A nogueira-pecã, conhecida cientificamente como Carya illinoinensis, integra a paisagem rural brasileira desde o final do século XIX. Introduzida originalmente por imigrantes norte-americanos, a cultura encontrou seu principal polo de crescimento e produção no Rio Grande do Sul. O interesse pelo cultivo da pecaneira expandiu nas últimas décadas, movido tanto pela busca por alternativas agrícolas quanto pelo aumento mundial do consumo de frutos secos.
Nos dias de hoje, a noz-pecã nacional ganha cada vez mais espaço no mercado brasileiro. O produto, embora ainda pouco presente na mesa dos brasileiros em relação a outros países, já demonstra potencial de crescimento. Um dos fatores que impulsionam esse avanço é o apoio oferecido por centros de pesquisa, como a Embrapa, e a valorização do fruto em mercados internacionais.
Por que o cultivo da nogueira-pecã está crescendo no Brasil?
A valorização dos frutos secos no cenário global estimulou o desenvolvimento da nogueira-pecã em território nacional. O preço atrativo no mercado internacional e o aumento da demanda por alimentos considerados saudáveis destacam as vantagens competitivas desse cultivo. Além disso, a diversificação proporcionada pelo plantio da nogueira-pecã auxilia propriedades rurais a ampliar fontes de renda, uma vez que a árvore oferece um ciclo produtivo superior a um século.
Oportunidades de mercado surgem tanto para abastecimento local quanto para exportação. No âmbito nacional, a maior parte das nozes consumidas atualmente é importada, principalmente do Chile, o que evidencia uma demanda interna ainda pouco explorada por produtores brasileiros. Já no panorama internacional, cresce o interesse por produtos naturais, estimulando países produtores a expandirem sua presença no exterior.

Como começar o cultivo da pecaneira?
Para quem deseja investir nessa cultura, algumas orientações são essenciais. É recomendado adquirir mudas enxertadas de viveiristas com boa reputação, pois mudas propagadas por sementes podem demorar mais de uma década para iniciar a produção e oferecem menos garantia de qualidade genética. As principais doenças que atacam a nogueira-pecã, como sarna e antracnose, exigem atenção na escolha de cultivares mais resistentes e na busca de informações atualizadas sobre manejo.
- Clima: Temperaturas frias no inverno promovem as fases de dormência e crescimento necessários para o bom desenvolvimento da planta.
- Solo: Prefira áreas profundas, ricas em matéria orgânica e com boa drenagem. O excesso de água pode prejudicar o crescimento das raízes.
- Espaçamento: Plantios costumam utilizar de 10×10 metros a 15×15 metros, garantindo a ventilação e a exposição solar ideais.
- Podas: Realizam-se podas de formação até o quinto ano, além da retirada regular de galhos secos ou doentes.
Quais os cuidados básicos para ter uma produção saudável de noz-pecã?
O sucesso do plantio da nogueira-pecã depende da adoção de práticas constantes de manejo. Entre os cuidados prioritários está o monitoramento de pragas, como formigas-cortadeiras, pulgões e brocas, que podem comprometer a vitalidade das árvores. Sistemas de irrigação, especialmente em períodos de estiagem, tornam-se ferramentas importantes para manter a umidade adequada do solo e favorecer o desenvolvimento do pomar.
- Realizar a análise e a correção do solo antes do plantio.
- Optar por mudas enxertadas, priorizando a sanidade das plantas.
- Manter práticas regulares de poda e retirada de galhos doentes.
- Monitorar a presença de pragas e adoecer as intervenções quando necessário.
- Investir em irrigação eficiente para suprir déficits hídricos.

Onde encontrar mudas e informações sobre nogueira-pecã?
Interessados em adquirir mudas de nogueira-pecã podem buscar viveiristas integrados ao Programa Pró-Pecã, promovido por entidades como a Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul. Órgãos como a Embrapa Clima Temperado e a Emater também oferecem suporte técnico e orientações especializadas para agricultores. As informações sobre variedades adaptadas, manejo de doenças e técnicas de plantio podem ser facilmente acessadas junto a essas instituições.
A versatilidade da noz-pecã vai além do consumo direto do fruto. Na indústria alimentícia, a noz é utilizada em bolos, tortas, doces, sorvetes e bebidas lácteas, além de ser apreciada em saladas e receitas tradicionais. O óleo de noz-pecã, embora pouco difundido, apresenta qualidades nutracêuticas que ampliam ainda mais o potencial econômico da cultura no Brasil. A cultura da noz-pecã também atrai novos investimentos e cursos de capacitação voltados para produtores iniciantes, mostrando um setor em expansão e com apoio especializado crescente.
