O lifting facial, também conhecido como ritidoplastia, é um procedimento cirúrgico bastante procurado por pessoas que desejam amenizar os sinais do envelhecimento na face. Apesar de ser considerado seguro quando realizado por profissionais qualificados, a cirurgia envolve riscos que merecem atenção, especialmente em pacientes com histórico de saúde delicado ou idade avançada. O caso recente de uma mulher de 68 anos no Rio de Janeiro, que teve morte encefálica após complicações decorrentes do procedimento, reacendeu o debate sobre os cuidados necessários antes e depois da intervenção.
O episódio ocorreu em uma clínica localizada em Botafogo, Zona Sul da cidade, e envolveu uma sequência de complicações após a realização do lifting facial. Segundo relatos, a paciente apresentou um hematoma no rosto durante o pós-operatório, o que levou à necessidade de uma nova intervenção cirúrgica. Durante esse processo, ela sofreu uma parada cardiorrespiratória, que resultou em falta de oxigenação cerebral e, posteriormente, morte encefálica.
Quais são os principais riscos do lifting facial?
Embora o lifting facial seja amplamente realizado e tenha evoluído em termos de técnicas e segurança, todo procedimento cirúrgico envolve riscos. Entre os principais perigos associados à ritidoplastia estão o hematoma, que é o acúmulo de sangue sob a pele, a infecção no local da cirurgia e a trombose venosa. Esses eventos podem ocorrer mesmo em pacientes saudáveis, mas são mais frequentes em pessoas com doenças pré-existentes ou que já passaram por outras cirurgias faciais.
Além desses riscos, podem surgir complicações como lesão de nervos faciais, que pode causar perda de sensibilidade ou movimentos involuntários, assimetrias no rosto, problemas de cicatrização e edemas. Em situações mais graves, podem ocorrer reações alérgicas a medicamentos, hemorragias, embolia pulmonar e até mesmo parada cardiorrespiratória, como relatado no caso mencionado. Por isso, uma avaliação prévia detalhada, aliada a técnicas cirúrgicas modernas e suporte adequado no pós-operatório, é fundamental para minimizar tais riscos. Além disso, estudos recentes realizados em Estados Unidos mostram que pacientes que param de fumar semanas antes da cirurgia têm redução significativa nos riscos de complicações, destacando a importância de um preparo prévio individualizado.
Como é possível minimizar complicações em cirurgias plásticas?
Para reduzir as chances de intercorrências durante e após o lifting facial, é fundamental seguir algumas recomendações. A escolha de um cirurgião plástico habilitado, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, é um dos primeiros passos. O profissional deve realizar uma avaliação completa do estado de saúde do paciente, levando em consideração fatores como idade, histórico de doenças, uso de medicamentos e resultados de exames laboratoriais.
- Avaliação pré-operatória detalhada: Inclui exames clínicos, laboratoriais e análise do histórico médico.
- Escolha adequada da anestesia: A decisão entre anestesia local, sedação ou geral deve ser feita com base no perfil do paciente.
- Ambiente cirúrgico seguro: O procedimento deve ser realizado em local com estrutura adequada para emergências.
- Cuidados no pós-operatório: Monitoramento rigoroso para identificar sinais de complicações precocemente.
Além disso, o acompanhamento pós-cirúrgico é essencial para detectar e tratar rapidamente qualquer alteração, como hematomas, infecções ou alterações neurológicas. A comunicação clara entre equipe médica e paciente contribui para o sucesso do procedimento e a redução de riscos. Atualmente, tecnologias como monitorização pós-operatória em domicílio e acompanhamento remoto também estão sendo utilizadas para otimizar o cuidado e identificar precocemente sinais de complicações. Em países como Japão e Canadá, a integração de aplicativos móveis de saúde ao cuidado pós-operatório tem demonstrado bons resultados em reduzir retornos desnecessários ao hospital.
Pacientes idosos exigem atenção especial em cirurgias estéticas?
Pessoas com idade avançada, como no caso da paciente de 68 anos, apresentam maior vulnerabilidade a complicações cirúrgicas. O envelhecimento traz mudanças fisiológicas que afetam a capacidade de recuperação, a resposta à anestesia e a cicatrização dos tecidos. Além disso, a presença de comorbidades, como hipertensão, diabetes ou problemas cardíacos, pode aumentar o risco de eventos adversos durante e após a cirurgia.
É importante que o cirurgião avalie cuidadosamente a indicação do lifting facial em idosos, considerando os benefícios esperados e os possíveis riscos. Em alguns casos, procedimentos menos invasivos podem ser recomendados para minimizar as chances de complicações graves. Novas abordagens, como os mini-liftings ou técnicas não cirúrgicas com ultrassom e radiofrequência, podem ser alternativas viáveis para esse perfil de paciente. Recentemente, a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética também reforçou a importância de análise personalizada para pacientes idosos, sugerindo discussões multidisciplinares quando necessário.
Que cuidados são recomendados antes de optar pelo lifting facial?
Antes de decidir pela realização de um lifting facial, é fundamental que o paciente busque informações detalhadas sobre o procedimento, converse abertamente com o cirurgião e esclareça todas as dúvidas. Avaliar o histórico de cirurgias anteriores, como no caso da paciente que já havia passado por uma ritidoplastia seis meses antes, também é essencial para o planejamento da nova intervenção.
- Realizar todos os exames solicitados pelo médico.
- Informar sobre alergias, uso de medicamentos e doenças crônicas.
- Seguir as orientações de jejum e suspensão de remédios antes da cirurgia.
- Planejar o pós-operatório, incluindo repouso e acompanhamento médico.
O lifting facial pode proporcionar resultados satisfatórios quando realizado com responsabilidade e em condições adequadas. No entanto, a atenção aos riscos e a adoção de medidas preventivas são fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar dos pacientes. Nos últimos anos, o mês de Julho tem ganhado destaque na conscientização sobre a importância dos cuidados pré-operatórios no Brasil, por meio de campanhas educativas em hospitais e clínicas.
