo a ação de polinizadores naturais, como abelhas e outros insetos. A prática aumenta a produtividade e resulta em frutas maiores e mais doces. Já variedades como Fuyu e Taubaté são partenocárpicas, ou seja, produzem frutos mesmo na ausência de polinização. Técnicas modernas, como a utilização de enxames de abelhas manejadas, também têm contribuído para o aumento do rendimento dos pomares.
A poda consiste em um manejo periódico essencial para a saúde da planta. Remover galhos doentes, mal posicionados ou excessivamente densos permite maior incidência de luz solar, estimula a renovação dos ramos e assegura uma produção mais vigorosa. A colheita dos caquis ocorre, em média, cerca de três anos após o plantio, com variação conforme o tipo e a região plantada. O ciclo produtivo vai de março a maio, e frutas colhidas na maturidade adequada alcançam as melhores características de sabor e textura.
- Nutrientes presentes: Vitaminas A, C, E, betacaroteno, fibras, manganês, cálcio e ferro.
- Principais Estados produtores: Sul, Sudeste e Bahia.
- Usos na culinária: Consumo in natura e em diversas receitas, como doces, geleias, compotas e boulangerie.
- Benefícios à saúde: Fortalecimento imunológico, saúde cardiovascular e digestiva.
Com técnicas adequadas de manejo e escolha criteriosa das variedades, o caqui mostra-se uma escolha eficiente para agricultores e consumidores que buscam qualidade nutricional e diversidade de sabores. A adaptação ao solo e clima brasileiros, aliada à praticidade de cultivo, contribui para sua presença constante nos pomares nacionais e nas feiras de todo o país.
