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O que está por trás da relação intensa entre humanos e seus cães

O hábito de tratar o cachorro como um filho é cada vez mais comum em diferentes culturas ao redor do mundo. Essa relação, que ultrapassa o simples convívio entre tutor e animal de estimação, desperta interesse entre especialistas em comportamento humano e psicologia. O fenômeno revela não apenas o afeto envolvido, mas também aspectos profundos da personalidade e das necessidades emocionais das pessoas. Esse comportamento é observado em cidades como São Paulo, Nova York e Berlim, onde o número de cães nas famílias aumentou significativamente nos últimos anos, refletindo uma tendência global.

De acordo com profissionais da área, quando alguém enxerga o cão como um membro da família em posição semelhante à de um filho, está estabelecendo um laço afetivo intenso. Esse vínculo vai além do cuidado básico, envolvendo proteção, atenção constante e demonstrações de carinho semelhantes às que seriam oferecidas a uma criança.

O que a psicologia diz sobre considerar o cachorro como filho?

Segundo a psicologia, essa atitude é conhecida como apego parental. O termo descreve a tendência de alguns tutores assumirem o papel de cuidadores absolutos, oferecendo ao animal não apenas suprimentos físicos, mas também suporte emocional. Pesquisas recentes apontam que, ao interagir com o cachorro dessa forma, o cérebro humano ativa áreas relacionadas ao amor e ao cuidado parental, semelhantes às que se manifestam durante a relação com filhos humanos.

Além disso, esse comportamento pode indicar uma necessidade de dar e receber afeto. Muitas pessoas encontram nos cães uma fonte de companhia e conforto, especialmente em situações de solidão ou de busca por apoio emocional. O animal acaba funcionando como um refúgio, proporcionando sensação de pertencimento e alegria diária. Um estudo realizado pela Universidade de Cambridge em 2022 mostrou que interação frequente com animais de estimação pode aumentar a produção de oxitocina, hormônio associado ao vínculo afetivo.

O que está por trás da relação intensa entre humanos e seus cães
cachorro – Créditos: depositphotos.com / AllaSerebrina

Quais fatores levam alguém a tratar o cachorro como filho?

Diversos fatores podem influenciar a decisão de considerar o cachorro como um filho. Entre eles, destacam-se:

  • Necessidade de companhia: Pessoas que vivem sozinhas ou enfrentam períodos de isolamento tendem a fortalecer o vínculo com seus animais de estimação.
  • Desejo de cuidar: O instinto de proteção e cuidado pode ser canalizado para o animal, especialmente quando não há filhos humanos na família.
  • Laços emocionais: O cachorro pode se tornar um pilar afetivo, ajudando a lidar com o estresse e a ansiedade do dia a dia.
  • Valores familiares: Em muitos lares, os animais são tratados como integrantes da família, recebendo atenção e carinho semelhantes aos dedicados a crianças. No Brasil, por exemplo, essa prática está cada vez mais presente, refletindo mudanças culturais em grandes centros urbanos como Rio de Janeiro e São Paulo.

Existe algum risco em humanizar o cachorro?

Especialistas afirmam que, desde que não sejam atribuídas responsabilidades ou emoções humanas incompatíveis com a natureza do animal, esse tipo de relação tende a ser saudável. No entanto, é importante respeitar os limites do cachorro, evitando projetar expectativas ou sentimentos que ele não pode compreender ou corresponder.

Em alguns casos, a humanização excessiva pode gerar comportamentos inadequados, como ansiedade de separação ou dificuldades de socialização. Por isso, recomenda-se equilibrar o carinho com o respeito às necessidades e instintos do animal, garantindo bem-estar tanto para o tutor quanto para o cão. A Associação Brasileira de Medicina Veterinária alerta que o acompanhamento regular por veterinários é fundamental para evitar problemas de saúde físicos e mentais nos cães.

O que está por trás da relação intensa entre humanos e seus cães
cachorro – Créditos: depositphotos.com / Colour

Como manter uma relação saudável com o cachorro?

Para cultivar um vínculo positivo e equilibrado, é fundamental adotar algumas práticas:

  1. Oferecer cuidados básicos, como alimentação adequada, exercícios e visitas regulares ao veterinário.
  2. Proporcionar momentos de lazer e interação, respeitando o espaço e o tempo do animal.
  3. Evitar transferir expectativas humanas, reconhecendo as diferenças entre as espécies.
  4. Buscar orientação profissional caso surjam dúvidas sobre o comportamento do cachorro ou a relação estabelecida. No caso de dúvidas persistentes, recorrer a serviços especializados, como os oferecidos por profissionais certificados pela Federação Internacional de Adestradores de Cães, pode ser uma alternativa segura.

O entendimento sobre o significado de tratar o cachorro como filho permite compreender melhor as motivações humanas e a importância dos vínculos afetivos com os animais. O equilíbrio entre afeto, cuidado e respeito é essencial para garantir uma convivência harmoniosa e saudável.

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