O impacto dos alimentos consumidos antes de dormir tem sido tema de diversos estudos científicos, especialmente quando se trata de produtos lácteos como o queijo. Pesquisas recentes indicam que a ingestão desses alimentos pode influenciar diretamente a qualidade do sono e até mesmo provocar pesadelos em algumas pessoas. A relação entre intolerância à lactose e distúrbios do sono ganhou destaque em investigações conduzidas por universidades internacionais nos últimos anos, como a Universidade de Montreal no Canadá e a University of Surrey no Reino Unido.
Entre os principais achados, destaca-se a observação de que indivíduos com sensibilidade à lactose tendem a relatar mais episódios de sonhos perturbadores e dificuldades para dormir. O tema desperta interesse tanto de profissionais da saúde quanto do público em geral, já que a alimentação noturna é um hábito comum e muitas vezes negligenciado no cotidiano. Recentemente, estudos apresentados no Congresso Internacional de Nutrição confirmaram a influência dos alimentos lácteos na qualidade do sono.
Como o consumo de queijo pode afetar o sono?
O queijo, assim como outros derivados do leite, contém substâncias que podem interferir no funcionamento do organismo durante o repouso. Pessoas com intolerância à lactose, por exemplo, podem apresentar sintomas gastrointestinais após consumir esses alimentos, como desconforto abdominal, gases e má digestão. Esses sintomas físicos podem contribuir para um sono fragmentado e menos reparador.
Além disso, alguns estudos apontam que a presença de determinados aminoácidos e gorduras nos laticínios pode influenciar a atividade cerebral durante o sono. Isso pode resultar em sonhos mais vívidos ou até mesmo em pesadelos, especialmente em quem já possui alguma sensibilidade alimentar. O consumo de queijo próximo ao horário de dormir, portanto, pode ser um fator de risco para alterações no ciclo do sono. Novas pesquisas, por exemplo, também estão investigando a influência de queijos maturados e processados, que podem conter aditivos e maiores concentrações de tiramina, substância associada ao aumento da atividade cerebral durante o repouso.

Existe ligação entre intolerância à lactose e pesadelos?
Pesquisas recentes, como a realizada por uma equipe canadense, sugerem que há uma associação entre a intolerância à lactose e a ocorrência de pesadelos. No estudo, participantes que relataram sintomas intensos após consumir laticínios também mencionaram uma maior frequência de sonhos ruins e noites mal dormidas. Esses resultados indicam que o desconforto físico causado pela má digestão pode se refletir na qualidade do sono e no conteúdo dos sonhos. Estudos desenvolvidos no Estados Unidos também corroboram esses achados, mostrando que a intolerância pode afetar a arquitetura do sono.
Entre os entrevistados, uma parcela significativa acreditava que certos alimentos, principalmente os lácteos, doces e comidas picantes, eram responsáveis por prejudicar o descanso noturno. A pesquisa também mostrou que mulheres tendem a lembrar mais dos sonhos e relatar problemas de sono com maior frequência, o que pode estar relacionado a fatores hormonais e comportamentais. Outros estudos recentes sugerem que fatores genéticos também podem aumentar a sensibilidade à lactose e ampliar o impacto desses alimentos sobre o sono.
Quais alimentos evitar antes de dormir para garantir um sono melhor?
Além do queijo e outros produtos derivados do leite, alguns alimentos são conhecidos por impactar negativamente o sono quando consumidos à noite. Para quem busca noites mais tranquilas, especialistas recomendam atenção especial aos seguintes itens:
- Laticínios: Incluem leite, iogurte e queijos, especialmente para quem tem intolerância à lactose.
- Doces: Alimentos ricos em açúcar podem estimular o sistema nervoso e dificultar o relaxamento.
- Comidas picantes: Podem causar desconforto gástrico e aumentar a temperatura corporal, atrapalhando o sono.
- Bebidas com cafeína: Café, chá preto e refrigerantes podem prolongar o estado de alerta.
- Alimentos gordurosos: Demandam mais tempo de digestão, o que pode interferir no ciclo do sono.
Evitar esses alimentos nas horas que antecedem o repouso pode contribuir para uma noite mais tranquila e sem interrupções. Vale lembrar que refeições leves, ricas em fibras e com pequenas quantidades de proteínas magras são alternativas recomendadas para a refeição noturna.

O que fazer para melhorar a qualidade do sono?
Adotar hábitos alimentares saudáveis e prestar atenção ao que é consumido antes de dormir são passos importantes para quem deseja melhorar a qualidade do sono. Algumas orientações práticas incluem:
- Fazer refeições leves no período noturno, priorizando alimentos de fácil digestão.
- Evitar laticínios caso haja suspeita ou diagnóstico de intolerância à lactose.
- Manter um intervalo de pelo menos duas horas entre a última refeição e o horário de dormir.
- Reduzir o consumo de açúcar e alimentos processados à noite.
- Buscar orientação médica ou nutricional se houver persistência de distúrbios do sono.
Essas medidas podem ajudar a minimizar desconfortos e favorecer um descanso mais profundo e reparador. Além desses cuidados, a prática de atividades físicas regulares ao longo do dia e a criação de uma rotina de horários para se deitar e acordar também são recomendadas para melhorar o sono. Aplicativos como Sleep Cycle ou Calm podem auxiliar no monitoramento e na melhoria da qualidade do descanso.
Em 2025, o tema segue em pauta entre pesquisadores e profissionais da saúde, que continuam investigando as conexões entre alimentação, intolerância à lactose e qualidade do sono. A atenção aos hábitos alimentares noturnos se mostra cada vez mais relevante para o bem-estar e a saúde geral.
