Em situações em que o céu parece encoberto e a visibilidade fica comprometida, é comum surgir a dúvida sobre o que diferencia a névoa mais densa da menos espessa. O fenômeno foi observado recentemente em áreas do entorno de Buenos Aires, onde um manto opaco dificultou o tráfego em vias importantes e impactou a rotina aeroportuária. Mas afinal, qual é o parâmetro que separa a névoa intensa de uma camada mais tênue?
Especialistas em meteorologia destacam que a distinção entre neblina e névoa está ligada principalmente à distância que se pode enxergar durante o evento. Esse critério, adotado por instituições de referência como o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) e a Organização Meteorológica Mundial (OMM), preferencialmente considera o alcance visual em vez de outros fatores, como temperatura ou densidade da massa de ar suspensa.
O que define a névoa e a neblina?
Para compreender melhor esses fenômenos atmosféricos, é importante considerar como a visibilidade horizontal serve de indicativo. A névoa, chamada tecnicamente de neblina densa quando ultrapassa certos limites, ocorre quando a visibilidade cai abaixo de 1 quilômetro. Isso significa que, dentro desse ambiente, prédios, postes e até veículos acabam praticamente “desaparecendo” para quem olha à distância.
Por outro lado, caso seja possível enxergar objetos localizados entre 1 e 10 quilômetros de distância, o correto é chamar esse fenômeno de neblina. Apesar de alterar levemente o cenário e requerer atenção ampliada em deslocamentos, a neblina não tende a provocar situações tão extremas quanto a névoa, que pode inclusive interromper operações em aeroportos e vias expressas. Em alguns casos, cidades litorâneas e áreas frias, como Curitiba e o sul do Brasil, costumam registrar neblina com mais frequência durante mudanças bruscas de temperatura.

Como se formam névoa e neblina?
A gênese tanto da névoa quanto da neblina começa com o resfriamento do ar e a saturação de umidade. O vapor de água que circula na atmosfera acaba condensando em microgotículas, formando uma espécie de nuvem ao nível do solo. Esse processo é mais frequente durante a madrugada ou nas primeiras horas do dia, momentos em que as temperaturas tendem a ser mais baixas e os ventos fracos. Previsões realizadas pelo Instituto Nacional de Meteorologia também costumam indicar maior probabilidade de formação desses fenômenos após dias de chuva ou em regiões próximas a rios grandes, como no entorno do Rio Paraná.
- Ambiente com alta umidade e pouco vento favorece a formação desses fenômenos.
- Resfriamento do solo durante a noite potencializa o aparecimento ao amanhecer.
- Em geral, a dissipação ocorre conforme o sol se eleva e aquece o ar próximo ao solo.
Quais são os riscos e as diferenças práticas entre névoa e neblina?
A resposta dos especialistas para essa questão aponta que, embora ambos possam interferir no cotidiano urbano e rural, a névoa representa um perigo mais significativo para automóveis, pedestres e até mesmo operações aéreas. Sua presença severamente limita a percepção de distâncias, o que pode causar acidentes e exigir medidas de prevenção extra das autoridades de trânsito e aviação.
Já a neblina, por sua vez, costuma ser mais branda. Mesmo assim, motoristas e operadores de máquinas devem atentar para a redução do campo visual, mantendo faróis ligados em luz baixa e reduzindo a velocidade, a fim de evitar imprevistos. É importante mencionar que órgãos como a Agência Nacional de Aviação Civil monitoram essas ocorrências para adaptar rotinas e buscar minimizar atrasos em aeroportos.

O que fazer em situações de névoa ou neblina intensa?
Em momentos em que esses fenômenos naturais ocorrem, recomenda-se adotar cuidados específicos para minimizar riscos:
- Reduzir a velocidade e aumentar a distância entre veículos.
- Utilizar luzes baixas e evitar faróis altos, que podem causar reflexão e piorar a visibilidade.
- Não acionar o pisca-alerta enquanto estiver em movimento.
- Manter atenção redobrada na sinalização e nas condições da pista.
- Se necessário, buscar um local seguro para aguardar a dissipação da névoa.
Portanto, compreender a diferença entre neblina e névoa, assim como saber identificar cada situação, contribui para uma resposta segura e eficiente durante condições adversas de visibilidade, fazendo a diferença no cotidiano de quem circula pelas ruas e estradas, especialmente em períodos de transição climática.
