O comprometimento da audição nos cães é uma condição bastante observada, principalmente à medida que avançam em idade, mas pode afetar animais em diferentes fases da vida. Muitas vezes esse problema se desenvolve lentamente, dificultando a identificação imediata pelos tutores. Assim, conhecer os sinais e as causas da perda de audição em cães é essencial para garantir o bem-estar do animal e adotar medidas que evitem riscos no ambiente doméstico.
A surdez canina nem sempre é percebida nos estágios iniciais, pois alguns sintomas podem ser sutis, confundindo-se com mudanças normais no comportamento ou até mesmo sendo interpretados como indisciplina. Por esse motivo, estar atento a modificações repentinas na rotina do animal pode fazer toda a diferença na qualidade de vida do pet.
O que pode causar a perda de audição em cães?
Entre as causas mais frequentes da surdez em cães, encontram-se fatores naturais do envelhecimento, infecções não tratadas corretamente, presença de tumores, lesões físicas na região da cabeça, além da exposição prolongada a ruídos intensos. A ação desses elementos sobre o sistema auditivo do animal pode levar à degeneração dos tecidos responsáveis pela captação dos sons.
Doenças como otite crônica e outras infecções recorrentes são causas comuns desse quadro. Tumores no canal auditivo, acúmulo excessivo de cerume, traumas e até predisposição genética em algumas raças também estão entre os motivos associados ao diagnóstico de surdez. Em particular, ambientes ruidosos com lançamento de fogos de artifício ou sons ensurdecedores contribuem diretamente para o problema.
Quais sinais podem revelar a perda auditiva em cães?
Identificar a perda de audição em cães torna-se mais fácil ao observar certos comportamentos diferentes do habitual. Alguns dos principais indícios a serem notados incluem:
- Maior tempo de sono e menor disposição para brincar ou interagir.
- Ausência de resposta ao nome, comandos de voz ou a ruídos familiares, como o barulho da porta ou dos brinquedos preferidos.
- Sobressaltos ou sustos exagerados com aproximação de pessoas ou outros animais, especialmente quando o toque ocorre de forma inesperada.
- Movimentos como coçar insistentemente as orelhas, balançar a cabeça ou evitar o contato com a região auditiva, sinalizando desconforto.
- Presença de secreção escura com odor forte, possível sinal de infecção no ouvido.
Tais sintomas tendem a aparecer de forma progressiva, o que reforça a importância da observação constante da rotina do animal. Diferenciar a surdez de comportamentos rebeldes ou de simples desatenção pode fazer a diferença em um diagnóstico precoce.
Como é possível confirmar a surdez em cães?
Em muitos casos, os tutores podem realizar pequenos testes em casa para detectar a possibilidade de deficiência auditiva. Um método simples consiste em produzir sons fora do campo de visão do animal, como um palmas ou assobios suaves, e verificar se há alguma reação. Contudo, somente um médico-veterinário especializado poderá confirmar o diagnóstico por meio de exames detalhados e identificar a causa específica da surdez. Hoje em dia, exames como a audiometria realizada em clínicas veterinárias são fundamentais para identificação precisa do grau de surdez. Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, já existem centros especializados com tecnologia atualizada para esses procedimentos.
- Observe atentamente reações a comandos de voz e sons comuns do ambiente.
- Verifique mudanças repentinas no padrão de sono e interesse por atividades.
- Caso note alterações, marque uma consulta com um veterinário para avaliação clínica.
O diagnóstico precoce é fundamental para ajustar o ambiente e prevenir situações de risco, já que animais com audição reduzida podem não perceber perigos iminentes, como veículos em movimento ou outros animais se aproximando.
Quais cuidados podem proteger a audição do cão?
Manter a saúde auditiva dos cães exige alguns cuidados fundamentais no dia a dia. Entre as principais recomendações estão:
- Evitar a exposição a ruídos intensos, como shows pirotécnicos e aparelhos de som com volume alto, incluindo dispositivos como smartphones e caixas de som bluetooth.
- Realizar limpezas regulares nas orelhas, sempre conforme orientação do veterinário, para evitar acúmulo de sujeira ou proliferação de bactérias e fungos.
- Procurar atendimento veterinário ao primeiro sinal de dor, desconforto ou secreção com odor estranho saindo das orelhas.
- Em casos de infecções, seguir rigorosamente o tratamento indicado, evitando complicações futuras.
Animais idosos ou de determinadas raças predispostas à surdez merecem ainda mais atenção e acompanhamentos frequentes. Ambientes adaptados, com rotinas visuais e ausência de obstáculos, contribuem para a segurança e autonomia do cão com deficiência auditiva.
Cuidar da audição dos cães é uma tarefa importante para garantir longevidade e qualidade de vida. O conhecimento das causas e sinais, aliado a intervenções rápidas, pode minimizar impactos e proporcionar bem-estar, mesmo diante das limitações impostas pela surdez. O acompanhamento veterinário regular permanece como a melhor forma de promover saúde auditiva e prevenir danos mais graves.
