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O que poucos falam sobre a tuberculose e por que isso preocupa o Brasil

A tuberculose é uma infecção causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, popularmente conhecida como bacilo de Koch. Apesar de ser uma doença milenar, ainda representa um desafio significativo para a saúde pública global, especialmente em países em desenvolvimento. A enfermidade afeta principalmente os pulmões, mas pode atingir outros órgãos, caracterizando as formas extrapulmonares.

No cenário mundial, estima-se que aproximadamente 10 milhões de pessoas desenvolvem tuberculose anualmente, resultando em mais de um milhão de mortes. No Brasil, a situação também preocupa: em 2025, são notificados mais de 84 mil novos casos e cerca de 6 mil óbitos por ano. A transmissão ocorre principalmente pelo ar, através de gotículas expelidas quando pessoas com a doença ativa tossem, falam ou espirram.

Como ocorre a transmissão da tuberculose?

A principal via de transmissão da tuberculose é respiratória. Quando uma pessoa com tuberculose pulmonar ativa elimina aerossóis ao tossir, falar ou espirrar, outras pessoas podem inalar essas partículas e se infectar. Em ambientes fechados e pouco ventilados, o risco de contágio aumenta consideravelmente. Estima-se que, em um ano, uma pessoa sem tratamento pode infectar entre 10 e 15 indivíduos em sua comunidade.

É importante destacar que a doença não é transmitida por objetos compartilhados, como talheres, copos ou roupas. O bacilo é sensível à luz solar e a ambientes ventilados, o que reduz a sobrevivência das partículas infecciosas. Medidas simples, como manter janelas abertas e praticar a etiqueta da tosse, ajudam a diminuir o risco de transmissão.

O que poucos falam sobre a tuberculose e por que isso preocupa o Brasil
pulmão – Créditos: depositphotos.com / magicmine

Quais são os sintomas e como é realizado o diagnóstico da tuberculose?

Os sintomas mais comuns da tuberculose pulmonar incluem tosse persistente por três semanas ou mais, febre baixa, sudorese noturna, perda de peso e cansaço. Em casos de tuberculose extrapulmonar, os sinais variam conforme o órgão afetado. Diante de sintomas respiratórios prolongados, é fundamental procurar uma unidade de saúde para avaliação.

O diagnóstico envolve uma combinação de métodos clínicos, laboratoriais e de imagem. Entre os exames laboratoriais mais utilizados estão:

  • Exame de escarro para pesquisa do bacilo
  • Cultura para identificação da bactéria
  • Testes moleculares rápidos

A radiografia de tórax é frequentemente utilizada como exame complementar. O diagnóstico precoce é essencial para iniciar o tratamento rapidamente e interromper a cadeia de transmissão. Além disso, exames como tomografia computadorizada podem ser indicados em casos específicos para detalhar o comprometimento pulmonar ou em situações de suspeita de tuberculose extrapulmonar. Avanços recentes em tecnologias diagnósticas, incluindo a utilização de testes como o GeneXpert, têm contribuído para diagnósticos mais rápidos e precisos, principalmente em locais de difícil acesso.

Como funciona o tratamento da tuberculose e por que a adesão é importante?

O tratamento da tuberculose é realizado com um esquema básico de quatro medicamentos: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. A duração mínima do tratamento é de seis meses e ele está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). A adesão correta ao tratamento é fundamental para garantir a cura e evitar o desenvolvimento de formas resistentes da doença.

Uma das estratégias adotadas para promover a adesão é o Tratamento Diretamente Observado (TDO), no qual um profissional de saúde acompanha a administração dos medicamentos. Essa abordagem reduz o risco de abandono e aumenta as chances de sucesso terapêutico. Além disso, tecnologias como aplicativos de celular, como o Connect TB, têm sido utilizadas para facilitar o acompanhamento dos pacientes.

É importante destacar que, em casos de tuberculose resistente aos medicamentos convencionais, esquemas terapêuticos especiais, com diferentes combinações e duração, podem ser necessários, reforçando a importância da adesão e do acompanhamento médico. O acompanhamento pode incluir avaliações com equipe multidisciplinar e monitoramento do tratamento para evitar complicações ou recaídas. Desde 2020, novas diretrizes internacionais, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde, têm orientado abordagens personalizadas para pacientes com resistência bacteriana, incluindo o uso de novos fármacos como laquinamida e delamanida em cenários específicos.

O que poucos falam sobre a tuberculose e por que isso preocupa o Brasil
púlmão – Créditos: depositphotos.com / magicmine

O que pode ser feito para prevenir a tuberculose na comunidade?

A prevenção da tuberculose envolve uma série de medidas individuais e coletivas. Entre as principais estratégias estão:

  1. Vacinação com BCG em recém-nascidos, que protege contra formas graves da doença
  2. Manutenção de ambientes ventilados e com luz solar direta
  3. Prática da etiqueta respiratória ao tossir ou espirrar
  4. Identificação e tratamento de casos de infecção latente, especialmente em grupos de risco

O controle da infecção em serviços de saúde e instituições fechadas exige ações administrativas, ambientais e o uso de equipamentos de proteção respiratória. O diagnóstico e tratamento da infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis são essenciais para interromper a cadeia de transmissão e prevenir novos casos. Em hospitais, recomenda-se o uso de máscaras N95 por profissionais de saúde durante atendimento a casos suspeitos ou confirmados. Em cidades com alta incidência, como em regiões metropolitanas do Rio de Janeiro e São Paulo, tais medidas tornam-se ainda mais indispensáveis para o controle da doença.

O enfrentamento da tuberculose depende do compromisso de profissionais de saúde, gestores e da população. A informação correta, o acesso ao diagnóstico e o tratamento adequado são pilares fundamentais para reduzir o impacto da doença e proteger a saúde coletiva. Além disso, campanhas de conscientização promovidas por organizações como a Organização Mundial da Saúde (OMS) desempenham papel relevante para informar a população sobre prevenção, transmissão e tratamento da tuberculose. Datas como o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, em 24 de março, são importantes para promover a mobilização social e as ações coletivas em prol do controle da doença.

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